Incidente em Exeter

Por: Jackson Camargo Comentários: 0

Em 3 de setembro de 1965, ocorreu um impressionante caso de avistamento coletivo nos arredores da cidade de Exeter, no estado de New Hampshire (EUA).

Em 3 de setembro de 1965, três pessoas ocorreu um dos mais importantes casos da Ufologia estado-unidense. O caso ocorreu por volta das 2 horas da manhã e envolveu dois policiais da localidade de Exeter, New Hampshire, e um morador local.

A repercussão do caso foi tão grande na época que chamou a atenção das autoridades e da mídia. A Força Aérea dos Estados Unidos investigou o caso, através de seu projeto Blue Book, e utilizando-se de seu protocolo padrão tentou inutilmente desmistificar o caso que permaneceu um mistério. Alguns anos mais tarde o episódio foi retratado no filme Contatos Imediatos de 3º Grau, de Stephen Spielberg, em suas seqüencias iniciais.

A primeira testemunha deste caso, o jovem Norman Muscarello, estava pedindo carona na estrada que vai de Amesbury, Massachusetts, a Exeter, New Hampshire, onde morava. Naquele horário havia poucos carros transitando na rodovia 150, sendo que Norman percorreu parte do caminho a pé. A aproximadamente 3 quilômetros de Exeter, Muscarrelo observou luzes avermelhadas, de grande tamanho, surgindo por trás das árvores. O estranho objeto pairou sobre uma casa próxima, de propriedade de Clyde Russel, iluminando-a com uma intensa luz avermelhada. Tal objeto era bem maior do que a residência sobre a qual pairava, tendo um tamanho estimado de 30 metros de comprimento. Ao longo da fuselagem do objeto haviam luzes vermelhas que piscavam seguidamente.

O estranho objeto seguiu na direção da testemunha que assustada jogou-se em uma valeta lateral da estrada. Ao olhar novamente na direção da residência, Muscarello percebeu que o objeto havia desaparecido. Ele correu em direção à casa da família Russel, mas ninguém atendeu à porta. Ele então correu à estrada e sinalizou para um carro que passava. Um casal deu-lhe carona até Exeter onde chegou, em pânico, à delegacia onde narrou o ocorrido.

O oficial de plantão, Reginald Toland, de início não acreditou na história do rapaz, mas resolveu chamar um carro de patrulha pois verificou que ele estava realmente muito assustado. O policial patrulheiro Eugene F. Bertrand, logo ao chegar à delegacia relatou que durante sua patrulha encontrou um carro parado numa rodovia e dentro dele uma senhora apavorada por ter sido seguido por um cintilante objeto de luz vermelha intensa. Ela foi seguida por 20 Km, de Epping, New Hampshire até as proximidades de Exeter, onde desapareceu em alta velocidade em direção ao céu. Em seguida, Bertrand e Muscarello seguiram para a região onde o jovem havia observado o aparelho.

Ao chegar ao local, tudo parecia estar em ordem. Bertrand contatou Toland pelo rádio. Em seguida seguiu com Muscarello em direção à propriedade de Carl Dining verificando que tudo estava em ordem. Bertrand acreditava na possibilidade de Muscarello ter visto um helicóptero e tentava convencê-lo disso. O jovem negou esta possibilidade pois conhecia bem helicópteros e aviões e não teria confundido. Durante esta discussão, cavalos que estavam num curral próximo começaram a relinchar e a dar coices, ao mesmo tempo em que cachorros das redondezas começaram a uivar. Foi nesse momento que o objeto reapareceu.

Desta vez, Muscarello e Bertrand observaram o objeto surgir por trás de algumas árvores. Era redondo e muito brilhante e foi lentamente se aproximando das testemunhas. Bertrand, assustado, sacou sua arma e fez menção de disparar, mas desistiu e puxando Muscarello pelo braço e seguindo em direção ao carro. Ao chegar no veículo contatou a central e impressionado relatou o que estava acontecendo. O objeto, por sua vez manteve-se flutuando a 100 metros distância, a 30 metros de altura, silenciosamente e piscando suas luzes avermelhadas. As luzes eram tão intensas que era impossível estabelecer com exatidão a forma do objeto. “Era como tentar descrever um carro à noite com os faróis acesos diante dos seus olhos”, declarou mais tarde.

Devido ao estado de espanto demonstrado pelo rádio, um outro patrulheiro, David Hunt, resolveu seguir até o local onde o avistamento estava ocorrendo. Ao chegar ao local o objeto ainda estava lá. “Eu vi mesmo aquelas luzes pulsando. Ouvi os cavalos agitando-se na estrebaria. Os cachorros latindo. Aí ela começou a se mexer, devagar, logo acima das copas das árvores. Enquanto fazia isso, balançava. Uma coisa de dar arrepios. Isso é coisa que um avião não é capaz de fazer”, declarou posteriormente.

Eugene Bertrand, apesar da estranheza do evento, tentava manter os pensamentos em ordem. “Sua razão lhe diz que aquilo não pode ser verdade, mas você continua vendo. Eu dizia ao Dave: O que é isso Dave? O que você acha? Ele dizia não sei. Nunca vi um avião assim, sei que eles não mudaram tanto desde a minha baixa”. Eugene Bertrand foi oficial da Força Aérea Americana, portanto muito apto a reconhecer aeronaves civis e militares.

O objeto seguiu em direção a leste desaparecendo sobre o Oceano Atlântico. Pouco depois, um avião B-47 passou sobre o local em direção a Base Aérea de Pease. A diferença era muito clara entre o OVNI e a aeronave comercial.

Nesse meio tempo, o oficial de plantão Toland, recebia ligações relatando novos avistamentos. Uma das ligações era realizada por uma telefonista que atendera um homem que estava tão assustado que mal conseguia descrever o que estava ocorrendo. Não sabe-se se a ligação caiu ou o homem fugiu depois de declarar à telefonista que um disco voador brilhante e avermelhado estava se aproximando de sua posição. A ligação havia sido realizada a partir de um telefone público na região de Hampton, a 12 quilômetros a leste de Exeter. Após receber este relato, Toland comunicou policiais da área de Hampton e da base aérea de Pease.

No dia seguinte, oficiais da Força Aérea Americana entrevistaram os envolvidos mas não prestaram qualquer declaração. A mídia acompanhou com entusiasmo o caso, divulgando o evento nos dias seguintes. Não tardou para que céticos se manifestassem negativamente em relação ao caso. Um repórter local publicou uma versão em que atribui o avistamento do OVNI à um piloto que costumava voar na região de Exeter puxando uma faixa publicitária iluminada. Em sua versão ignorou a ausência de detalhes, a capacidade de pairar estaticamente sobre qualquer local e a intensidade luminosa do OVNI. Mais tarde, durante investigações contatou-se que o avião alegado encontrava-se em terra no momento em que se deu o episódio.

Algum tempo depois, a USAF emitiu outra versão, tentando desacreditar o caso. Nesta versão alega que o objeto observado era na verdade um B47 aproximando-se para pouso na Base. Essa explicação foi rapidamente refutada pois todos na cidade estava acostumados com a presença deles, visto que em Pease, era sede de um esquadrões de B47 e de B-52. Além disso, outras testemunhas do OVNI de Exeter denunciaram a presença de aviões de caça que realizaram manobras no local por volta das 2:30 horas. A Base Aérea de Pease não era sede de esquadrões de caças, portanto estes aviões foram enviados de outra base aérea com objetivos claros logo que o OVNI surgiu sobre a região.

Entre tantas versões muita coisa foi de fato entendida e explicada. O chamado Incidente de Exeter permanece como um dos mais importantes casos da Ufologia estado-unidense, e como um exemplo claro do modus operandi do governo americano em sua política de acobertamento de fatos ufológicos.

Representação de um dos avistamentos ocorridos em Exeter, em 3 de setembro de 1965.

 

Local onde Dave Hunt parou seu veículo na madrugada de 3 de setembro de 1965

 

Marca deixada no local de pouso pelo objeto

 

Eugene Bertrand aponta o local onde parou o carro e de onde era possível ver o OVNI.

 

Jornal da época relatando o episódio

 

Um dos locais de avistamento em fotografia recente.

 

 

Da esquerda para a direita: Normal Muscarello, Dave Hunt, Eugene Bertrand. Sentado: Reginald Toland.

Referências:


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

vinte + 1 =