Noite Oficial: Entrevista com o Controlador Sérgio Mota

Por: Jackson Camargo Comentários: 0

Sérgio Mota da Silva era Sargento da Aeronáutica, controlador de voo e estava de serviço na noite de 19 para 20 de maio de 1986. É uma das testemunhas centrais dos eventos relacionados à Noite Oficial dos OVNIs.


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Por Jackson Luiz Camargo – ufojack@yahoo.com

 

Por volta das 18 horas da noite de 1986, o então Sargento Sérgio Mota da Silva iniciava mais um turno de trabalho na Torre de Controle de São José dos Campos (SP). Ele não imaginava que aquela noite de 19 de maio seria uma das mais memoráveis de sua vida. Acostumado com as rotinas do Controle de Tráfego Aéreo, ele reconhecia a existência do Fenômeno UFO e das implicações desse enigma dentro de sua profissão. Logo assumiu seu posto e uma das primeiras ações do seu turno foi gerenciar a decolagem do voo 703, da Rio-Sul, com destino ao Rio de Janeiro (RJ).

Foi nesse momento que Sérgio observou um foco de luz parado no céu a noroeste de São José dos Campos, e que assemelhava-se à um farol de aeronave visto de frente. Aquela estranha luz permaneceu parada no céu, intrigando-o, pois se fosse um avião seria perceptível seu deslocamento. Devido à estranheza do fato e aos protocolos de identificação de objetos aéreo, sejam aeronaves ou UFOs, propriamente ditos, ele ligou para a Torre de Controle do Aeroporto de Guarulhos, para confirmar se havia algum tipo de tráfego de aeronave, seguindo para pouso naquela cidade e tendo como rota de aproximação a região de São José. Após a negativa do operador, o controlador forneceu maiores detalhes do que estava observando naquele momento, descrevendo-o como um farol esquisito. Enquanto falava com o operador de Guarulhos, o objeto desapareceu e tornou a aparecer, desta vez com um brilho mais intenso. O que se seguiu, ao longo de toda a noite, nas palavras do próprio Sérgio Mota, foi um verdadeiro festival dos discos voadores, que perdurou até o amanhecer do dia seguinte.

Sérgio Mota da Silva na torre de controle de São José dos Campos

 

Ao sair do seu turno de serviço, ele permaneceu no escritório, junto ao seu oficial superior, Tenente Domingos, onde permaneceu, até por volta das 10h30 redigindo seu relatório sobre os eventos por ele vivenciados. Em dado momento, os repórteres chegaram ao local, pedindo ao oficial superior que informasse o nome do controlador de voo, em serviço naquela noite e que teria testemunhado fenômenos insólitos ocorridos no céu, ao longo da noite.

Como Tenente Domingos recusou a informação, ele permaneceu quietinho, na mesa ao lado, redigindo seu relatório, enquanto os jornalistas insistiam no acesso à informação junto ao oficial superior.

Ao longo dos anos, o controlador de voo Sérgio Mota manteve discrição, acompanhando de longe o meio ufológico, inclusive assistindo congressos ufológicos, incógnito na platéia. Frente à imprensa também manteve-se discreto, sendo que sua primeira entrevista pública, embora ocultando seu rosto, sobre os fatos de maio de 1986 só ocorreu em Maio de 2016, em uma entrevista para o programa Fantástico, da Rede Globo, e que pode ser conferido no Canal Jackson Camargo, e também logo abaixo:.

Sua segunda participação pública ocorreu em 16 de abril de 2021, no programa do Ratinho, que na ocasião fez uma matéria especial sobre o caso, marcando os 35 anos da chamada Noite Oficial dos OVNIs. Neste programa, pela primeira vez, o Sargento Sérgio Mota da Silva mostrou-se publicamente, apresentando detalhes de sua experiência naquela noite e informações sobre os dias seguintes à Noite Oficial. O vídeo da reportagem do programa Ratinho pode ser visto, também no Canal Jackson Camargo, e também logo abaixo:

 

Em 5 de outubro de 2021, pudemos entrevistar o controlador de voo Sérgio Mota da Silva, em sua casa, no interior do estado de São Paulo, em uma cidade próxima à Campinas. Uma pessoa culta, educada e gentil, que nos recebeu bem e falou sobre vários assuntos, notadamente a Noite Oficial dos OVNIs e os fatos por ele vivenciados. Alguns trechos no começo e no final da entrevista foram omitidos, tanto pra preservar aspectos pessoais quanto por solicitação dele, pois envolviam outras pessoas, militares ou pilotos, que não devem ser expostos publicamente, em função de suas profissões e por questões de privacidade a qual respeitamos.

Vamos à entrevista:

 

O primeiro objeto apareceu que horas, mais ou menos?

Há… por volta de 18 horas, mais ou menos, a hora que eu subi para render o colega. Ele saiu às 18, né? Foi na hora que eu subi, eu já, com o Sol baixando, escurecendo, e o cara lá, brilhando. Eu perguntei pro cara e esse avião chegando… e esse tráfego aí e ele disse que não tinha nada.

 

Então já logo no começo dos áudios existe um corte na gravação, alguma coisa assim? Porque eu marquei em uma planilha o tempo dos registros de acordo com o áudio e o avião do Ozires pousou às 21h30, mais ou menos né?

Por aí…

 

Então, existe um lapso de tempo nos áudios.

É. Tem um pouco de tudo naqueles áudios lá, sabe? Tem qualidade baixa de áudio, tem distorção de áudio por conta da fita de gravação que era usada na época, que eram fitas magnéticas e também houve corte de gravação, por isso essa divergência de horários.

 

Até que horas durou o avistamento. Até que horas eles apareceram?

Ah… Já estava amanhecendo o dia. Era cinco e pouco da manhã  foi a hora que já não vi, porque estava clareando e não conseguia ver mais nada. E o pessoal do radar informou que eles estavam desaparecendo. Os caças já tinham pousado, porque os caças não pegaram nada, não chegavam perto, não conseguiam fazer nada, então voltaram. Aí foi o comentário que o outro (caça) quase tinha caído por lá. Acabou a festa por volta das cinco e qualquer coisa da manhã. Eu, às seis horas saí de serviço. O cara que chegou pra me render já sabia da confusão. Já tinha sido avisado pra ele o rolo que estava acontecendo na torre. Durante a noite chegou mais um suboficial que ficou comigo lá um tempo acompanhando, depois meu chefe chegou também. No tempo em que eu estava sozinho, fiquei como um doido desesperado lá, tentando atender telefone, falar com todo mundo ao mesmo tempo. Eu fiquei com três telefones fora do gancho, falando com os três ao mesmo tempo. Enquanto o Ozires estava voando, eu ficava com um telefone e um microfone. Mas depois, quando a gente pousou, eu fiquei com três telefones. Aí então eu falava com São Paulo, Defesa Aérea e Centro Brasília, falando com os três ao mesmo tempo. Eles falavam: “está vendo em tal lugar?”…Ai eu falava: “estou vendo”… Aí Brasília: “Eu não to vendo” e depois: “agora to vendo…”.

 

O que mais lhe impressionou naquela noite?

Foram aqueles caras lá né? Com quem eu consegui interagir. O fato de que eles… Quando o pessoal me perguntou o que eu acho disso, eu não sei . Eu não acredito nos homens verdes, digamos assim. Mas aquelas coisas eram comandadas de modo inteligente. Não eram coisas aleatórias. E pra mim uma prova é o fato de que eu consegui interagir com três deles. Eles simplesmente respondiam aos meus comandos de balizamento de pista. Então, se não fossem inteligentes,  ignorariam aquilo que eu estava fazendo. E talvez também aquilo que eu acredito hoje em dia… Telepatia? Não sei. Mas de algum modo eu quis interagir com eles e eles responderam. Então, eu acho assim mais interessante, como coisas que o Gerson Maciel de Brito comentou, né? Há alguma forma de inteligência nesses fenômenos. Que tecnologia eles tem? Quem sabe? Sem chance de entender o que eles são de fato, né? Porque o comportamento deles era interessante. Eles faziam curvas absurdas, né? O ser humano, a estrutura do ser humano não resistiria à essas curvas, mas será que não existem vidas com outras consistências orgânicas, que estejam imunes à esses efeitos de aceleração que nós estamos sujeitos? Não sei.

 

Pois é. Talvez anulando a gravidade no ambiente interno…

Ou talvez o que alguns militares americanos já aventaram… Nós fazemos drones. Quem sabe eles também não tenham drones? Quem sabe essas coisas não são drones? Nós temos… Eu estava vendo essa questão dessa guerra lá na região da Europa lá, acho que na região do Kosovo, tem guerra naquela área, e tem relato de um drone autossuficiente que matou seres humanos. Ele escolheu os alvos e abateu. É o primeiro caso, parece, relatado de máquinas, agindo de modo independente, abaterem seres humanos. Se nós fazemos drones com essa capacidade, o que será que tem por aí solto, né?

 

E aquele caso do voo rasante, próximo à torre?

Ao lado da Torre tem os hangares da Embraer. Em outro lado tem a REVAP (refinaria do Vale do Paraíba). Ele passou na altura dos vidros da torre, só que afastado, né?. Parecia realmente alguma coisa sólida. Mas eu já não sei dizer se era ou se não era.

Sérgio Mota da Silva na torre de controle de São José dos Campos

 

Certo. E aquele que passa um ou dois objetos voando baixo, que deixam impressionado?

É esse cara. Ele passou do lado da torre. Três luzes.

 

E nesse momento que ele passou, tinha mais dois objetos?

Não. Eram ele. Era… Eles vinham… Assim… Tinha dois atrás e um na frente. Um triângulo. E passaram.

 

A então você falava no áudio os objetos voando em ala é então por que era triangular então? Não era três objetos então. Era um?

Eu acho. Quando eu vi, eu pensei que eram três [objetos]. Quando passou do lado tinha impressão que era um. E ele tinha um na frente… Como as luzes de um avião. Eram as luzes dele. E a impressão que tinha é de que era um objeto sólido porque eu não vi direito as luzes da refinaria além dele. Era como se ficasse escuro na hora que ele passou. Então fiquei na dúvida, se era três objetos ou um objeto com três luzes. Eu fiquei na dúvida. Até hoje eu fico meio na dúvida com aquilo ali. Mas aparentemente, a princípio eram três objetos voando juntos. Quando o Ozires vem, eu vejo uma luz. Quando o Ozires vem pro pouso, eu vejo duas luzes. Quando passa do lado da torre, o cara vira e aí eu vejo duas, uma embaixo, uma em cima e uma na frente. Era um triângulo. Então, era um cara inteiro, único, ou são três? Porque eu vejo, eu vejo dois e ai quando ele passa e vejo três.

 

Tem duas histórias que eu ouvi, envolvendo a Noite Oficial e que eu não consegui confirmar. A primeira é de que americanos vieram para ajudar a investigar o caso.

Ouvi falar também. Não sei se é verdade.

 

Eu tentei e até citei no livro e coloquei como sendo algo, como sendo boatos assim. Não tem nada de comprove aquilo, então, ficou ao critério do leitor acreditar ou não.

O que pode ter acontecido. Pode ter vindo realmente alguém vindo até aqui, para São José dos Campos investigar isso. Como também não, porque no Centro Técnico Aeroespacial na época, nós recebíamos constantemente aviões militares de fora. Recebemos pessoal da Força Aérea Norte Americana, recebemos pessoal do Peru, pessoal de outros países da América do Sul. O pessoal na época, a fábrica operava produzindo aeronaves do tipo Tucano e havia muitos compradores. O Brasil estava participando de competições internacionais para comprar esses Tucanos. Então, volte e meia tinha alguém estrangeiro aqui. Principalmente americanos, estavam aqui. Volte e meia eles estavam aqui. O que pode ter acontecido é algum repórter ter visto uma aeronave militar lá estacionada no pátio das autoridades e linkou as coisas, né. “Os americanos estão investigando”. Então, pode ser isso.

 

Outra história é sobre filmagens que teriam sido feitas naquela noite, daqueles objetos. Chegou a ouvir algo assim?

Não cheguei a ouvir comentário. Mas naquela época nós tínhamos instalações de pesquisa e muitas delas dispõem de sistemas de filmagem, para telemetria. Na época se fazia telemetria de aviões, e experiências. Os caras tinham instalações de filmagens, havia câmeras lá no campo de provas de motores de foguetes, então todos os lugares lá dentro havia câmeras externas. Até câmeras de segurança mesmo das próprias instalações. Pode uma destas câmeras ter captado alguma coisa. Não descarto isso. Mas que alguém filmou, pode ter acontecido, mas eu não ouvi alguém falar.

 

E aquela informação sobre o UFO de 11 Km?

É verdade. O que aconteceu… Na noite em que eles voltaram, na segunda noite, no caso, 10 noites depois, os caras voltaram, os caças não foram atrás, ninguém saiu. O Comando da Aeronáutica disse que ninguém ia. E esse colega me reportou pelo telefone: “Bicho, apareceu um troço no mar, lá perto de Santos e pelo radar aqui, aquilo tem uns 11 km de diâmetro. É gigantesco. E os outros objetos estão todos corrigindo pra ele. Tá todo mundo voando na direção dele”. Então, os 20 e tantos objetos que estavam voando na área, na hora que ele apareceu no radar do nada, ele apareceu chegando, os caras cruzaram pra ele. Quando todos se fundiram, a chamada fusão de alvos, quando eles se fundiram, aí aquilo desapareceu do radar como um passe de mágica. Assim como surgiu do nada, pro nada foi.

 

Nossa, 11 Km é gigantesco.

É. E também não foi relatado nada pelo pessoal. Eu mesmo não relatei nada, porque não foi na minha área, eu não vi nada. Eu não podia relatar o que o colega disse pra mim que tinha visto. Então não relatei.

 

Tem informações de pessoas que viram, lá da orla de Santos (SP), viram um objeto grande sobre o mar, mas não tinha noção do tamanho. Não tinha noção de distância, então não podia dizer o tamanho da coisa.

É… Ele estava pertinho do litoral. O colega disse que ele estava muito perto de Santos (SP). E na época ainda, a Base Aérea, ainda havia a Base Aérea de Santos, e havia a Torre de Controle em Santos. Só que eu acho que naquele horário, a Torre estava fechada. Senão provavelmente o operador da torre teria visto objeto lá sobre o mar.

 

Nossa. Interessante. E os tamanhos dos objetos da Noite Oficial?

Cara… Uma brazinha de cigarro. Só um pontinho vermelho passando. A maior parte pontinhos vermelhos. O único que era destacável e que era muito bonito pela qualidade do brilho dele foi o que eu avistei, que eu descartei ser um avião, porque a olho nú eu olhava e via um farol. Dava aquelas variações como se fosse uma aeronave se movimentando. Aí quando eu botei o binóculo pra olhar ele não era o farol de um avião. A luz variava em todas as direções e ficava mudando de cor o tempo todo. Ficava azul vermelho, branco, amarelo. Ficava fazendo aquelas mudanças de cor. Como se estivesse cintilando. E quando eu tirava o binóculo ficava só aquele foco branco, com algumas variaçõezinhas. Quando eu botava no binóculo e amplificava, ele vibrava o tempo todo. Aí eu falei, isso não é avião. Farol de avião não é como isso. Isso é qualquer coisa, menos um avião. E com o passar do tempo aquilo foi quase que… Eu olhava para aquilo e falava isso não é avião. Eu não to alucinando e os caras estão dizendo que não estão vendo nada.

 

E qual a explicação para estes eventos, na sua opinião?

Houve um caso ocorrido aqui em Campinas (SP), pois eu trabalho no aeroporto de Campinas, e o que aconteceu lá, envolveu três colegas. Eu e mais três colegas. Eu estava na posição Torre, trabalhando, pousando e decolando avião. Aí uma colega vira e diz assim: “Ô Mota e aquela história lá de São José dos Campos (SP)?” Aí eu olhei pra ela e disse: “Que isso menina? Que história de São José dos Campos?”… “Ah. A história dos OVNIs em São José…”. Eu nunca tinha falado no assunto com ninguém. Eu olhei pra ela e falei: “Como é que você está sabendo essa história?”. “Ué… Tá na Internet!”. “Como na Internet?”. “Ah… O Comando da Aeronáutica está liberando e tem o livro de ocorrência lá na Internet”. Aí catei o celular e olhei lá o livro de ocorrência. Fotocópia da página do livro. E falei: “É mesmo… Estão divulgando”. Ela disse: “conta pra gente?”. Aí fui contando pra eles e a gente trabalhando. Em um dado momento… Então, tinha uma colega à minha esquerda, e mais duas colegas à direita, uma controlando o tráfego de aviões no solo, eu cuidando do pouso e decolagem, a outra a me auxiliar, e a outra lá do lado dando autorização de tráfego para os aviões, ou seja, aprovando os planos de voo. E atrás, um encarregado da equipe. Eu contando pra elas o que tinha acontecido e de repente, na frente da torre, acima de Campinas (SP) acendeu um farolzão, azulado, monstruoso, na frente da torre. Aí todo mundo falou: “O que é aquilo? Vocês estão vendo luz é? Estamos vendo”… O cara fez um movimento bem grande na nossa frente. Começou a subir devagarinho, virou assim pra cima e vupt pro céu. Mas, disparou pro céu como um raio. Aí eu fiquei pensativo: “Puxa, que luz é essa”, e todo mundo abaixou para olhar o cara sumir no céu. Passou assim no meio das nuvens e disparando pra cima. E pela nossa experiência em aviação, aquilo não era avião, aquilo não era helicóptero, aquilo não era balão com cangalha, não era nada. Porque o cara fez assim, acendeu na cara da gente, aquele farolzão gigante, fez assim, virou pra cima o farol, só uma parte final estávamos vendo, outra parte virada pra cima, iluminou as nuvens e subiu.

 

Não apareceu no radar?

Nada. Nada. Zero radar. Nós olhamos no radar e não tinha nada no radar. Aí falamos: “puxa, vi azul“. A minha colega: “Não! Era vermelho”. A outra: “Não! Era verde”. Ai ficou, cada um viu uma cor, mas nós três vimos a mesma coisa. E o encarregado da equipe lá atrás ficou olhando, assim, sem entender nada. “Que foi?”. Aí falamos pra ele e ele disse: “Mas eu não vi nada! Na hora que vocês disseram eu não vi nada. Eu olhei e não vi nada. Não tinha nada lá fora”. E ele achou que a gente estava de brincadeira. Que a gente tinha combinado. Ele falou: “Porra, eu não vi nada”. A gente: “aconteceu isso, e isso, e isso”. A gente ficou assim.

 

Interessante.

É por isso que eu tenho essa crença hoje em dia, de que de algum modo, a gente interfere e provoca esses fenômenos. Quando eu comecei a contar pra elas o que tinha acontecido, de algum modo, talvez o campo energético delas e o meu possa ter provocado aquele fenômeno. Possa ter provocado essa interação com essas dimensões, pois aquilo simplesmente apareceu na cara da gente, fez aquele show e foi embora.

 

Não fizeram nenhum registro oficial, nada?

Não. O encarregado, que tinha que fazer, disse: “Eu não vi, eu não relato”. Então ficou por isso mesmo.

 

Geralmente quando ocorre um fato estranho vocês fazem um registro no livro de ocorrências da Torre.

É. Tem o Livro de Ocorrência da Torre e tem formulários específicos pra isso.

 

Sim. No caso da Noite Oficial, foi feito alguma coisa, algum registro de torre, ou algo assim?

Foi, foi foi. Eu passei, eu fiz o relato no livro, depois eu preenchi uma tonelada de papel lá descrevendo da maneira mais suscinta possível o que eu tinha visto. Foi o que me custou… Eu cheguei, eu sai de serviço às 6 horas da manhã e cheguei em casa mais de 11 horas da manhã.

 

Isso confirma que  nem todos os documentos oficiais envolvendo a Noite Oficial foram liberados.

Eu acredito que sim. Porque o que eu vi liberarem aí foi… Se bem que eu não vi os outros documentos que foram liberados, né. O Comando da Aeronáutica liberou um monte de coisa. Não sei quantas mil formulários, de documentos, liberados. Eu não sei do caso que me toca o que que foi liberado. Realmente eu não sei.

 

É… Dá umas, se não me engano, é 183 páginas sobre 1986.

É bastante.

 

Mas livros de registros da torre eu não vi nenhum. E uma coisa que eu não vi também nos documentos é depoimento de pilotos comerciais voando naquela noite.

O que acontece. O Gerson Maciel de Brito me contou uma coisa que era comum entre os pilotos, né. Ele falou: “Olha… Quando os pilotos avistam não falam por causa do psiquiatra, da consulta, daquele negócio todo. E quando aconteceu isso aí em São José e com ele o evento, e o dele foi público, né…

 

Um fenômeno interativo

Dentro dos trechos que não transcrevemos aqui, o controlador Sérgio Mota aprofunda seu ponto de vista em relação ao fenômeno ufológico. Baseado na experiência ocorrida com ele e seus colegas, na Torre de Controle de Campinas, além de outras experiências pessoais, Mota acredita que a mente humana, de alguma forma, pode se conectar à essas inteligências de modo que a partir dessa conexão estabelecida, o fenômeno se manifesta. E como tal fenômeno se conecta à mente da testemunha, sua própria percepção desta pode ser influenciada de alguma forma, o que explicaria, por exemplo, a diferença na cor percebida no avistamento ocorrido em Campinas.

 

 

 

 

 

 

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