Caso Bete e Débora

Por: Jackson Camargo Comentários: 0

Interessante caso de abudção envolvendo duas primas, ocorrido na zona leste de São Paulo (SP), em 14 de junho de 1986.

Bete Rodrigues foi abduzida junto com a prima Débora na noite de 14 de junho de 1986. Naquela ocasião elas retornavam da danceteria que costumavam frequentar quando, próximo a sua casa e por volta de 23h30, observaram do ônibus que as levava uma luz brilhante no céu. A luz aparentemente as seguia, movendo-se contra o vento. Desceram do coletivo e andaram o restante do caminho até em casa, já passado da meia-noite, quando voltaram a observar o objeto luminoso que subitamente desapareceu. As duas costumavam conversar após cada programa, porém nessa ocasião foram dormir.

Incomodada com lembranças ocasionais a respeito daquela noite, Bete procurou o pesquisador Mário Rangel que, ao lado do saudoso Claudeir Covo, investigaram a ocorrência a partir de abril de 1991. A hipnose realizada por Rangel permitiu a Bete que se lembrasse dos fatos acontecidos. Naquela noite, após verem o objeto próximo de casa, as duas se encaminharam para ele, deparando-se com um ser estranho, de compleição magra e com cabeça e olhos grandes. As duas foram levadas para bordo de um UFO e examinadas, e tempos depois, ao ser realizada a hipnose de Débora, suas descrições se mostraram muito semelhantes, apesar de poucas diferenças entre si.

Abduzida Bete Rodrigues

A Noite de 14 de junho de 1986

Em junho de 1986, ocorreu um interessante caso de abdução, envolvendo duas primas que na época moravam na região de Jardim Fernandes, subdistrito de Vila Matilde, Zona Leste de São Paulo (SP). Bete, (22 anos) e a prima Débora (16 anos), costumavam ir, aos sábados, à uma danceteria, a Love Story. Elas eram amigas do dono do estabelecimento que as levava em casa ao final da noite. Em 14 de junho de 1986, elas foram ao baile constando que seu amigo não estaria presente naquela noite. Em função disso resolveram sair mais cedo afim de pegar o ultimo ônibus para casa. Por volta das 23:30 hs elas deixaram a danceteria e seguiram para o ponto onde esperaram por aproximadamente 20 minutos. Elas embarcaram no ônibus por volta das 23:50. Seguiram até o fundo do ônibus, tendo Débora sentado na janela.

Logo Débora percebeu um objeto luminoso de tons avermelhados aparentemente seguindo o coletivo. Bete não deu muita atenção imaginando tratar-se de um balão ou um avião. O objeto continuou sendo observado até o momento em que elas desceram do ônibus. Logo elas chegaram à rua onde Débora morava. Era uma rua sem saída com um grande campo de futebol ao fundo. Neste campo pairava silenciosamente um estranho objeto em forma de disco. Logo em seguida elas entraram na casa de Débora e foram dormir. Por alguns anos, Bete e Débora acreditaram que sua experiência se resumia apenas à observação do estranho objeto sobre o campo de futebol. Com o tempo ambas começaram a ter sonhos envolvendo seres de aspecto estranho, com grandes olhos negros. Elas revolveram então procurar um ufólogo afim de investigar o que estaria causando estas lembranças.

O terreno em que as primas Bete e Débora foram abduzidas, na periferia da cidade de São Paulo (SP). Na ocasião havia menos casas na região, mas o duplo sequestro se deu em um bairro muito populoso.

 

Foto do terreno em que as primas Bete e Débora foram abduzidas. Na época havia menos casas na região

A Hipnose em Bete

Bete foi hipnotizada em 27 de abril de 1991 pelo experiente hipnólogo em Ufologia, Mário Nogueira Rangel, que posteriormente escreveu o livro Seqüestros Alienígenas – Investigando Ufologia com e sem Hipnose, publicado pela Revista UFO. Transcrevemos aqui, com autorização do autor, um trecho de sua obra, onde no capítulo 36, página 222, apresenta um resumo das lembranças de Bete, obtidas por meio de hipnose.

“Comecei a regressão de idade ate que Bete vivenciou novamente os acontecimentos da referida noite. Ela reiterou que antes de chegarem a residência da prima, que era a ultima da curta Rua Mira, viram uma bola parada, a baixa altura, sobre um enorme campo de futebol próximo. Algo as atraia para lá. Não queria, mas alguma coisa fez com que caminhassem naquela direção. Inexplicavelmente surgiu um vulto no chão. Bete não conseguia pensar direito. Um estranho ser fez um sinal apontando para cima. Ele tinha 1,30 m, era feio, parecia um inseto grande, com enorme cabeça calva, braços finos e longos, dedos chegavam abaixo dos joelhos. Usava uma espécie de roupa colante de cor verde-musgo, que o cobria dos pés ate os pulsos e o pescoço. Seus olhos eram muito grandes e escuros. As mãos, extremamente feias, tinham estranha uma mistura de marrom, cinza e verde. Tinham quatro dedos, quase do mesmo tamanho, faltando o anular.

O desenho que Bete fez das criaturas que a sequestraram. A semelhança com o que foi descrito por Débora não deixa dúvidas. Até mesmo as membrana entre os dedos foram desenhadas

 

Desenho realizado por Débora, representando um dos tripulantes

 

O dedão era mais para cima, diferente dos nossos. Ela não vê unhas, mas havia uma película como teia de aranha entre a parte inferior dos dedos. Ajudei Bete, sob hipnose profunda, a sentar-se a frente de uma mesa. Inicialmente ela teve uma alucinação visual positiva, e imaginou que via uma excelente foto, supostamente tirada do rosto daquele ser. Determinei que imaginasse que eu tinha colocado um papel de seda sobre a mesma, e daí ela decalcou a foto, como estudantes estão acostumados a fazer com mapa. Como Bete é artista, ela fez um ótimo desenho a lápis, que supunha estar copiando. Usando a mesma técnica produziu em seguida outros desenhos da mão do ser e do OVNI redondo, visto de baixo e de lado.

Representação do objeto discóide observado pelas primas em 14 de junho de 1986

 

Desenho de Jamil Vila Nova, representando o momento inicial da abdução de Bete e Débora.

 

Continuando a narrar o acontecido, Bete informou que, impelidas por alguma força, elas se dirigiram a um cilindro de luz, que sugou primeiro Débora para dentro da nave, flutuando, em seguida ela mesma e depois esse ser. Chegaram então a uma sala, de onde Débora foi conduzida por dois seres a outro local. Bete foi levada por três seres para uma sala próxima, onde, mesmo sem querer e sem conseguir reagir, foi deitada numa cama baixa e curta, presa ao chão por uma haste. Seus pés ficaram para fora. (um ser ficou ao lado de sua cabeça, outros dois permaneceram do outro lado, sendo que um deles operava um aparelho com tela pequena. Foi colocada uma pulseira no pulso de Bete, que supõe estar ligada a esse aparelho. Pegaram seu nariz e ela sentiu a narina direita dilatada.

Um dos seres tinha na mão um fio fino e transparente, com um ganchinho numa das pontas, que agarrava um objeto redondo bem pequeno. Depois, sob hipnose, Bete desenhou esse instrumento. Anos depois, lendo Abduction Human Encounters with Aliens, escrito pelo professor de psiquiatria em Harvard, doutor John E. Mack, encontrei desenhos feitos independentemente por dois abduzidos hipnotizados por ele, Julia e Dave, reproduzindo exatamente o mesmo instrumento. Mandei, na ocasião, com copias à pessoas interessadas no Brasil e Estados Unidos, carta copias xerográficas sobre o assunto para o doutor Mack que acusou recebimento. Aquele ser introduziu o tubo na narina direita de Bete, que não queria deixar que isso ocorresse, mas não teve como impedir.

O segundo ser a ajudou, o terceiro somente observava. Bete viu o desenho interno de sua cabeça numa tela parecida ao monitor de televisão, e percurso do tubinho até sua nuca. Acompanhou quando o mesmo ia sendo retirado de seu corpo, provocando sempre a referida pressão. Ao sair, Bete observou que uma pequenina peça ovalada com ponta, parecendo de cristal, já não estava presa a garra, concluindo que tinha sido deixada em sua cabeça. Sob hipnose desenhou o que viu na telinha.

Um dos seres tinha na mão um fio fino e transparente, com um ganchinho numa das pontas e o introduziu na narina direita de Bete. Ela viu o interior de sua cabeça num monitor de televisão

 

O instrumento, portanto, penso eu, era um “porta-implante”. Quando estive em Curitiba (PR) com o hipnólogo norte-americano Derrel Sims, vi com ele vários implantes introduzidos por ETs em pessoas que ele hipnotizou e posteriormente retirados cirurgicamente pelo doutor Roger Leir, seu companheiro de viagem, como já vimos. A Revista UFO publicou ampla reportagem sobre o assunto (veja o Caso Ulisséia). Um dos seres espetou algo dedão do PE de Bete, que supõe que dali retiraram amostra de sangue ou fizeram um implante? Ela não sabe como ficou descalça. Os três conversavam entre si, mas Bete não conseguia entender o que falavam. A pulseira foi removida de seu braço. O ser que estava na cabeceira fez com as mãos gesto que ela só entendeu quando foi repetido, indicando que se levantasse. Sem que ele dominasse seus pensamentos, como ocorreu com Nadia, ela sentou-se na cama e viu seus sapatos no chão.

Ele então fez novo gesto para que ficasse de pé, ela calçou os sapatos, viu sua prima sendo trazida e foi levada para perto do cilindro de pelo qual subira a nave. Bete ainda perguntou quem eram eles e o que as duas estavam fazendo ali. Eles não responderam. Ela tinha a vaga impressão de que naquele momento foi instruída a não se lembrar de algo. Em nenhum momento os seres conversaram com ela, somente entre si, e nunca demonstraram qualquer emoção, mas a olhavam de maneira que considerou profunda, como se penetrassem nela. Ao final, um dos seres aproximou das primas e olhou fixamente para seus olhos, sem lhes falar nada. Instantes depois elas já estavam no campo, sem saber como desceram. O OVNI já tinha ido embora. Bete acha que recebeu uma instrução telepática para irem para casa, na qual entraram correndo. Ela sentiu muita sede e tomou dois copos de água e dois de suco de laranja. Ao final da hipnose regressiva, em que tomou conhecimento do que havia ocorrido, Bete teve intensos movimentos rápidos dos olhos (em inglês, REM ou rapid eyes movement)”.

A Hipnose em Débora

A hipnose em Débora ocorreu poucos dias depois, em 5 de maio de 1991. Transcrevemos novamente, sob autorização, de um trecho do livro de Rangel sobre a hipnose em Débora:

“Inesperadamente, Débora regressou dias depois, talvez por ET-interferência, e já em 05 de maio seguinte veio a minha residência com Bete, que não lhe havia contado nada sobre o recordado em sua regressão, para não influenciá-la. Claudeir estava presente e fez um completo vídeo documentário. Minha filha Luciana assistiu grande parte dos trabalhos. A regressão de Débora, cujo tipo sanguíneo é O positivo, caracterizou-se por um inicio não convencional, pois enquanto os procedimentos indicavam que estava sendo hipnotizada rapidamente, ela ria, em atitude volitiva, e no início não conseguia se lembrar com perfeição de alguns pormenores.

Os depoimentos de ambas foram totalmente concordantes com pequenas diferenças: Bete descreveu a luz que viram como sendo branca e Débora disse que era de cor alaranjada, coberta por uma névoa. Há pequena diferença de forma nos desenhos do OVNI feitos por elas. Quando estava subindo no cilindro de luz, Débora olhou para cima e viu três cabeças de extraterrestres a observando. Sob hipnose fez esse desenho, que depois Jamil Vila Nova aperfeiçoou, e que foi publicado em varias revistas.

Ao chegarem, Débora foi separada da prima e conduzida pelo ser que as recepcionou no solo a uma sala cuja porta se abriu como a objetiva de uma maquina fotográfica. Essa sala estava enevoada em alaranjado, mas foi clareando. Lá havia um segundo ser e depois apareceu um terceiro, todos muito parecidos. Ela foi sentada numa cadeira com forma de ferradura, presa ao chão por uma haste metálica. Na sala havia muitos botões redondos e aparelhos semelhantes a pequenas televisões. Esses seres tinham olhos muito grandes e pretos, e em cada mão quatro dedos bem finos, enrugados e sem unhas, com películas entre a parte de baixo dos dedos. Pareciam descalços e seus pés eram muito feios. Havia dois pequenos furos no lugar do nariz. As orelhas eram coladas a cabeça enorme e calva, braços, pernas e pescoço eram finos e longos. Eles observaram com grande interesse a roupa dela, tocaram em seu rosto, cabelo, boca e dentes. Olharam detidamente as unhas das mãos e do pé direito, que descalçaram.

Logo em seguida, uma garra metálica saiu do braço da poltrona e prendeu seu pulso esquerdo. Uma verdadeira algema automática. Um dos seres encostou em seu braço um aparelho em cuja ponta havia duas pequenas bolas transparentes, que se encheram de um lado com líquido branco (mencionado por outros) e do outro com líquido escuro, que ela supôs ser sangue, sem que ela tivesse sido perfurada. Próximo dela havia algo similar a uma tela de computador, onde aparecia a cadeira em que estava e o desenho em linhas irregulares e finas que ela imagina ser a representação de seu corpo. Uma criatura operava estes aparelho, parecendo que escrevia na tela palavras num alfabeto desconhecido. O ser a examinava, nervoso e bastante falador, e lhe ditava. Havia muitos botões e alavancas fáceis de enganchar com dedos compridos. Eles conversavam entre si movimentando as bocas sem lábios e sem dentes visíveis, numa linguagem que parecia ti-ti-ti (Irene compara com zi-zi-zi). Débora perguntou o que queriam e por que ela foi escolhida, sem obter resposta. O encosto da cadeira baixou e Débora ficou deitada, quando os seres examinaram e tocaram em seus olhos com enorme curiosidade. O mesmo ocorreu com Ulisseia. Depois disso as garras soltaram seu pulso e embutiram no braço da cadeira. Em certo momento ela subiu na cadeira e depois correu entre a aparelhagem, atrás dos seres, por quem sentia grande afeto, apesar de serem muito feios.

Ela foi ate uma parede, perto da qual ficou paralisada, de frente para os seres. Um deles apontou-lhe algo parecido a uma arma, da qual saiu uma luz que fez desaparecer sua roupa, como se tivesse sido desintegrada, proporcionando condições para um pormenorizado exame. Foram feitos então toques nos seios, umbigo, vagina, que olharam por dentro após separar os grandes lábios da vulva, coxas, pernas e pés. Um dos seres lhe deu uns tapas.

Observaram também as costas e nádegas. Anteriormente eles tinham cortado e guardado um pouco de seu cabelo. Ao voltar para a cadeira, Débora já estava vestida, sem saber como. Apos o exame ela não viu mais os seres, que acionaram alguns botões, a porta se abriu, ela saiu e não viu a prima. Débora lembra-se que, em seguida, caminhava na rua, perto de sua casa, ao lado da Bete. Escorregou em uma valeta perto da Kombi de seu pai,

Machucou-se um pouco, abriu a porta da casa na qual se apoiava uma cadeira que ela removeu, foram a cozinha onde comeram bolo, tomaram café com leite quente, Bete tomou algo que estava na geladeira.

Não conversaram sobre os acontecimentos da noite, como costumavam fazer, e foram deitar-se na cama beliche – outros abduzidos contaram também que perderam o interesse em pesquisar o assunto durante anos e essa interferência mental não é prevista como crime por nosso Código Penal. Durante a regressão, Débora ficou emocionada varias vezes, chorou abundantemente e riu, saindo da hipnose com total amnésia, pensando ter dormido. Alguns minutos depois foi autorizada a recuperar a memória de tudo o que narrou, que lhe parece ter realmente ocorrido. Ela lembrou-se dos cinco desenhos que fez. Em fevereiro de 2000, soube que Débora supõe ter tido outro evento ufológico iniciado em seu quarto e já me ofereci para fazer nova hipnose”.

Implante

Em vários casos de abdução, geralmente ocorridos nos Estados Unidos, foram localizados implantes nos membros superiores ou mais comumente nos membros inferiores dos abduzidos. Nos pés, geralmente eles estão posicionados nos dedos. Em alguns casos pesquisadores tiveram sucesso em extrair estes objetos e analisá-los posteriormente. Devido à recorrência de casos deste tipo, Mario Rangel solicitou que Bete fizesse exames com raios-x de seus pés. Ao realizá-los contatou-se que no dedão do pé direito haviam dois pequenos objetos metálicos posicionados em partes moles de Hálux.

Raio-X do pé de Bete, onde observa-se dois objetos metálicas nas proximidades do dedão.

 

Depoimento da Bete

“Eu e minha prima Débora fomos à uma discoteca num dia de sabado, no dia 14 de junho de 1986, e ao chegarmos la na discoteca nós iriamos nos encontrar com um amigo. Só que esse amigo não tinha ido naquele dia. Então nós tivemos que sair mais cedo da discoteca. Então, quando foi mais ou menos 23:30 da noite, nós resolvemos voltar pra casa, né? E nessa noite, eu ia dormir na casa da minha prima porque ficava mais próxima da discoteca.

Então nós saímos da discoteca e fomos pegar o ônibus. Nós ficamos no ponto do ônibus até mais ou menos 20 minutos esperando, e quando nós pegamos o ônibus, nós sentamos no banco de trás e nós fomos conversando né? Aí chegou um determinado momento que a minha prima, ela falou assim pra mim: Bete, olha aqui… que estranho aquela luzinha. Até parece que está seguindo o ônibus, porque, nós olhamos pela janela do ônibus e a gente via aquela luzinha acompanhando o trajeto do ônibus. Até eu olhei assim pra ela e falei assim: ah, Débora, deve ser um avião, um balão, qualquer coisa assim.

Aí deu até um alívio né?, que nós pensamos assim: ainda bem que isso aí foi embora, sumiu. Só que ao chegar lá na rua da casa da minha tia, que era uma rua sem saída, e no fundo tinha um campo de futebol enorme, né ? Aí quando nós chegamos lá nós nos deparamos com um objeto parado imóvel. É… ele estava assim, a mais ou menos a uns 5 metros de altura assim. Aí passou-se alguns anos né? A minha prima foi morar na Inglaterra e eu continuei morando aqui em São Paulo. Só que ela na Inglaterra começou a ter lembranças e imagens de seres e eu também comecei a ter lembranças, né? De seres. Aí nós resolvemos procurar um ufólogo. Aí foi quando nós fizemos a regressão de memória. Aí a gente conseguiu lembrar o que aconteceu quando a gente viu aquela luz parada lá no campo de futebol. E essa luz, ela, quando nós fizemos a regressão nós conseguimos nos lembrar o que tinha acontecido. E o que aconteceu foi o seguinte: quando nós nos deparamos com essa luz no campo de futebol, do objeto saiu da parte central dele, uma luz e pra frente tinha um ser, no chão, e outro mais perto desse cone de luz. E quando nós vimos aquilo nós nos sentimos impulsionadas a ir em direção daquilo, daquele objeto, daqueles seres. E nós fomos caminhando mesmo contra nossa vontade. Era como se algo assim nos chamasse. Aí nós entramos nesse cone de luz e a gente subiu flutuando no ar e entramos dentro do objeto e tinha mais outros seres lá dentro. Dois pegaram e conduziram minha prima para uma outra sala e outros dois me conduziram para outra sala. E nessa sala eles me deitaram numa espécie de cama baixinha sem nenhum outro apetrecho. E eu queria sair dali. Eu queria me movimentar, sair dali, mas eu não conseguia sair dali. Eu estava me sentindo assim apavorada de estar naquele local.

Ai esse que estava do meu lado se aproximou com uma espécie de fio, com um ganchinho na ponta com uma esfera pequenininha, do tamanho de um alfinete e ele foi se aproximando da minha narina. E quando eu vi ele se aproximando com aquilo eu fui ficando assim apavorada, porque da forma como ele veio eu senti que ele ia colocar no meu nariz. Aí ele foi se aproximando e foi colocando. E interessante que eu estava paralisada. Eu não conseguia me mexer. Aí ele foi colocando aquilo no meu nariz e tinha essa telinha que ficava mais ou menos numa posição de frente pra mim. E eu fui vendo. Aparecia o contorno da minha cabeça e o percurso daquilo que foi fazendo até mais ou menos aqui na base da minha nuca.

A bolinha ficou no meu corpo e depois de alguns anos, depois que eu fiz a regressão de memória que eu fiquei sabendo que isso tinha ficado dentro de mim, eu fiz uma ressonância magnética para saber se o objeto ainda estava dentro de mim. Só que o objeto já não estava”.

Neste depoimento, Bete refere-se ao implante colocado em sua cabeça durante a abdução ocorrida em 14 de junho de 1986. O vídeo original onde consta esta entrevista pode ser acessado no seguinte link:

Crônicas de OVNIs: Brasil – https://www.youtube.com/watch?v=ZJw33PIUBpQ

O Caso da Vila Cister

O artigo a seguir foi escrito pelo ufólogo Carlos Alberto Reis, para a revista Planeta Especial Ufologia, 153-C, de junho de 1985. Neste artigo,  a abduzida Bete Rodrigues é apresentada sob o pseudônimo de Liz, da mesma forma como aparece no capítulo 27 [pág. 173 à 176],  Livro Sequestros Alienígenas, de Mário Rangel, publicado pela Revista UFO.

 

Vila Cister: Os Encontros de Liz

Aos oito anos de idade, a menina Liz de Albuquerque testemunhou a visita à sua casa, na Vila Cisper, em São Paulo, de um pequeno ser saído de uma bola de luz. Seis anos mais tarde, em uma situação diversa, a mesma visão tornou a aparecer, travando um diálogo com a garota, parte do qual foi revelado sob hipnose. Embora não se possa descartar a possibilidade de um sonho, ou mesmo de se estar lidando com um elemental, as pesquisas feitas até aqui indicam que o caso tem natureza ufológica.

Os casos chamados do terceiro tipo enceram muitas dúvidas e questões até irrespondíveis, ainda mais quando são divulgados de forma conclusiva, ou seja, a pesquisa efetuada apresenta resultados definitivos. O envolvimento do homem com o fenômeno ufológico é extremamente complexo, delicado, sujeito à múltiplas interpretações: o ser humano é uma ponte entre duas realidades distintas e extremas: uma objetiva e outra subjetiva. Enquanto a primeira é a efetivação de um fato, a segunda é a interpretação desse mesmo fato, acrescido ou modificado por fatores estranhos a ele.

A casuística ufológica é o carro chefe de toda a pesquisa, o ponto de partida para tentar-se compreender o mecanismo básico. Ela não pode ficar restrita à uns poucos grupos que realizam a pesquisa de campo, confinada aos arquivos individuais, preservada dos estudos periféricos necessários.

O caso aqui apresentado reveste-se de detalhes interessantes, de pontos em comum com muitas outras ocorrências já relatadas e de domínio público. Ele não está nem estará concluído a médio prazo, pois a investigação continua, mas os dados reunidos até o presente permitem traçar algumas hipóteses.

Tudo começou em junho de 1984, quando fomos procurados por uma jovem que queria relatar suas experiências vividas anos atrás; nos encontros que se seguiram, pudemos observar que se tratava de um caso interessante. A jovem Liz de Albuquerque (pseudônimo), é uma moça sensível, educada, inteligente e consciente de seus atos; muito receptiva às nossas interpelações, atenta e acessível às considerações iniciais, embora não concordasse inteiramente com algumas delas.

Primeiro Episódio

À época de sua primeira experiência, ocorrida em 1972, Liz tinha apenas oito anos, o que explica a ausência de certos detalhes, ficando gravados em sua lembrança somente aqueles mais significativos.

Sem poder determinar a data exata, conta ela que certa noite, quando se preparava para dormir, teve uma “visita” inesperada: eram cerca de 22:30hrs e Liz, após ter assistido à televisão, encontrava-se sentada em seu beliche, observando seus pais e irmãos adormecidos. Na posição em que estava (ver diagrama fig. 1), podia ver parte da cozinha, e foi quando notou uma estranha e forte luminosidade se formando sob a mesa; por alguns segundos, aquela luz permaneceu inalterada, até que de “dentro” dela surgiu uma pequena criatura de cor verde (ao menos foi assim que ela lhe pareceu, pois poderia estar vestindo uma roupa daquela cor); usa estatura foi calculada em torno de 1,50m e mostrava uma declarada curiosidade pelo ambiente.

Passados alguns momentos, o estranho ser começou a andar em direção ao quarto, o que a assustou e fez com que se deitasse e se cobrisse toda, evitando gritar para não acordar seus familiares. Fez-se silêncio por instantes, o que levou Liz a pensar que a criatura tinha ido embora; ao descobrir-se levou um grande susto, pois o ser estava sobre ela, quase deitado, com o rosto bem próximo ao seu. Liz estranhou o beliche não ter balançado, pois para chegar até ela a criatura, conforme sua lógica, deveria ter subido pela escadinha lateral. Ela também não sentiu peso algum. A entidade afastou-se um pouco para o lado, “disse” alguma coisa inaudível, ao mesmo tempo que a garota gritava assustada, e “deslizou” rapidamente em direção à cozinha, embrenhando-se na luminosidade que persistia sob a mesa.

Mesmo vivendo uma situação tão traumatizante, Liz pôde captar pormenores importantes. A descrição geral da entidade não difere, a não ser em poucos detalhes, dos depoimentos habituais: olhos grandes, redondos e saltados, orelhas pequenas, lábios finos (“um traço apenas”), rosto afilado em direção ao queixo, com a parte superior da cabeça um pouco maior do que a humana, calva, sem pelos. Liz não pôde observar com detalhes as mãos, os pés e o nariz (nessas descrições a ausência do nariz tem sido constante, encontrando-se em seu lugar apenas uma pequena protuberância); a garota lembra-se apenas de ter viso manchas escuras na região do ombro, as quais pareciam ser de cor marrom, vermelho escuro, apresentando tons de bege. Mas Liz ressalta que não pode afirmar isso convictamente, da mesma maneira que não sabe dizer se o ser estava nu ou vestia roupa colante.

Perguntada como poderia ter percebido tantos detalhes num ambiente escuro, Liz informou que a janela do quarto não tinha cortinas e penetrava luz vinda de um poste nas imediações.

Assim que a criatura desapareceu na luminosidade, Liz desceu do beliche e foi ter com os pais, que já acordavam assustados com o grito. Estes não chegaram a ver nada, mas perceberam que algo de anormal havia acontecido com a filha, dado o seu estado emocional. Para tranquiliza-la (e a eles também) o pai foi até a cozinha, mas não constatou nada de diferente, nem cheiro estranho, ou qualquer vestígio suspeito. Compreensivelmente, ela não dormiu bem aquela noite, tendo a nítida impressão de que a criatura conhecia a casa, tinha pressa e estava preocupada com alguma coisa.

Nos anos seguintes a vida de Liz transcorreu normalmente. O fato não lhe trouxe nenhum transtorno de ordem mental, social ou psicológica e ficou adormecido na memória, até o dia de sua segunda experiência.

Comentários

Antes de passar à narrativa do segundo episódio, é necessário tecer alguns comentários iniciais. Dessa ocorrência pode-se deduzir que a jovem Liz sofreu uma experiência levemente traumática, se sequelas posteriores de qualquer natureza; os detalhes, analisados sob crítica visão científica, possibilitam levantar algumas proposições.

a) Não se descarta totalmente a hipótese de ter sido um sonho, embora a garota esteja convencida de ter vivido o fato, de ter gritado e descido do beliche. Também afirma que não estava deitada quando viu a criatura pela primeira vez, mas sentada, e fazia apenas alguns minutos que havia desligado a televisão. A ausência de peso da criatura e o fato de não ter sentido o beliche balançar não são fatos inéditos, pois a literatura ufológica está repleta de relatos semelhantes, e dá alta confiabilidade ao depoimento.

b) Não cremos tratar-se de fantasia, alucinação ou qualquer tentativa de brincadeira ou mentira, dado o convívio que temos tido com a depoente nos últimos meses, através do qual pudemos avaliar seu caráter e sua formação; na ocasião, ela gozava de boa saúde e não ingeria remédios de qualquer espécie.

c) Parece-nos também não ter-se tratado de manifestação espírita, pelas características físicas do ser. A eventualidade de estar-se lidando com um elemental não está afastada, estando reservada uma investigação posterior desse aspecto.

d) Tudo pode ser mesmo de natureza ufológica, com todas as sensações pertinentes; o quadro geral inclina à admissão dessa hipótese.

Segundo Episódio

Na segunda vez em que Liz se viu envolvida em um caso de contato a situação era diferente: tinha quatorze anos e estava a céu aberto, quando lhe surgiu a mesma criatura (ou semelhante à ela), mas de maneira menos chocante.

Num sábado, em meados do mês de maio, Liz passara todo o dia ouvindo musica com a irmã, conversando sobre o namorado, que estava viajando. À noite ela se encontrava só, passeando pelas obras da casa de uma tia, ao lado da sua; seus pais e irmãos estavam em casa assistindo a televisão. Por volta das 22:00hrs ela percebeu uma pequena luz branca a grande distância, e num gesto infantil acenou para ela.

Para seu espanto, a “luz” apagou e reapareceu mais perto (pelo menos deu essa impressão, pois a bola aumentara de tamanho). Isso se repetiu ainda outras vezes, e Liz viu que não era impressão, pois a bola de luz se aproximou até ficar a cerca de 5 metros dela, à sua esquerda, com dimensões não ultrapassando 2m de diâmetro e posicionada a cerca de 7m de altura; seu contorno era bem definido e não parecia ter luz própria, mas “refletida”.

Se Liz já estava assustada com essa aparição, ficou ainda mais quando uma “voz” vinda da luz lhe perguntou o que “ela queria deles”, num português perfeito. Instintiva e mentalmente, ela respondeu:

– Nada! Não quero nada.

Nesse momento, Liz se recordou apenas de ter ouvido mais alguma coisa, mas não soube dizer o que. Quando deu por si, a luz continuou estacionada no mesmo ponto; correu então para casa e pediu aos pais que acompanhassem e testemunhassem o que ela estava dizendo, mas não foi atendida.

Quando perguntamos à Liz por que seus pais não a seguiram, uma vez que eles sabiam que ela já tivera uma experiência mais forte, respondeu-nos que os pais são céticos com relação ao assunto, tendo o pai dito naquela oportunidade que devia “ser um balão…”.

Percebe-se, nesse segundo episódio, uma evidente lacuna no momento do diálogo, quando a memória de Liz se torna nebulosa e ela não se lembra de mais nada, a não ser de estar parada ali, observando a luz.

Revelações sob Hipnose

Diante disso, resolvemos levar adiante a investigação recorrendo à um hipnólogo. Quando indagamos a Liz se ela se submeteria a uma sessão de hipnose regressiva, esta aceitou imediatamente, para tentar desvendar esse mistério que se formara no momento referido. A utilização da hipnose é altamente produtiva, pois permite o esclarecimento de hiatos mentais e brechas do relato primitivo, desbloqueia traumas e acrescenta novas informações, longe de ser, entretanto, um soro da verdade.

Na noite de 3 de agosto de 1984, às 19hrs, fizemos uma reunião no apartamento de uma amiga de Liz, no bairro de Vila Buarque, em São Paulo, com a presença de um hipnólogo, da amiga e do namorado, e dos ufólogos Jaime Lauda, Claudeir Covo, além do autor deste artigo. Após alguns esclarecimentos iniciais feitos pelo hipnólogo com relação à metodologia utilizada e de algumas informações adicionais sobre o caso, teve início a hipnose propriamente dita. Vale ressaltar aqui que Liz se mostrou receptiva, disposta e suficientemente relaxada para permitir um desenvolvimento satisfatório do processo de indução. À medida que se foi aprofundando nos diferentes níveis hipnóticos, foram sendo feitos alguns testes práticos para uma perfeita avaliação, chegando à quinta etapa pela Metodologia de Duprat (1). No retrocesso cronológico a que foi submetida, retomamos o seu depoimento a partir do instante em que a luz estava parada à sua frente e logo após ter respondido “nada” à voz:

– “Se não queria nada, por que me chamou?” (Aqui surge uma pequena discrepância, pois a jovem não se lembra de ter ouvido me).

– “Chamei por brincadeira”, respondeu Liz.

Na sequencia, embora a sessão estivesse fluindo normalmente, percebeu-se uma espécie de “bloqueio”, pois a garota não conseguiu dar continuidade ao diálogo. Recorda-se apenas de ter ouvido algo como “o tempo é uma passagem para outros mundos” e uma outra frase que a marcou mais: “A escola terrena divide de maneira errônea as medidas do tempo”.

Liz afirmou ainda que não se lembrava de ter falado, mas pensado nas respostas, ou seja, estabeleceu-se aqui uma comunicação mental telepática. Num dado momento, a entonação da “voz” pareceu-lhe ligeiramente zangada, como a recrimina-la pela “brincadeira”. De repente, surgiu do meio daquela bola de luz um rosto, uma fisionomia conhecida – o mesmo ser que anos antes a “visitara”; sua expressão, porém, era mais suave, e Liz pareceu sentir que na verdade aquele não era o mesmo ser da vez anterior, mas não soube explicar o porque dessa sensação.

Ainda em estado hipnótico, foram-lhe feitas as seguintes perguntas:

“Eles utilizam o tempo como meio de locomoção?”

“Qual a origem deles?”

“Qual a finalidade de sua presença?”

“Pretendem voltar?”

Para todas elas, uma só resposta: Não sei!

Antes do término da sessão, Liz ainda informou que o rosto envolto na luz estava se desvanecendo e relatou que só via naquele momento a luz parada.

Na infância, Bete observa um objeto circular que ofusca a luz do sol.

 

COMENTÁRIOS

Dos dados obtidos nesse segundo episódio, podem-se destacar alguns aspectos que são bastante conhecidos e outros estranhos. O aparecimento da luz a distância e a sua virtual aproximação é até um fato comum, num certo sentido, mesmo dentro do perímetro urbano. Soubemos por outras fontes que várias pessoas já presenciaram luzes efetuando voos erráticos ou realizando manobras “inteligentes”, na mesma região em que ocorreram os dois eventos relatados aqui: na Penha, um bairro da zona leste de São Paulo.

Analisando ponto por ponto essa segunda experiência, primeiro isoladamente, depois em conjunto com a anterior, surgem algumas hipóteses que podem, senão explicar, pelo menos dar uma ideia do que de fato teria acontecido.

A razão de Liz ter acenado para a luz num atitude infantil e aparentemente sem nexo, poderia ser explicada pelo fato de ela sentir, naquele momento, a necessidade de uma companhia u a falta do namorado. Não se pode esquecer de que durante todo o dia ela ouvira musica – o que teria despertado um sentimento de saudade –, além de ter conversado sobre o namorado com a irmã.

Um momento que chama a atenção é quando a bola luminosa está próxima de Liz e deixa transparecer de seu interior a mesma fisionomia de anos antes. Isso não é comum. Mais recentemente indagamos a Liz se essa visão não seria fruto do seu inconsciente, reavivando na memoria um trauma antigo, projetando simultaneamente no espaço a visão daquele rosto. Mas ela não concordou com essa teoria, estando segura de ter visto a tal criatura.

Insistimos nessa ideia porque nossos argumentos se baseiam em estudos mais atuais, ligados à psicologia pura e à do inconsciente. Há nesse caso alguns aspectos intimamente associados, embora em situações diferentes. A “luz”, observada em ambas as ocasiões apenas por ela, e a “projeção” do rosto na luz, aventada porque, quando do primeiro encontro, a imagem do ser sobre seu corpo, fitando-a por cima, marcou-a profundamente, tornando-se uma cena que ela jamais esqueceu.

Ora, partindo do pressuposto de que da segunda vez ela se encontrava só ante a aproximação rápida da luz pode ter-se desencadeado a nível de subconsciente um pânico que a fez lembrar-se, em segundos, dos fatos passados.

Considerando-se ainda que a aparição de uma fonte de luz em circunstâncias especiais pode acarretar, dependendo do grau de envolvimento, um ligeiro desequilíbrio emocional, isso leva ao caminho da indução hipnótica que dirige e submete a testemunha a um comando externo, involuntário; esse “canal hipnótico” permite uma manipulação das chaves sensoriais. Ainda com relação ao aceno, o fato de a jovem ter feito esse gesto para uma luz que nem sequer havia identificado poderia ter liberado nela uma ansiedade de estar com alguém. Simultânea à compreensão de ter agido infantilmente, culpando-se e desculpando-se ao travar o diálogo mental: o que você quer? Nada!

Todas essas considerações não foram totalmente assimiladas pela garota, mas nem por isso ela se aborreceu.

No extenso trabalho de investigação de um caso, parece que a objetividade de um determinado fato é invariavelmente acrescida de fatores trazidos, consciente e/ou inconscientemente, pela própria testemunha. Em outras palavras, sabe-se hoje que, na depuração dos dados que compõem uma história, um alto percentual ou não faz parte do enredo original, tendo sido adicionado por conta e risco do envolvido ou tem explicações de âmbito psicossocial.

No presente caso, dado os contatos tidos com a testemunha, não se cogita que ela tenha acrescentado, deliberadamente, novos fatos à história original, mas não se afasta a hipótese de respostas na área da psicologia.

Quanto à mensagem relacionada como tempo, permanece aqui uma incógnita, embora haja elementos para conjeturas: Liz revelou que logo após o primeiro episódio começou a ter frequentes sonhos premonitórios, além de envolver-se com outros fenômenos paranormais. Certa vez sonhou que tinha ido à um cemitério colocar flores num túmulo cuja lápide ostentava uma foto redonda de um homem que ela não conseguiu identificar; uma semana depois, recebeu correspondência de parentes comunicando a morte de um tio, juntamente com o impresso tradicional: era a mesma foto do sonho. Em outra ocasião, Liz ouviu uma “voz” dizer-lhe: “Seu tio morreu”. Duas horas depois, chegou a notícia de um tio morrera no dia anterior. A maioria dos seus sonhos premonitórios é de natureza desagradável, conforme ela mesma observou.

Está claro que não se pretende fazer aqui qualquer tipo de relação entre seus dons paranormais e as experiências de contato, mas apenas mostrar que Liz é sensitiva, sujeita a envolver-se com fenômenos extra-sensoriais. É interessante observar que toda as ocorrências paranormais estão intimamente relacionadas com o continuum espaço-tempo, daí a mensagem poder ter origem em alguma fabulação mental espontânea.

 

Depoimento Pessoal de Bete Rodrigues

O artigo a seguir foi escrito pela abduzida Bete Rodrigues, para a revista UFO, 218, de dezembro de 2014, com o título:

 

Lembranças de uma Abdução

Minhas experiências ufológicas começaram quando eu tinha entre oito e 9 anos de idade, muito embora eu sequer imaginasse que o que acontecia comigo tivesse algo a ver com tal assunto. Na época, na década de 70, meu pai tinha comprado um terreno e estava construindo uma casa para a qual nos mudamos ainda antes de estar pronta. O bairro era a Vila Císper, localizado na zona leste da cidade de São Paulo. Naquela região não havia muitas casas, mas muito verde e algumas lagoas que hoje estão assoreadas. Uma tarde, após voltar da escola, enquanto brincava no terreno ao lado de casa, olhei para cima e vi algo que de imediato me deu a impressão de estar baixando ou caindo. O objeto, redondo e cinza, tampava a visão do Sol. Fiquei em pé por alguns segundos observando aquilo, sem saber do que se tratava.

Depois, só me lembro de correr para dentro de casa e de que, passado algum tempo, quando saí para ver se o artefato ainda estava lá, ele já havia partido. Só após muitos anos compreendi que havia visto um UFO. Na mesma época, em uma noite, pedi para minha mãe me deixar dormir um pouco mais tarde e ela concordou, pedindo que eu não fizesse barulho. Minha cama, um beliche, estava posicionada de tal forma que me era possível ver boa parte da cozinha. Sentei-me na beirada da cama e olhei em direção àquele cômodo da casa, que estava com a luz apagada, e vi que embaixo da mesa começava a se formar uma pequena luz branca, que depois se expandiu e ocupou todo o espaço sob o móvel. Em alguns instantes eu vi sair de dentro daquela luz um ser humanoide.

O Primeiro Contato

A inusitada criatura caminhava em direção ao quarto, olhando para todos os lados com um movimento corporal que demonstrava preocupação e curiosidade com o ambiente — ele era baixo e o tom de sua pele era uma mistura de verde musgo com cinza. O ser tinha algumas manchas marrom avermelhadas e bege escuras na parte superior dos braços e peito, cabeça grande sem cabelos, olhos arredondados e escuros, boca fina e pequena, braços que ultrapassavam a altura dos joelhos e seu corpo era magro, porém forte.

Quando vi tal criatura, de imediato deitei e me encolhi toda, cobrindo a cabeça com o cobertor como se ele fosse me proteger daquilo. Fiquei retraída por alguns minutos, morrendo de medo, até que resolvi descobrir a cabeça para ver se a entidade tinha ido embora, pois o quarto estava em silêncio. Ao fazê-lo, levei um susto, pois dei de cara com ela, que havia subido em minha cama. Normalmente, o beliche balançava quando eu ou minhas irmãs subíamos nele, mas a criatura parecia não ter peso. Ao dar de cara com a entidade, soltei um grito e ela, assustada, recuou com o corpo. Depois, jogando a cabeça um pouco para trás, começou a falar coisas que eu não entendi — suas palavras eram totalmente incompreensíveis para mim. Ela, então, deu uma olhada para a cama de meus pais e, antes que eles acordassem, desceu rapidamente do beliche e sumiu. Tudo aconteceu muito rápido.

Meus pais acordaram segundos depois e eu contei a eles o que tinha ocorrido. Meu pai, então, se levantou e inspecionou a cozinha inteira, principalmente embaixo da mesa, mas não tinha nenhum vestígio da presença do alienígena — ele simplesmente sumiu da mesma forma que veio. Depois disso, passei a ter medo de ficar acordada para assistir televisão e de ficar sozinha no escuro. Até hoje, me recordo muito bem do que aconteceu. Tempo depois, rememorando o episódio com a minha mãe, soube que no dia seguinte aos fatos eu desenhei o ser que havia visto e que ele era igual aos do tipo gray, hoje tão divulgados. Minha mãe ainda ressaltou que naquela época nós não tínhamos acesso a esse tipo de informação sobre alienígenas, o que torna mais curioso o fato de eu ter desenhado um deles. E ainda me perguntou por que aquilo apareceu para mim, já que eu era apenas uma criança?

No final da década de 70, quando eu já estava com 14 anos, comecei a observar que algumas luzes brancas sobrevoavam um morro em frente a minha casa — naquela época, a região continuava com pouquíssimas casas e com muito verde. As luzes começaram a chamar minha atenção porque sobrevoavam de uma ponta à outra do morro e às vezes se juntavam formando uma só para depois se separarem outra vez. Geralmente, eram duas ou três que surgiam quase sempre no mesmo horário, entre 20h00 e 23h00. Eu sabia que aquilo não era avião, balão ou algo semelhante e passei a observar o fenômeno mais atentamente.

Luzes Inteligentes

Um dia, por brincadeira, acenei para as luzes, pois queria saber se elas podiam me ver, e, para minha surpresa, uma delas se apagou e instantes depois reapareceu, mais perto de mim. O processo de apagar e reaparecer se repetiu até a luz ficar bem perto, em torno de 5 m ou 6 m de distância e a uns 7 m de altura. Era uma luz globular branca e silenciosa, com luminescência não irradiante e aproximadamente 2 m diâmetro. Ao vê-la parada à minha frente, percebi que eu estava paralisada — eu queria me mover e sair correndo dali, mas não conseguia. De repente, vi um rosto surgir no objeto e percebi que ele era bem semelhante ao do ser que eu tinha visto quando criança, embora não fosse o mesmo.

O alienígena, então, me perguntou o que eu queria deles e eu respondi que não queria nada. O diálogo foi totalmente telepático, pois não cheguei a mover meus lábios. Depois disso, eu só me lembrava de ter entrado em casa e contado para meus pais o que havia acontecido. Eles já estavam deitados e não quiseram sair àquela hora para averiguar. Contei esse episódio primeiramente para o ufólogo Jaime Lauda [Consultor da Revista UFO] e depois para o hoje ex-ufólogo Carlos Alberto Reis, que na época, ao pesquisar o caso, percebeu que havia um pequeno lapso de tempo em minhas memórias. Fiz, então, uma regressão com o hipnólogo Mário Nogueira Rangel. Durante a sessão, consegui lembrar-me apenas de duas novas frases, pois mesmo com a regressão eu continuava com um forte bloqueio — o que consegui me lembrar durante a hipnose foi a continuação do diálogo.

Durante o procedimento hipnótico, relatei que, após eu dizer que não queria nada deles, o ser respondeu com uma entonação um tanto aborrecida: “Se não queria nada, por que me chamou?” E eu respondi: “Chamei por brincadeira!” Hoje, mais de 30 anos após o episódio, percebo que levei uma leve bronca do alienígena por tê-lo chamado, acenando para eles, mas como eu poderia saber que a luz viria ao meu encontro? Sob hipnose lembrei-me também das seguintes frases “o tempo é uma passagem para outros mundos” e “a escola terrena divide de forma errônea as medidas do tempo”. Tais frases, que para mim são uma incógnita, ficaram em minhas lembranças como fragmentos de um diálogo que, infelizmente, não consegui recordar por inteiro.

Estranha Marca

Algumas noites após o contato com a luz, eu me preparava para dormir quando, ao olhar para a janela do meu quarto, uma veneziana de madeira que estava bem fechada, vi passar por ela uma pequena bola de luz. O orbe flutuou e parou em frente ao meu rosto por alguns instantes, tempo suficiente para eu memorizar o símbolo que se formou na pequena luz de 6 cm. O símbolo, ou emblema, era redondo e dividido em quatro partes, sendo que em duas partes opostas havia duas curvas de tamanhos e formas diferentes. As partes em que os desenhos se formavam apareciam em alto relevo em branco, e a parte baixa era em um tom de lilás com roxo. Aquela luz ficou parada à minha frente e eu mal acreditava no que estava vendo. Era uma imagem muito bonita. Alguns segundos depois, o orbe começou a vibrar com rapidez e em seguida se desfez — a impressão que tive foi a de que eu precisava memorizar aquele símbolo e de que aquilo vinha da parte dos seres que vira.

O alienígena me perguntou o que eu queria deles e eu respondi que não queria nada. O diálogo foi telepático, pois não cheguei a mover meus lábios. Depois disso, eu só me lembrava de ter entrado em casa e contado para meus pais o que havia acontecido.

Eu senti que aquela luz era controlada por algo externo, devido ao movimento que ela fez ao voar até chegar à frente de meu rosto. No dia seguinte, assim que acordei, desenhei o símbolo e guardei o desenho. Alguns anos se passaram e em 1991 comecei a sonhar com seres e a lembrar de um episódio que havia ocorrido comigo e minha prima Débora, fato que começou a me incomodar. Naquela época, Débora morava na Espanha e lá ela também começou a ter sonhos com seres em uma nave. Depois disso, procurei o ufólogo Claudeir Covo [Foi coeditor da Revista UFO, hoje falecido], que passou a pesquisar meu caso. Na ocasião, relatei a ele que em 1986 eu e minha prima tínhamos ido a uma discoteca que pertencia a um amigo dela, quando uma real abdução ocorreu.

Nós fomos à tal discoteca de ônibus, pois o amigo da Débora costumava levá-la para casa após determinado horário. Naquele dia, porém, ele não estava no local e como não tínhamos carona tivemos que sair antes das 23h00. Tomamos o ônibus no ponto em frente à casa noturna. Algum tempo após embarcarmos no veículo, vimos pela janela que havia uma luz acompanhando-o, coisa que nos chamou a atenção. Ao descermos do coletivo em nosso destino, olhamos para o céu e vimos que a luz que estava imóvel, não mais acompanhava o ônibus. Aceleramos o passo e percebemos que ela nos seguia de uma grande altitude.

Rompendo Anos de Silêncio

Em determinado momento, resolvemos mostrar a luz para um casal que estava sentado em frente a uma casa — eles olharam, acharam aquilo estranho e logo em seguida entraram em sua residência. Nós continuamos nosso trajeto a pé e depois de um tempo vimos que a luz havia sumido, o que nos deu um grande alívio, pois a casa de Débora era distante do ponto de ônibus e tínhamos que caminhar mais um pouco. Quando alçamos a rua sem saída onde ela morava, vimos ao fundo, onde havia uma enorme área verde e um pequeno campo de futebol, uma grande luz parada, flutuando sobre o terreno. A partir daí, só o que lembrávamos era de entrarmos em casa. Nós não sentíamos vontade de falar sobre o assunto e assim ficamos por alguns anos, até que passamos a ter lembranças que começaram a nos incomodar muito.

O pesquisador Covo, então, recomendou que fizéssemos uma hipnose regressiva com o hipnólogo e pesquisador Rangel, o que aceitei de imediato. Ao fazer a regressão, me lembrei de fatos que não consegui recordar fora do procedimento, como o de que, ao vermos a luz no campinho, mesmo estando com medo, começamos a caminhar em direção a ela. Nós nos sentíamos atraídas para lá e ao chegarmos perto, vimos que havia um ser embaixo da nave que nos olhava fixamente e apontava para cima — ele fez com que minha prima subisse flutuando por um cone de luz até o interior da nave e, em seguida, fez o mesmo comigo. Ao subirmos, vimos que havia três seres em pé dentro do veículo olhando para baixo, esperando por nossa entrada.

Quando adentramos o UFO, dois seres levaram Débora para uma sala e eu para outra. Havia três alienígenas me acompanhando. O interessante é que, mesmo querendo sair daquela situação, eu não tinha controle sobre minha vontade e não conseguia esboçar uma reação de defesa, como gritar ou sair correndo. Fui levada para um recinto na nave e deitada em uma cama ou mesa que era sustentada por uma haste central. Meus pés ultrapassavam o tamanho da mesa e ficavam um pouco para fora. Eu estava com medo, mas não podia fazer nada. Sentia-me, e estava, totalmente imobilizada.

Dentro da Nave

Os alienígenas não falavam comigo, mas se comunicavam entre si — eles estavam concentrados no trabalho que faziam. Um deles, que ficou ao lado de minha cabeça, me olhava atentamente. Em determinado momento, um dos seres colocou uma espécie de pulseira que julguei estar ligada a um aparelho que tinha uma pequena tela. Um dos estranhos que estava ao meu lado tocou meu nariz e em seguida senti minha narina direita dilatada. Outro deles tinha na mão um fio fino e transparente com um pequeno gancho em uma das pontas, que agarrava um objeto redondo bem pequeno, do tamanho da cabeça de um alfinete. Aquilo não parecia ser de metal, mas um pequeno cristal transparente ou algo semelhante. O ser, então, introduziu o tubo em minha narina direita, e eu não tinha como impedi-lo de agir. Eu sentia uma pressão dentro do nariz e era muito ruim. Um segundo ser ajudava o primeiro e o terceiro só observava.

Quando retiraram o tubo de minha narina, percebi que a pequena esfera não estava mais na ponta do instrumento. Ao lado de minha cabeça havia um aparelho com um pequeno monitor e por ele acompanhei o trajeto que o instrumento fez ao entrar em meu nariz. A pequena esfera foi introduzida e deixada bem próxima da parte baixa de minha cabeça, perto da nuca — pelo menos foi isso que pensei ao olhar o monitor. Depois disso, um dos seres espetou o meu dedão do pé direito, o que doeu um pouquinho. Eu imaginei que eles estivessem retirando uma amostra de sangue. Eu estava descalça, mas não me lembrava de ter tirado os sapatos. O tripulante que estava ao lado então retirou a pulseira e o que estava na cabeceira da cama fez um sinal com a mão, que eu só entendi quando ele o fez pela segunda vez — ele estava pedindo para eu me levantar.

A abduzida é levada à uma sala e seus abdutores a fazem sentar-se em uma mesa, onde a examinam detidamente.

Nua e Presa a um Aparelho

Sentei atordoada, com os pensamentos embotados. Olhei para meus pés e vi que meus sapatos estavam lá, no chão, mas não me lembrava de tê-los tirado. Coloquei-os, fiquei em pé e vi minha prima sendo levada para o local onde havíamos subido pelo cilindro de luz. Perguntei quem eram eles e o que nós duas estávamos fazendo ali. Eles não responderam. Um dos seres se aproximou e olhou fixamente em nossos olhos sem falar nada. Instantes depois, estávamos de volta ao campo sem saber como havíamos descido e a nave não estava mais lá. Senti que havíamos recebido uma ordem telepática para irmos para casa. Saímos correndo e eu me lembrei de que Débora tinha caído perto da entrada de sua casa, próximo a Kombi de seu pai. Ao chegarmos, ela estava com fome e sede e eu estava com muita sede. Bebi muita água e muito suco que estavam na geladeira.

Débora fez a hipnose regressiva logo após regressar da Espanha, no dia 05 de maio daquele ano, na presença de Covo, que documentou tudo em vídeo. Não presenciei a sessão para não influenciá-la ou causar alguma interferência em seu relato — aguardei o fim do trabalho em outra sala, no apartamento de Rangel. Em sua regressão, Débora relatou que foram coletadas amostras de sangue por meio de um aparelho que fez a extração sem que ela sentisse qualquer perfuração. Também tiraram uma pequena amostra de seus cabelos e lhe fizeram um exame clínico completo.

Quando retiraram o tubo de minha narina, percebi que a pequena esfera não estava mais na ponta do instrumento. Ao lado de minha cabeça havia um aparelho com um pequeno monitor e por ele acompanhei o trajeto que o instrumento fez ao entrar.

Como aconteceu comigo, Débora também se sentiu paralisada enquanto a examinavam. Segundo seu relato, eles olharam atentamente seus cabelos, boca e dentes. Os seres também examinaram e tocaram em seus olhos. Em determinado momento, ela se viu totalmente nua presa a um aparelho que, a meu ver, escaneava seu corpo. Ela não se lembrava de como tiraram suas roupas ou de como eles as recolocaram, exatamente como aconteceu comigo e meus sapatos. Ela perguntou aos alienígenas, em determinado momento, por que a haviam escolhido, mas também não obteve resposta.

Após o exame, minha prima não viu mais os seres, que acionaram alguns botões em um grande painel que havia na sala. Ela os descreveu como tendo olhos grandes e pretos, mãos com somente quatro dedos e com uma espécie de pele entre eles, e que não tinham unhas. Disse também que os alienígenas tinham a cabeça grande, sem pelos ou cabelos, lábios finos, boca pequena, pescoços finos e longos. Seus braços e pernas eram finos e longos e seus pés eram feios e pareciam estar descalços. Um dos seres acionou um botão que abriu a porta e Débora saiu, mas não me viu. Ela só se lembrava de estar caminhando ao meu lado, perto de sua casa e de que tinha escorregado e caído em uma pequena valeta perto da Kombi de seu pai. Lembrou-se, também, de que ao chegarmos em casa ela comeu bolo, tomou café com leite quente e que eu bebi alguma coisa que estava na geladeira. Ela disse que fomos deitar sem termos vontade de falar a respeito do que havia ocorrido conosco e que assim ficamos por alguns anos, sem tocarmos no assunto.

Implantes Alienígenas

Algum tempo depois da hipnose regressiva, Mário Nogueira Rangel, ao continuar a pesquisa sobre o meu caso, leu o livro Abduction: Human Encounters with Aliens [Abdução: Encontros de Humanos com Aliens, Scribner, 2007], escrito pelo professor de psiquiatria de Harvard, doutor John E. Mack, e nele encontrou desenhos feitos por dois abduzidos hipnotizados Mack, Julia e Dave, reproduzindo exatamente o mesmo instrumento que eu desenhara — um equipamento que havia sido inserido pela minha narina. Rangel, na ocasião, enviou cópias a pessoas interessadas no Brasil e Estados Unidos e uma carta sobre o assunto para o doutor Mack, que acusou recebimento.

Mais tarde ele me perguntou se eu poderia tirar um raio-x do dedão do pé direito, no qual tinha sentido uma picada durante a abdução. Eu, então, pedi ao ufólogo doutor Max Berezovsky [Já falecido] que me fornecesse um pedido de exame para eu poder fazer a radiografia. Realizei o procedimento em dois locais diferentes e, para minha surpresa, a imagem acusou dois corpos metálicos nas partes moles do hálux — isso aconteceu em ambos os exames, feitos em clínicas diferentes. Os objetos eram bem pequenos e metálicos. Entreguei os raios-X para Rangel e algum tempo depois conheci o doutor Roger Leir [Foi consultor da Revista UFO, já falecido], especialista em implantes alienígenas, com quem troquei alguns e-mails.

Quando veio ao Brasil, Leir, que era podiatra, examinou o dedo do meu pé e se ofereceu para remover os objetos, mas eu não quis tirá-los e eles permanecem comigo. Não sei se essa decisão foi correta, mas não sinto vontade de removê-los desde o momento em que tomei consciência da sua existência. Não sei por que isso está em meu corpo, mas não tem me prejudicado ou causado qualquer problema de saúde. Acho que devo fazer parte de alguma pesquisa ou experiência por parte de meus abdutores, pois eles têm me acompanhado desde a infância, embora não saiba que critérios utilizaram para me escolher — não teria sentido eles fazerem o que fizeram sem terem uma motivação ou um objetivo maior. Em todo tempo, o comportamento deles indicou que eram uma espécie de cientistas fazendo seu trabalho seriamente e com muito empenho.

Não sei o que há por trás de toda esta história. Não sei quais são seus propósitos reais ou o que estão incumbidos de realizar. Porém, algo que jamais esquecerei é o olhar profundo daquele alienígena que olhou fixamente em meus olhos. Um olhar tão profundo que parecia que vasculhava todo o meu ser, minha mente, minha alma. Essas são partes de minhas lembranças que jamais serão esquecidas.

O ufólogo e hipnólogo Mário Rangel

 

Referências:


  1. RANGEL, Mario. Sequestros Alienígenas – Investigando Ufologia com e sem hipnose. CBPDV, 2001.
  2. REIS, Carlos Alberto. Vila Cister: Os Encontros de Liz. Revista Planeta Especial Ufologia, São Paulo, nº 153-C, p. 6-10, junho 1985.
  3. RODRIGUES, Bete. Lembranças de Uma Abdução. Revista UFO, Campo Grande, nº 218, dezembro 2014.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

vinte − seis =