Noite Oficial: Caças em Ação

Por: Jackson Camargo Comentários: 0

Um dos aspectos mais interessantes da Noite Oficial dos OVNIs refere-se à perseguição, que cinco caças da Força Aérea Brasileira empreenderam aos diversos OVNIs, em diferentes regiões do Brasil.


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Por Jackson Luiz Camargo – ufojack@yahoo.com

 

Os primeiros avistamentos registrados na Noite Oficial dos UFOs ocorreram por volta das 18h00. Ao longo de várias horas, dezenas de UFOs foram avistados e registrados em radares de diferentes tipos, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Goiás e Distrito Federal. Tais aparelhos apresentaram intensa luminosidade, uma bela e impressionante variação de cores, além de comportamento inteligente e capacidade tecnológica muito acima dos mais avançados aviões da época. Em alguns momentos, tais objetos pairavam tranquilamente, sem qualquer deslocamento horizontal ou vertical e no instante seguinte atingiam velocidades supersônicas, chegando facilmente a 1.300 knots (2.407 km/h), ou mesmo Mach 15, algo em torno de 18.375 Km/h. Realizavam voos em zi-zag, em altíssima velocidade e em completo silêncio, sem o boom supersônico.

Tais fatos geraram muita preocupação nos militares, pois isso implicava em riscos para o tráfego aéreo, podendo gerar acidentes, com grande número de vítimas, além do prejuízo material. Além disso, tais objetos estavam sobrevoando áreas e instalações estratégicas de interesse da Defesa Nacional do Brasil. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Centro Técnico Aeroespacial (CTA), a fábrica da EMBRAER, a AVIBRAS Indústria Aeroespacial e a Refinaria da Petrobrás foram algumas das áreas sobrevoadas naquela noite. Outras instalações, como a Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP); a Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR), em Guaratinguetá (SP); a Base Aérea de Santa Cruz (BASC) e a Central de Furnas, em Araraquara (SP), também registraram o sobrevoo por parte destas luzes. Era preciso uma resposta tática à esta manifestação e ela não demorou a acontecer.

Às 22h10, os radares detectaram alguns alvos não identificados nos arredores da Base Aérea de Anápolis, em Goiás. Até então, os objetos avistados se concentravam sobre áreas estratégicas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Agora, com a intensificação de registro de alvos também no Estado de Goiás e no Distrito Federal, no entorno de Brasília, o evento se tornava ainda mais preocupante. O operador local, sargento Márcio, continuou acompanhando esses sinais sobre a região e devido à permanência deles no radar telefonou para o capitão Franciscangelis, da Defesa Aérea informando a existência de plotes, a aproximadamente 15 quilômetros de distância, à Oeste da Base e claramente em movimento. Em seguida, surgiu um segundo sinal, na mesma região, mas em movimento contrário.

“Eu estava na torre do radar neste dia e tivemos que ficar em alerta após tocar o alarme e ver aquelas luzes. Foi um momento que eu nunca esquecerei”.
Márcio Maia Arruda, Operador de Radar da Força Aérea Brasileira, em 1986.

Diante da estranheza do fato, o Capitão passou o telefone para o Major Cerqueira, que se atualizou dos fatos e imediatamente determinou o acionamento de caças em alerta nas Bases Aéreas de Anápolis (BAAN) e Santa Cruz (BASC). O áudio gravado desta conversa mostra certa tensão e alguns palavrões proferidos pelo Major diante da situação. Entre várias ordens ele pediu para verificar a situação do armamento dos aviões em alerta. Ao final do diálogo, o controlador de voo alertou que surgiu um novo alvo, voando ao lado do primeiro, com a mesma velocidade e direção, num aparente voo em formação(98).

Às 22h15, os caças da Base Aérea de Santa Cruz passaram da situação de “alerta” para “a postos”, indicando que poderiam decolar assim que fosse dada essa ordem. Precisamente às 22h24, o Major Cerqueira telefonou para o 1° Esquadrão do 1° Grupo de Transporte (1°/1° GT), o chamado Esquadrão Gordo, solicitando que colocasse de prontidão um avião Hércules, KC-130, para possível reabastecimento dos aviões em voo noturno.

Caças em Ação

Tenente Kleber Caldas Marinho foi acionado para missão às 22h27. Poucos minutos depois, já estava a bordo de seu F-5, prefixo FAB-4848, pronto para decolar com a missão de se aproximar e identificar estas luzes. E estando a bordo de um caça armado, poderia entrar em ação, caso fosse necessário.

“Como piloto de alerta naquele dia, fui contatado pelo oficial de permanência, na Vila dos Oficiais, local onde morava. A informação passada era a de que o piloto de alerta havia sido acionado, e então, por doutrina e treinamento, eu me dirigi diretamente para o avião e só depois da decolagem é que recebi as específicas instruções necessárias à missão. O piloto de alerta não precisa passar pela burocracia de um voo normal. O avião já estava preparado para a decolagem.”
[Tenente Kleber Caldas Marinho – Jambock-17]

 

O avião decolou às 22h34 e logo foi direcionado, pelo controlador de voo, Sargento Roarelli, para São José dos Campos e precisou de poucos minutos para chegar em sua área de busca. No momento em que o Jambock 17 (nome código do caça pilotado pelo Tenente Kleber) chegava à região, os radares do ACC-BS indicavam a presença de vários alvos. Um deles, à Sudeste da cidade, voava rumo à Oeste, com a velocidade de 2.742 Km/h. De forma muito rápida, o UFO reduziu para apenas 61 km/h e repentinamente acelerou, chegando a 3.278 Km/h, desaparecendo em direção à Sudoeste. Seguindo as orientações do Sargento Roarelli, ele sobrevoou a cidade, realizando voos circulares sobre a área de busca, passando sobre a fábrica da Embraer e fazendo buscas visuais, na tentativa de observar os estranhos objetos.

À direita, o então Tenente Kleber, primeiro piloto a decolar para interceptar OVNIs, na chamada Noite Oficial. À esquerda, o caça F-5EM, prefixo FAB 4848, por ele pilotado, na ocasião.

 

 

Por volta das 22h40, enquanto o piloto Alcir prestava depoimento, via telefone, para o tenente Hugo, da Defesa Aérea, nos Centros de Controle toda atenção estava no caça JB-17, que já estava sobre a região de São José.

Às 22h43, o Tenente Kleber avistou uma luminosidade, à sua frente, e à esquerda. Eram duas luzes intermitentes sem forma definida, mais ou menos na mesma altitude de sua aeronave, mas mantendo, aparentemente, uma posição fixa. Neste mesmo instante, Sargento Roarelli, informou que os radares indicaram um alvo à frente do avião, 20º à esquerda, no mesmo nível do avião, a 46 Km de distância, o que confirmava o avistamento do piloto. Embora, os equipamentos de solo indicassem outros objetos na área, apenas este foi observado naquele momento. Diante da possibilidade real de aproximar-se destas luzes, o controlador solicitou ao Tenente para checar os armamentos do caça.

Em seu voo para São José dos Campos (SP), o piloto observou uma luz não identificada ao longe, ao mesmo tempo em que os radares da Força Aérea Brasileira captavam outro objeto bem mais próximo.

 

 

 

Nesse mesmo instante, dois outros caças eram acionados para interceptar os UFOs. Na Base Aérea de Anápolis (BAAN), em Goiás, era acionado o Mirage IIIEBR, prefixo FAB-4913, com o nome código Jaguar-116 (JG-116) e pilotado pelo Capitão Armindo Viriato. Na Base Aérea de Santa Cruz (BASC), estava sendo acionado o F-5, prefixo FAB-4849 nome código Jambock-07 (JB-07), e pilotado pelo capitão Marcio Jordão, que em entrevista à Revista Força Aérea, declarou:

 

“Foi uma tremenda coincidência. Eu não estava escalado de alerta. Tinha ficado em Santa Cruz para estudar para uma prova de ensaio de voo. Quando o alerta foi acionado, pensei que era treinamento e continuei estudando, até que o soldado de serviço veio com a informação de que estavam precisando de outro piloto para voar. Ele só disse que havia alguma situação de detecção de contatos desconhecidos e que até o avião reabastecedor deveria ser acionado. Sempre tem um avião de reserva preparado. No caso, quem não estava preparado era eu, o piloto! Mas eu é que estava no Esquadrão e então fui. O Kleber foi o primeiro. Para a gente, era um treinamento normal, mas com a evolução da situação, outro F-5 foi acionado”.
[Capitão Márcio Brisola Jordão – Jambock-07]

 

Capitão Jordão, o terceiro piloto a decolar em missão na noite de 19 de maio de 1986, para interceptar OVNIs. À esquerda, o caça F-5EM, prefixo FAB 4849, por ele utilizado na ocasião.

 

 

Antes de decolar, o Capitão Jordão ligou para o COpM para saber o que estava acontecendo. Ele foi informado de que os radares estavam captando sinais não identificados em diferentes pontos do espaço aéreo brasileiro e era necessário identificar estes alvos realizando interceptação não agressiva, a exemplo dos casos ocorridos em 1982, envolvendo aeronaves estrangeiras. No contexto de interceptação não agressiva, caças decolam armados, porém sem a intenção de utilizar esse armamento. O JG-116 decolou às 22h48, de Anápolis e em dois minutos já estava na área de busca, tentando interceptar os objetos detectados no naquela região. Às 22h50, decolou o JB-07, da Base de Santa Cruz. Havia agora três aviões de caça no ar, em missão de interceptação aérea em três estados brasileiros, algo inédito no país até então.

Alguns minutos depois, já em missão sobre São José dos Campos, o tenente Kleber, a bordo do JB-17, avistou outro objeto luminoso e iniciou uma perseguição.

 

“Eu estava em cima da fábrica da Embraer e nada havia avistado até então. Em função destes alvos aglomerados na minha esquerda, o controlador pediu que eu fizesse uma curva pela direita e olhasse em direção a Santa Cruz, com 180 graus defasados. Eu efetuei a curva, estabilizei a aeronave na proa que ele havia recomendado e, como pedido, comecei a fazer uma varredura visual. Foi neste momento que eu avistei uma luz muito forte que se realçava em relação a todas as luzes no litoral. Estava um pouco mais baixa do que eu. A impressão nítida que eu tive, naquele momento, era de que ela se deslocava da direita para a esquerda.
[Tenente Kleber Caldas Marinho – Jambock-17]

 

No momento em que iniciou sua perseguição aérea, o controle de voo determinou que o caça mudasse para o modo rojão, ou seja, modo de interceptação, ativando o armamento. O piloto informou ao controle que o objeto estava evoluindo de um lado para o outro e não estava conseguindo se aproximar do alvo, que aumentava sua altitude de forma muito rápida, já passando do nível 210 (6.400 metros de altitude).

Ao iniciar a perseguição ao UFO, este acelerou, afastando-se rumo Sudoeste, sobre mar aberto.

 

 

Enquanto isso, o ACC-BS mantinha contato telefônico com a Torre de São José dos Campos, e descreveu para o controlador Sérgio, a brusca aceleração de um deles, que inicialmente estava estático e acelerou para 3.291 Km/h, rapidamente saindo da área de cobertura do radar. Segundos depois, o mesmo objeto surgiu novamente, agora com velocidade de apenas 3.7 Km/h. Este tipo incrível de manobra foi muito observado ao longo daquela noite. Os UFOs pairavam estáticos no céu, e instantaneamente aceleravam realizando manobras impossíveis para qualquer aeronave terrestre, tanto daquela época como atualmente.

Além do objeto registrado no radar, o sargento Sérgio Mota observou outro, que seguia em direção ao litoral de São Paulo e que, inicialmente, não foi detectado, mas logo depois surgiu nas telas de radares do APP-SP e ACC-BS, movimentando-se em círculos sobre a cidade de Ubatuba, no litoral do estado de São Paulo.

Efeitos Eletromagnéticos

Enquanto isso, o Jambock 07, do Capitão Jordão, seguia seu voo, em direção ao Norte de São José dos Campos, em modo rojão, com suas luzes de navegação apagadas e armas prontas para uso. Anos mais tarde, ele descreveu esses momentos iniciais da missão.

“Uma coisa que chamou a minha atenção naquela noite foi a claridade do céu. Eu nunca havia visto uma noite tão clara. Sabe aquela noite que você anda de carro com a luz apagada e consegue ver tudo? Dava para ver o Vale do Paraíba, até São Paulo. Não havia nebulosidade. Era possível ver o contorno das montanhas no chão. Uma visibilidade sob a qual poucas vezes eu voei. Indo em direção a São José dos Campos, fui instruído por Brasília a fazer o cheque de armamento. Foi aí que me informaram que havia cerca de cinco contatos na minha frente, e a umas 15 milhas (aproximadamente 27 Km) de distância. Eu não via nada no radar do avião e nem do lado de fora, mas a informação era de que eles estavam se aproximando cada vez mais. Dez milhas, cinco milhas, três milhas, e eu pensando que não era possível, em uma noite daquelas, eu não estar enxergando o tal contato. Tive autorização para fazer um 180 (uma manobra e curva fazendo com que a aeronave retorne em sentido contrário), e continuei sem ver coisa alguma. Fui pra São José dos Campos, voando a cerca de 15 mil pés (~4,5 Km de altitude), e comecei a fazer órbitas. Chamei o Kléber na frequência tática para saber se ele tinha avistado alguma coisa. Ele disse que sim, mas que, quando tentou ir atrás, o contato sumiu”.
[Capitão Marcio Jordão – Jambock-07]

 

Esta declaração do capitão Márcio Jordão é interessante, pois ela confirma o que já denunciamos: o fato de que muitas conversas e gravações ocorridas naquela noite não vieram à público. Sabemos que alguns arquivos ainda existem e a população tem o direito de conhecê-los, principalmente pelo fato de que alguns prazos de sigilo já expiraram e pela Lei de Acesso à Informação isso precisa mesmo vir à público.

Às 22h55, o controlador de voo do caça, sargento Nelson, informou que havia um sinal não identificado, em seu radar, diretamente a frente do avião.

Nesse mesmo instante, o outro F-5, o Jambock-17, também captou, em seu radar de bordo, um alvo não identificado diretamente a frente do caça, que neste momento voava em Mach 0.95 (1.163Km/h). O alvo estava entre 18 km e 22 Km de distância, quando desapareceu do radar.

Na imagem acima, temos o cockpit e o painel do caça F-5EM, em uso na Noite de 19 de maio de 1986. Ao centro do painel, temos a tela do radar do bordo, assinalando a existência de um objeto real, físico, voando em alta velocidade, à frente do caça. O objeto era avistado pelo piloto, à frente, ligeiramente à esquerda, em movimento ascendente.

Enquanto os caças F-5 (Jambock-07 e Jambock-17) faziam suas buscas na região de São José dos Campos, o Mirage IIIEBR, pilotado pelo capitão Viriato continuava caçando UFOs sobre os céus de Goiás. Às 22h56, o radar de bordo do caçador registrou um sinal diretamente à frente do avião. Imediatamente o controlador de voo, sargento Fernando, determinou ao piloto que voasse em direção à esse alvo, em modo rojão, ou seja, com sistema de armas ativo. Entretanto, para a frustração dos militares, a perseguição durou menos de 20 segundos, pois o objeto rapidamente desapareceu.

Os caças não estavam conseguindo aproximar-se dos seus alvos, muito menos identifica-los. Após perder o sinal do UFO, no radar, Tenente Kleber seguiu rumo ao litoral de São Paulo, ainda observando o objeto luminoso já sobre o mar, sobre a região de Santos e Guarujá.

“Olhei para aquela luz. O seu movimento era muito evidente para mim. Perguntei à Defesa Aérea se existia algum tráfego naquele setor no momento, devido à proximidade com a rota da ponte aérea, na época. Fui informado que não. Não existia aeronave alguma no local naquela hora. Informei então ao controlador que eu realmente estava vendo a luz se deslocando na minha rota de interceptação, às 2 horas (à minha direita), um pouco mais baixo do que a posição da minha aeronave. Foi naquele momento que eu pude ter um noção da altura do contato, algo em torno de 17 mil pés (5,18 Km). Imediatamente recebi a instrução de aproar aquele alvo e prosseguir com a aproximação e sua possível identificação. Comecei a descer, indo diretamente para o alvo, mas tomando todo o cuidado com uma possível ilusão de ótica, proporcionada pela visão noturna. Eu podia estar vendo uma luz dentro d’água, um grande navio com holofote… Por este motivo eu não quis ficar apenas com a orientação visual e liguei meu radar, mesmo sem instrução de fazê-lo. E, realmente, a cerca de 8 a 12 milhas, um alvo apareceu na tela, confirmando a presença de algo sólido na minha frente. Isto coincidia com a direção da luz que eu havia avistado. Nos radares que equipavam caças da época, o tamanho do plote varia de acordo com o tamanho do contato. O radar indicava um objeto de cerca de 1 cm, o que significava algo na envergadura de um Jumbo (Boeing 747). Cheguei perto do alvo, posicionando-me a cerca de seis milhas de distância dele, o que ainda é longe para que possa haver uma verificação precisa, ainda mais à noite. O alvo parou de se deslocar na minha direção e começou a subir. Eu não perdi o contato radar inicial e passei a subir junto com ele. Continuei seguindo o contato até cerca de 30 mil pés (9 km de altitude), quando perdi o contato radar e fiquei apenas com o visual. Mas, naquele momento, aquela luz forte já se confundia muito com as luzes das estrelas”.
[Tenente Kleber Caldas Marinho – Jambock-17]

 

Neste momento, quando se encontrava sobre o mar, a aproximadamente 209 Km de distância da Base Aérea de Santa Cruz, alguns instrumentos de navegação aérea e orientação do avião começaram a apresentar falhas ou interferências. O instrumento ADF (Automatic Direction Finder) é um indicador automático de direção, que recebe emissões eletromagnéticas de uma fonte geradora. No caso dos caças F-5, o emissor estava instalado na Base Aérea de Santa Cruz e iria indicar a posição da base, permitindo o retorno seguro do piloto ao aeródromo, no final da missão. Enquanto estava em perseguição ao UFO, sobre o mar, o instrumento indicava que a Base estava 10º a 20º a direita da posição correta.

Outro instrumento que apresentou falha foi o DME (Distance Measuring Equipment), que mede a distância em relação à base de partida ou destino da aeronave. Quando o caça estava 209 Km da base, o DME indicava que a base estava a aproximadamente 64 Km de distância. Sentindo que as medições dos instrumentos não estavam corretas, Tenente Kleber questionou seu controlador de voo que lhe passou os dados corretos, orientando o piloto.

Voo em Formação

Enquanto o JB-17 do Tenente Kleber estava envolvido em perseguições em mar aberto, o JB-07 do Capitão Jordão continuava sua busca sobre a região de São José dos Campos. Às 22h58 ele observou uma luz vermelha, piscante, a uma distância estimada de 46 Km, diretamente à frente do caça, que seguia rumo oeste. Menos de um minuto depois, o seu controlador de voo, Sargento Nelson, informou que haviam numerosos tráfegos às seis horas de sua aeronave. Na linguagem aeronáutica e militar, isso quer dizer que os alvos estavam voando atrás do avião. Percebe-se, no áudio gravado, que o piloto mostrou-se atônito com a informação. Ele imediatamente realizou uma manobra de 180º para tentar visualizar tais objetos, mas nada viu.

Este trecho do áudio não fornece maiores informações sobre este fato em específico, mas de acordo com informações posteriores e noticiadas pela imprensa, os UFOs realizaram um voo de formação com o F-5. Eram no total 13 objetos, sendo que seis deles se posicionaram de um lado e sete de outro, numa clara demonstração de inteligência. Ao final da manobra de 180º, o controlador informou que numerosos alvos (muito provavelmente os mesmos já detectados), se encontravam agora 31 Km a frente do caça, que seguia para leste. E piloto, nada viu…

Treze UFOs colocaram-se em voo de formação com o caça do Capitão Jordão, demonstrando comportamento inteligente, excluindo com essa ação qualquer possibilidade de tratar-se de guerra eletrônica, fenômeno natural ou ações de espionagem.

 

 

Exatamente às 23 horas, o Tenente Kleber continuava em perseguição ao UFO, ainda sobre o mar. O objeto, que estava à sua frente acelerou, curvando à esquerda e subindo rapidamente. Novamente os instrumentos de bordo apresentaram falhas, apresentando dados errados de distância e posição da aeronave. O instrumento DME indicava que a Base Aérea de Santa Cruz estava a aproximadamente 35 Km, à esquerda do caça, quando na verdade estava a 257 Km, na direção oposta.

O Tenente Kleber mantinha a direção e velocidade, na tentativa de aproximar-se do objeto. Ambos já estavam a 27 mil pés (aproximadamente 8,2 Km) de altitude e ainda subindo. A este ponto, o militar ainda avistava o UFO, que alternava nas cores vermelha, branca e verde, de forma bem definidas, mas não tinha registro dele, no radar de bordo do caça. A perseguição continuou até atingir 32 mil pés (algo em torno de 9,75 Km de altitude). Neste momento, às 23h05, ocorreu um diálogo interessante entre o controlador de voo e o piloto:

COpM: Ok Rojão. Queira confirmar se as evoluções efetuadas pelo objeto são passíveis de uma aeronave?
JB-17 [Tenente Kleber]: Senhor?
[pausa]
JB-17 [Tenente Kleber]: Quem é que está dando sopa por aqui?
JB-17 [Tenente Kleber]: Dá pra notar, né?
COpM: Ok. Recebido só a portadora. Queira confirmar?
JB-17 [Tenente Kleber]:

 

OK. Estou informando que, aparentemente, não deve ser uma aeronave, OK? Um avião, devido à performance dele… No que diz respeito à velocidade, OK? E também, pelo local que ele está voando, OK?
JB-17 [Tenente Kleber]: Confirma se entendeu?
COpM: Entendido.
JB-17 [Tenente Kleber]:

 

OK. Se fosse, por acaso, um avião de nacionalidade estrangeira, OK? Não estaria dando sopa por aqui.  Deveria haver outros contatos com reabastecimento, ou algo parecido.
COpM: Ciente.

 

O diálogo mostra mais uma vez a tentativa dos militares, em buscar explicações e dados que confirmassem possíveis hipóteses. Com a aproximação dos caças a informação podia ser obtida em primeira mão, no calor dos acontecimentos. O questionamento do Controlador de Voo buscava confirmar a possibilidade de tais objetos serem aeronaves militares ou de espionagem, de algum país estrangeiro, em incursão pelo espaço aéreo brasileiro. Para o Tenente Kleber, essa pergunta soou um tanto estranha e talvez até um pouco absurda, como se nota no tom de voz, um pouco impaciente, naquele momento. Mas apesar de afirmar categoricamente que não acreditava que isso fosse algum tipo de aeronave de outro país, ele não a descartou completamente, pois ainda reconheceu essa possibilidade durante os diálogos, minutos depois. Ao retornar para a Base, em seu relatório, o piloto solicitou que fosse verificada a possibilidade de haver algum porta-aviões estrangeiro, próximo ao litoral brasileiro naquele momento.

 

“Eu tive contato visual e contato eletrônico. Era algo sólido. Dizem que naquele lugar há muita anomalia magnética, mas eu não acredito que seja isso. As anomalias têm movimentos irregulares, aleatórios. No meu relatório, eu pedi que fosse averiguado se havia algum porta-aviões próximo à costa, ou alguma aeronave que poderia estar sobre o nosso espaço aéreo, efetuando contramedidas eletrônicas, o que permitira colocar um plote nos radares. Nada do que eu presumi foi confirmado. A partir daí, afirmar que acredito em OVNIs, ou que aquilo era, de fato, um OVNI, já é outra coisa. Cada um vai tecer a sua opinião. Acho que esse Universo é muito grande para que só nós existamos nele. Seria muito egoísmo da nossa parte acreditar nisso, mas a verdade é que ficamos sobre uma linha muito tênue. Era a posição que eu tinha na época, o avião que eu estava voando, e todas as minhas crenças. Então, eu prefiro me referir apenas à parte técnica”.
[Tenente Kleber Caldas Marinho – Jambock-17]

 

Enquanto isso, o outro F-5, do Capitão Jordão, manteve-se sobre a região sul de São José dos Campos. Às 23h02, ele avistou um objeto luminoso e curvou o avião, para se aproximar desta luz, que rapidamente se apagou. Pouco depois, o controlador de voo informou a presença de vários plotes na região sudoeste de São José dos Campos. Um deles foi detectado à esquerda do caça, a aproximadamente 55 Km de distância, em um aparente voo de engajamento, pois segundos depois, o alvo já estava atrás, ligeiramente à sua esquerda, a apenas 16 Km de distância do JB-07. Nos minutos seguintes, o controlador de voo confirmou novamente ao piloto que vários objetos não identificados estavam nas proximidades, seguindo em diferentes direções e ainda dentro da área de São José dos Campos.

Às 23h08, o Capitão Jordão avistou outra luz avermelhada, à sua esquerda, que rapidamente desapareceu. O Controle em terra informou que o objeto estava indicado no radar e a 11 Km de distância do caça, que naquele momento já se encontrava a 27 quilômetros da cidade.

Neste momento, outro objeto era observado sobre a região da Penha, no Rio de Janeiro (RJ), pelo doutor Silvio Giglio, que depois relatou o fato à ufóloga Irene Granchi (28):

“Os pontos vermelhos e amarelos faziam trajetórias em espécie de zig-zag, sendo que os vermelhos, às vezes, tornavam-se alaranjados; os demais, verdes e azuis, mantinham trajetória em formação constante atrás das amarelas e vermelhas, que se mexiam confundindo a minha visão no sentido de quantas realmente eram. Observei que as verdes e principalmente as azuis, às vezes, tornavam-se prateadas, com luminosidade bem fraca”.
[Doutor Silvio Giglio]

 

Velocidades Inalcançáveis

Em Goiás, o capitão Viriato continuava sua perseguição aos UFOs que lá apareciam. Ele continuava sem ver qualquer objeto ou luz anômala durante seu voo. Às 23h06, o controle de voo o informou que havia um alvo no radar, diretamente a frente do seu caça. Seguindo as instruções do controlador de voo o piloto aproximou-se do UFO e a distância reduziu rapidamente. Mas apesar da noite límpida e clara, ele não viu qualquer coisa estranha. Pelo rádio, o controle o orientou a fazer uma manobra de 360º, ou seja, realizar um círculo no céu, que lhe permitiria verificar a presença do misterioso sinal nas telas do radar.

Capitão Viriato foi o segundo piloto a voar em missão, para interceptar OVNIs na noite de 19 de maio de 1986. À esquerda, o caça Mirage IIIEBR, prefixo FAB-4913, por ele usado na ocasião.

 

 

Às 23h09, o militar manobrou o caça, seguindo para Oeste e foi neste momento que surgiu um sinal não identificado no seu radar de bordo. O alvo estava a 22 Km de distância, a sudeste. Rapidamente ele entrou em perseguição ao UFO e logo obteve um Judite (Judite é declarado pelo piloto de caça quando ele enquadra um alvo e está pronto para disparar contra ele). Capitão Viriato acelerou o avião chegando a Mach 1.3 (1.592 Km/h), diminuindo a distância em relação ao objeto. Às 23h12, essa distância era de apenas 9 Km. Entre o momento em que ele surgiu na tela de radar, à distância de 22 Km e o ponto de maior aproximação, passaram-se 3 minutos e meio. E foi justamente nesse momento que o objeto acelerou de forma brusca, aumentando muito rapidamente a sua distância. Em apenas 30 segundos, o objeto aumentou de 9 Km para 39 Km de distância, chegando a escapar do alcance do radar do JG-116.

Em 1993, o programa Globo Repórter, da Rede Globo de Televisão, produziu duas reportagens especiais com o tema Ufologia e um dos casos abordados foi justamente a Noite Oficial dos UFOs. Um dos entrevistados foi o Capitão Viriato, que descreveu ao repórter Domingos Meirelles os detalhes dessa perseguição:

 

Transcrição da entrevista
Capitão Viriato:

 

No radar eu cheguei a fazer quatro interceptações e todas com contato radar, mas não consegui ver em nenhum momento nada, apenas no radar. E o que me alertou foi a aceleração tomada pelo alvo a partir de um certo instante. Ele acelerou rapidamente até que o radar desacoplasse…
Domingos Meirelles: Ele estaria a que velocidade?
Capitão Viriato: Eu acredito em torno de MACH 15 (18.375 Km/h), mais ou menos, porque foi muito rápida a aceleração.
Domingos Meirelles: Quinze vezes a velocidade do som?
Capitão Viriato: Exatamente. Eu já estava a 1.2, 1.3 vezes a velocidade do som e o objeto atingiu uma velocidade bem mais alta do que eu estava”.
Domingos Meirelles: Quer dizer, não existe nenhum avião que possa desenvolver essa velocidade?
Capitão Viriato: Na atmosfera? Eu desconheço.

 

 

Neste momento, decorridos 38 minutos de interceptações aéreas, a FAB havia conseguido poucas informações. Além dos registros em radar, havia os testemunhos visuais dos pilotos envolvidos, o que naquele momento ainda era pouco. Assim, às 23h10, o quarto caça foi acionado, na Base Aérea de Anápolis.

Enquanto o Jambock-17, do Tenente Kleber Marinho, mantinha o curso, já muito próximo ao litoral de São Paulo, o Jambock-07, do Capitão Jordão realizava buscas na região de São José dos Campos. Neste momento, havia sinais intermitentes nas telas de radares, mas nada visualmente constatado pelo piloto.

Às 23h13, o avião do capitão Jordão localizava-se a 194 km, a oeste da Base Aérea de Santa Cruz, sobre a região de Taubaté (SP). Nesse momento, o piloto foi informado que o APP-SP havia registrado seis alvos não identificados a menos de 16 Km de sua posição, sobrevoando a região norte e noroeste de São José dos Campos. Curiosamente, esta área já havia sido sobrevoada pelos dois caças F-5. Isso mostra que havia inteligência por trás das manifestações observadas naquela noite, pois era evidente a interação entre estes objetos e as aeronaves envolvidas nessas perseguições.

Em Goiás, o Capitão Viriato obteve um novo contato no radar de seu caça. O objeto estava a noroeste da Base Aérea de Anápolis, em uma distância estimada de 31 Km. Novamente ele manobrou o caça e acelerou em direção ao alvo, e logo conseguiu um novo Judite. Quando a distância para o alvo caiu para 22 Km, houve novamente uma aceleração brusca. Durante esta perseguição o piloto informou que o objeto realizava movimentos em zig-zag, rapidamente se afastando de sua aeronave, e desaparecendo em seguida.

Os três caças envolvidos nas perseguições aéreas não conseguiram identificar efetivamente os objetos que estavam sendo captados nos radares. Por outro lado, estas missões demonstraram que tratava-se de uma manifestação inteligente, apoiada em altíssima tecnologia, com características que não correspondiam à incursões de espionagem ou mesmo militares realizadas por alguma outra nação da Terra.

O fenômeno vinha se manifestando ativamente desde as 19 horas e não demonstrava arrefecimento. Como o combustível dos primeiros caças já estava esgotando, seria necessário acionar outros aviões para a perseguição. Assim, às 23h17min, o Capitão Rodolfo decolava para caçar UFOs nos céus de Goiás.

O Voo do Capitão Rodolfo

O Capitão Aviador Rodolfo da Silva e Souza estava em sua casa, quando o seu bip de alerta tocou, indicando o acionamento do alerta. Seguindo os protocolos, ele seguiu diretamente para a Base Aérea de Anápolis, em Goiás, onde um caça Mirage IIIEBR o aguardava para o cumprimento da missão. Em entrevista à revista Força Aérea, ele descreveu sua participação:

“Ao chegar, eu me dirigi, juntamente com os demais membros da equipe de alerta, imediatamente para os hangares, onde estavam posicionadas duas aeronaves F-103E. A equipe de manutenção já havia completado o seu trabalho e nos esperava, ao pé da escada, com as aeronaves prontas e armadas para a decolagem. Completei os cheques previstos para antes da partida e entrei em contato com o Oficial de Permanência Operacional (OPO) para informar que estava pronto. De imediato, recebi ordem para acionar o motor e decolar isolado. Meu ala permaneceu no solo. Em seguida, fiz contato com Anápolis, que me passou, de imediato, para a frequência do COpM que controlaria a interceptação. A primeira informação que recebi foi de que meu alvo se encontrava a uma distância de 100 milhas (185 Km) da posição em que eu estava. Pude perceber que o tempo estava bom, não havia nuvens e nem a lua aparecia. O céu, completamente estrelado, fazia um belo contraponto com a escuridão da noite”.
[Capitão Rodolfo da Silva e Sousa – Jaguar-98]

 

Às 23h17min, o Capitão Rodolfo decolou, a bordo de seu Mirage III, prefixo FAB-4918, unindo-se à perseguição, seguindo inicialmente para o setor noroeste, em velocidade máxima. Enquanto o Jaguar-98 (JG-98) do Capitão Rodolfo seguia para seu objetivo, na região de São José dos Campos ocorria uma nova onda de sobrevoos de UFOs.

Outros dois pilotos de caça envolvidos em missões de interceptação na Noite Oficial. À esquerda, Capitão Rozemberg. À direita, Capitão Rodolfo.

 

Vários alvos não identificados foram captados nos radares de solo, a 11 Km à sudeste de São José dos Campos. O Tenente Kleber, no Jambock-17, foi informado que havia um alvo em voo paralelo com o caça, ligeiramente mais rápido, 55 Km à sua direita. Já o capitão Jordão, a bordo do Jambock-07, foi informado de que havia outro UFO à sua frente, distante 74 quilômetros e logo ele tentou aproximar-se do objeto.

 

“Eu avisei ao controle que estava vendo uma luz na proa, 90 graus em direção ao oceano. Como confirmava com o contato no radar de terra, fui instruído a ir em sua direção. Entrei supersônico para acelerar, e a luz nem se mexia. Fui informado de que ela estaria andando na mesma velocidade que eu. Fui mantendo esta navegação até dar o meu combustível mínimo, e tive que voltar. Para mim, que decolei com uma expectativa dada por Brasília, foi a maior frustração da minha vida. A luz que vi podia ser um barco no horizonte ou, quem sabe, ser mesmo alguma outra coisa. Mas é leviano chegar a qualquer conclusão”.
[Capitão Márcio Brizola Jordão – JB-07]

 

Capitão Jordão precisou abandonar a perseguição, pois o nível de combustível do caça estava baixo, obrigando o seu retorno à Base Aérea de Santa Cruz.

Longe dali, o JG-98, pilotado pelo Capitão Rodolfo estava prestes à entrar no primeiro engajamento, atrás dessas luzes. Às 23h23, o controlador do voo, Sargento Enéas, orientou o militar, informando a posição de um alvo não identificado, aproximadamente 9 Km à frente do caça. O UFO manobrou, curvando à direita, mas em nenhum momento o piloto conseguiu avistar o objeto. Pouco depois, os radares indicaram a presença de outro alvo não identificado, na mesma região, a 9 Km de distância. Em função disso, o controlador o orientou a passar para o modo caçador, ou seja, com seu sistema de armas ativo e luzes de navegação apagadas.

 

“À medida que a distância diminuía, como não conseguia contato em meu radar de bordo, passei simultaneamente a realizar uma busca visual no espaço aéreo em torno da posição informada pelo COpM. Só que, mais uma vez, nada apareceu. Ainda estava nesse procedimento, sem sucesso, quando recebi a informação do controlador de que meu alvo havia mudado de posição e agora estava em outra direção, a 50 milhas (80 Km) de distância. Fui então orientado para essa nova interceptação”.
[Capitão Rodolfo da Silva e Sousa – Jaguar-98]

Ele acelerou o avião, para interceptar o UFO, chegando a apenas meia milha (~800 metros) do alvo. Mesmo assim tão perto, Capitão Rodolfo não avistou qualquer, aparelho ou luminosidade, que pudesse explicar o sinal registrado nos radares. O controlador orientou o piloto a fazer uma manobra em 360º, na tentativa de se aproximar e identificar o quer que fosse e novamente o Sargento Enéas informou que o objeto passou muito próximo ao caça.

Não muito longe dali, o capitão Viriato ainda perseguia o misterioso alvo captado em seu radar de bordo. E novamente o objeto realizava voos em zig-zag, com deslocamentos bruscos, em altíssima velocidade.

Sobre a região de São José dos Campos, o Capitão Jordão, a bordo do JB-17, avistou um objeto luminoso pulsante, nas cores branca e vermelha, que estava, aparentemente, a aproximadamente 15 Km de distância, à direita do caça. O piloto imediatamente manobrou o avião, na tentativa de aproximar-se da estranha luz, que desapareceu dos radares pouco depois.

Capitão Jordão continuou avistando o objeto, mas não pôde definir se ele estava fixo ao solo, ou em voo, embora tivesse a certeza de que ele estava bem próximo. Às 23h27, o controlador de voo informou que havia vários plotes no radar, a nordeste. Neste momento, ele era o único caça na região, pois o Jambock-17, do Tenente Kleber encontrava-se sobre a Angra dos Reis (RJ), onde recebeu o chamado para retornar para a Base Aérea de Santa Cruz, onde pousou minutos depois.

Alvo Não Identificado

A oeste de Anápolis, o JG-98 do Capitão Rodolfo insistia nas suas tentativas de identificar o alvo indicado nos radares de superfície. Enquanto o Capitão Viriato não conseguia se aproximar do seu alvo, o Capitão Rodolfo esteve muito próximo do UFO registrado em seus instrumentos de bordo. Tão próximo que os radares de solo chegaram a confundir os sinais do caça e do alvo que estava sendo monitorado. Após o controlador informar novamente que os instrumentos captavam o avião do Capitão Rodolfo e o UFO que estava muito próximo, ele entrou novamente em perseguição. Quando o piloto executava uma manobra para a esquerda ou direita, o objeto se mantinha a frente da aeronave durante toda a manobra, respondendo de forma inteligente às ações do militar. Em dado momento, o UFO aproximou-se novamente do caça, passando por ele e colocando-se diretamente à cauda da aeronave. Tudo isso testemunhado pelo controlador de voo atônito, que descrevia os registros do radar para o piloto. Essa perseguição levou tanto o UFO quanto o JG-98 para mais próximo da Base Aérea de Anápolis, chegando a 18 quilômetros de distância da pista. Neste momento, outro Mirage IIIEBR, o Jaguar 107 (JG-107), da Base Aérea de Anápolis foi acionado e logo decolaria para novas tentativas de interceptação.

Enquanto isso, Capitão Viriato obteve um novo contato no seu radar de bordo e imediatamente iniciou uma nova perseguição, em velocidade supersônica, na tentativa de aproximar, visualizar e identificar o misterioso objeto. Entretanto, após um minuto de caçada o UFO desapareceu em alta velocidade.

No estado de São Paulo, o Jambock-07 sobrevoava a região de Taubaté (SP), quando surgiu um alvo nos radares, inicialmente a 15 Km de distância do caça. Rapidamente o objeto aproximou-se, permanecendo a 9 Km, durante alguns segundos. Repentinamente, ele acelerou e cerca de trinta segundos depois já se encontrava a 37 Km de distância. O avião manteve sua rota, seguindo à oeste e logo ocorreu um novo registro nos radares de solo, que captaram um sinal intermitente a aproximadamente 33 Km de distância do JG-07, do Capitão Jordão. O alvo deslocou-se a Sul, e logo a distância diminuiu para apenas 18 Km, sem que o piloto avistasse coisa alguma. Repentinamente, o objeto mudou sua trajetória, diminuindo a distância para apenas 11 Km.

O Jambock-07 seguiu, então, para a região de Ilha Grande, já no estado do Rio de Janeiro, onde o controlador informou a presença de outro sinal, sobre a Restinga da Marambaia (RJ). O alvo deslocou-se rapidamente para oeste, aproximando-se de Grumari, já próximo à cidade do Rio de Janeiro (RJ). Às 23h33, o controlador informou que existia uma concentração de sinais não identificados sendo captados, em uma área sobre o mar, também nessa região. O piloto fez buscas visuais, mas não conseguiu ver qualquer objeto no local indicado. Após alguns segundos, os alvos se dispersaram, em direção ao Norte. Às 23h35, o caça seguia em direção ao Rio de Janeiro, quando foi informado pelo controlador de voo que havia cinco sinais distintos no radar, a 15 milhas de distância, cruzando a frente do avião e seguindo rumo ao norte. O piloto manobrou a aeronave, procurando se aproximar destas luzes.

Enquanto isso, em Goiás, o Capitão Viriato detectava novo plote em seu radar de bordo. Rapidamente ele conseguiu um novo judite, com o alvo a 18 Km de distância, acelerando e curvando à direita. O piloto aumentou a potência do motor de seu caça, em perseguição, e assim a distância caiu gradativamente até 5 Km. Então, ele iniciou buscas visuais, na tentativa de identificar seu alvo, porém nada viu, embora o radar continuasse indicando que o misterioso aparelho realizava movimentos em zig-zag à frente do seu avião. A distância entre ambos diminuiu para 1.800 metros e mesmo assim ele continuava sem qualquer tipo de contato visual com o objeto. A 31 Km da Base Aérea de Anápolis, ele perdeu o judite e surpreso comentou com o controlador, Sargento Ivan, que aquilo tudo era uma loucura. O controlador, desconcertado apenas concordou com o piloto e em seguida, o orientou para o retorno à Base Aérea, onde o JG-116 pousou às 23h46.

Neste mesmo momento, decolava em Anápolis o Mirage IIIEBR, prefixo FAB-4917, pilotado pelo Capitão Júlio Cezar Rozemberg. Após a decolagem, o Jaguar-107 foi direcionado para o local de caça pelo controlador de voo Sargento Ivan.

“Toda missão da Defesa Aérea é real até ser cancelada, então vesti o traje anti-G, o colete e o mecânico confirmou a aeronave pronta. O armamento também estava certo e municiado. Haviam se passado 22 minutos desde que o alerta tinha sido dado. Preparei-me para decolar imaginando o que estaria acontecendo. Pela proximidade com Brasília, imaginei que estivesse atrás de algum voo comercial, mas, se fosse, eu teria avistado as luzes anticolisão. Fui seguindo todos os comandos do controlador. A noite estava linda, com a visibilidade ilimitada. Era possível ver tudo lá embaixo, desde as cidades até os faróis dos carros. Fui instruído a elevar a minha altura. Verifiquei mais uma vez o radar de bordo e desci um pouco a varredura da antena. Continuei acompanhando o radar de bordo e buscando algo no visual”.
[Capitão Julio Cesar Rozemberg – JG-107]

 

No mesmo horário, já em missão a bordo do Jaguar-98 o Capitão Rodolfo da Silva e Sousa foi novamente direcionado para interceptar um alvo não identificado, captado nos radares de solo. E novamente o misterioso objeto evoluiu muito próximo ao avião, sendo que o piloto nada viu. Após pouco mais de um minuto, o objeto desapareceu das telas de radar, permanecendo apenas o sinal do caça.

Novos Efeitos Eletromagnéticos

Às 23h39, já próximo à divisa com o Estado de Minas Gerais, O Capitão Jordão continuava tentando aproximar-se de alvos que estavam sendo captados naquela região. Ao chegar ao local indicado pelo controlador, o radar de bordo do caça apresentou anomalias:

Sargento Nelson [COpM]: Antena norte à 8 milhas.
Capitão Jordão [JB-07]: Norte, ciente.
Sargento Nelson [COpM]: Antena 350, 7 milhas.
Capitão Jordão [JB-07]: Aparecem alguns riscos que não são normais, OK?
Sargento Nelson [COpM]: Confirme?
Capitão Jordão [JB-07]: Na tela do radar aparecem riscos tarjados, assim, meio em diagonal. Não é normal assim.
Sargento Nelson [COpM]: Ciente é uma região onde está sendo detectado alguns plotes.
Capitão Jordão [JB-07]: Ok, o vídeo do radar não está normal, como eu estou acostumado a ver, OK?
Sargento Nelson [COpM]: Ciente tem um plote na sua antena 330, 5 milhas (aproximadamente 9 Km), confere com sua detecção?
Capitão Jordão [JB-07]: Não estou com detecção não. Eu estou falando que o escope do meu radar está cheio de risquinhos verticais.
Sargento Nelson [COpM]: Ciente, execute um box pela esquerda nessa posição, que está mais sujeita à detecção de plotes.

 

Após verificar esta área, e sem observar nenhum UFO nesta região, o piloto rumou à Sul. Assim que saiu da área de detecção de plotes, próximo à divisa com Minas Gerais, o radar do caça voltou ao normal.

Áreas de concentração de plotes, como este verificado pelo Capitão Jordão, foram muito documentadas em diferentes pontos do país e também sobre o mar, no litoral de São Paulo e Rio de Janeiro. Estes locais, aparentemente, exerciam algum tipo de interesse nas inteligências por trás dessas manifestações. Em Goiás havia uma destas áreas e isso foi notado pelo Capitão Rodolfo, que comentou com o seu controlador de voo que os objetos estavam se concentrando dentro de uma área específica, situada 37 Km a oeste da Base Aérea de Anápolis. Os alvos permaneciam nessa área, e quando saíam, rapidamente voltavam à região.

Toda essa perseguição aérea estava sendo registrada em vídeo, com a gravação das telas de radares do Pico do Couto e de São Roque. Precisamente às 23h42, encerram-se as gravações do equipamento de São Roque e iniciaram-se as gravações da tela de radar do Gama, que tinham uma maior cobertura sob a área de busca dos caças Mirage.

A bordo do Jambock-07, o Capitão Jordão sobrevoava o estado de São Paulo, próximo à divisa com o Rio de Janeiro. Nesta região ele foi alertado pelo controle de que havia outro UFO, à frente do caça, entre 18 km e 27 Km de distância. O militar manobrou o avião, seguindo as orientações do controle de voo, mas logo recebeu a informação de que os equipamentos em solo perderam o sinal do misterioso objeto. Segundos depois, o sinal surgiu novamente, agora a 14 Km de distância. Neste mesmo instante ele foi alertado da passagem de um voo comercial, da Ponte Aérea Rio-São Paulo, o que lhe permitiu verificar a funcionalidade do seu radar de bordo. A aeronave da VASP ficou bem registrada no equipamento, mostrando que ele funcionava bem. Apesar disso, o instrumento não mostrava o objeto indicado pelos radares de solo, que estaria já nas proximidades do caça, pois em uma manobra rápida o UFO aproximou-se, colocando-se atrás do Jambock-07. Às 26h46, o piloto recebeu o chamado de retorno para a Base Aérea de Santa Cruz, onde pousou aos 5 minutos da madrugada, já em 20 de maio.

Com o recolhimento do Jambock-07, restavam apenas outros dois caças Mirage IIIEBR, em missão de interceptação aérea sobre o estado de Goiás. O Jaguar-98, pilotado pelo Capitão Rodolfo mantinha-se próximo à área de incidência, identificada à oeste de Anápolis (GO). Dado o fato de que as missões de interceptação estavam falhando em identificar tais objetos, o piloto solicitou que fosse acionada uma aeronave T-25 para ajudar na missão. O controlador de voo, Sargento Enéas, repassou a solicitação para uma autoridade da Defesa Aérea, que acompanhava o desenrolar da missão. Embora esta solicitação tenha sido encaminhada, mais nenhuma outra aeronave da Força Aérea foi acionada naquela noite.

Às 23h48, o controle solicitou que ele se dirigisse para outra área, onde estavam sendo detectados alguns alvos não identificados. Esta nova área ficava a noroeste de sua posição anterior e rapidamente o caça chegou ao local, onde fez novas buscas visuais, visando localizar um sinal que estaria à uma distância de 5 Km. O UFO inicialmente seguia a oeste, mas com a aproximação do caça mudou sua trajetória para norte. Capitão Rodolfo acelerou seu avião, buscando aproximar-se do alvo, seguindo as orientações do controlador de voo. Segundo informações do radar, o UFO realizou uma manobra aumentando sua altitude e em seguida aproximou-se do JG-98. O militar realizou uma série de manobras, buscando visualizar o misterioso objeto, mas sem sucesso. Às 23h58, o controlador, atônito, descreveu a situação ao piloto com estas palavras:

Sargento Enéas [COpM]: Oh 98, é 99.
Capitão Rodolfo [JG-98] Na escuta!
Sargento Enéas [COpM]: Ok garoto… O plote está sempre às suas 6 horas, OK? Quando você faz curva, ele tá sempre fazendo curva à sua frente, ele vem pra cima de você, passa na sua vertical, em cima ou em baixo, nós não temos condições de detectar a altitude e fica na sua cauda o tempo todo. Quando você faz curva, ele some da posição e aparece sempre na sua frente.
Capitão Rodolfo [JG-98]: Eu vou apagar minhas luzes então, porque eu estou com a luz acesa.

 

Essa característica de desaparecer de um local e surgir em outro, foi posteriormente relatada pelo comandante Alcir Pereira, que estava no comando do PT-MBZ, em perseguição sobre a área de São José dos Campos (SP).

Por volta de meia noite, o objeto se afastou, permanecendo a 22 Km do caça durante algum tempo. Aos 3 minutos da madrugada, já no dia 20 de maio, o controlador de voo deu a ordem de retorno ao piloto, que pousou na Base Aérea de Anápolis, 4 minutos depois.

Agora, o ultimo caça em voo era o Jaguar-107 (JG-107), pilotado pelo Capitão Júlio Cezar Rosenberg. Não existem muitos dados disponíveis sobre sua missão de interceptação, pois os áudios gravados durante seu voo naquela noite, nunca foram liberados ao público. Em 2006, Capitão Rosenberg declarou, em uma entrevista à Revista Força Aérea:

 

“Fui instruído a elevar a minha altura. Verifiquei mais uma vez o radar de bordo e desci um pouco a varredura da antena. Continuei acompanhando o radar de bordo e buscando algo no visual. A nossa distância, informada pelo controlador, era de apenas três milhas e eu continuava sem enxergar nada. Imaginei que eram os F-5 do Grupo de Caça, vindo atacar a Base em missão de treinamento. Pedi para o controlador me aproximar ainda mais até ‘confundir’ os plotes, com minha chegada vindo por trás. Achei que o contato iria, finalmente, acender as luzes, afinal, eles deveriam estar ouvindo a interceptação pelos canais da Defesa Aérea. O controle anunciou uma milha na proa, mas eu não tinha nada no radar, e nem no visual. 0 meu voo durou cerca de 30 minutos e, depois das tentativas de busca, regressei à Base, sem fazer qualquer tipo de contato. No dia seguinte, vi as manchetes nas televisões e nas rádios anunciando várias interceptações de OVNIs ocorridas na noite anterior. E justo eu, um apaixonado pelo assunto, não vi nada! Mas cheguei perto. Acho que em um Universo infinito destes, com diversas possibilidades, não tem por que estarmos sozinhos”.
[Capitão Julio Cesar Rozemberg – JG-107]

 

Capitão Rozemberg pousou na Base Aérea de Anápolis aos 30 minutos da madrugada do dia 20 de maio.

Por padrão, todos os pilotos de caça realizaram um debriefing das missões, relatando aos superiores o desenrolar da missão, suas impressões e detalhes importantes. Ainda no calor dos acontecimentos, a Força Aérea Brasileira já colhia todos os dados possíveis para auxiliar a investigação que já se iniciava.

 

Referências:


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  8. Relatório Manuscrito da Força Aérea Brasileira; Telex da Base Aérea de Anápolis para o Comdabra; relatório de voo e relatório dos pilotos envolvidos. Arquivo em PDF com 27 páginas (9.50 MB).
  9. Relatório do Tenente Hugo Nunes Freitas, Chefe controlador do COpM I, para o Chefe da Seção de Informações do COpM I. Arquivo em PDF com 4 páginas (1.65 MB).
  10. Ofício nº 07/OOP/C-130, de 29 de maio de 1986, com encaminhamento de documentos e gravações, emitido pelo Comandante do CINDACTA I para o o Comandante do COMDA. Arquivo em PDF com 11 páginas (3.29 MB).
  11. Ofício nº 001/SCOAM/C-046, emitido pelo comandante da Base Aérea de Anápolis, Coronel João Fares Neto, para o Comandante do COMDA, contendo quatro relatório, sendo de 3 pilotos de caça e de um controlador de voo. Arquivo em PDF com 5 páginas (1.95 MB).
  12. Relatório pessoal do Capitão Márcio Jordão, sobre seu voo de interceptação à OVNIs, em 19 de maio de 1986. Arquivo em PDF, com uma página (421 Kb).
  13. Relatório pessoal do Tenente Kleber Marinho, sobre seu voo de interceptação à OVNIs, em 19 de maio de 1986. Arquivo em PDF, com 2 páginas (362 Kb).
  14. Relatórios de voo, de caças que decolaram em missão de interceptação aos OVNIs, em 19 de maio de 1986. Arquivo em PDF, com 7 páginas (2.14 MB).
  15. Despacho nº 022/A2/C-376, relatando fatos ufológicos ocorridos em setembro de 1986, envolvendo pilotos da FAB. Arquivo em PDF, contendo 9 páginas (2.84 MB).
  16. Relatório Mensal do COpM, de agosto de 1986, contendo transcrição de ocorrências ufológicas registradas pelo CINDACTA I, e dois questionários feitos à testemunhas. Arquivo em PDF contendo 17 páginas (4.54 MB).
  17. Ofício nº 11/OOP/C-199, de 14 de julho de 1986, contendo relatos, depoimentos e transcrições do livro do Ajudante de Chefe Controlador do COpM, envolvendo registros de OVNIs em maio e junho de 1986. Arquivo em PDF contendo 19 páginas (4.27 MB)
  18. Informe nº 005/SI/86-CINDACTA II, de 5 de junho de 1986, referente à aparecimento de OVNI próximo à cidade de Bandeirante (PR). Arquivo em PDF, com 1 página (483 KB).
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  86. Gravações da Noite Oficial: Fita 1 – Lado A – Audio da Torre de Controle do Aeroporto de São José dos Campos
  87. Gravações da Noite Oficial: Fita 1 – Lado B – Audio da Torre de Controle do Aeroporto de São José dos Campos
  88. Gravações da Noite Oficial: Fita 2 – Lado A – Audio da Torre de Controle do Aeroporto de São José dos Campos
  89. Gravações da Noite Oficial: Fita 2 – Lado B – Audio da Torre de Controle do Aeroporto de São José dos Campos
  90. Gravações da Noite Oficial: Fita 3 – Lado A – Audio da Torre de Controle do Aeroporto de São José dos Campos
  91. Gravações da Noite Oficial: Fita 3 – Lado B – Audio da Torre de Controle do Aeroporto de São José dos Campos
  92. Gravações da Noite Oficial: Fita 4 – Lado A – Gravação das Comunicações entre o caça Jaguar 98 e a Defesa Aérea
  93. Gravações da Noite Oficial: Fita 4 – Lado B – Gravação das Comunicações entre o caça Jaguar 98 e a Defesa Aérea
  94. Gravações da Noite Oficial: Fita 5 – Lado A – Gravação das Comunicações entre o caça Jambock 07 e a Defesa Aérea
  95. Gravações da Noite Oficial: Fita 5 – Lado B – Gravação das Comunicações entre o caça Jambock 07 e a Defesa Aérea
  96. Gravações da Noite Oficial: Fita 6 – Lado A – Gravação das Comunicações entre o caça Jaguar-116 e a Defesa Aérea
  97. Gravações da Noite Oficial: Fita 6 – Lado B – Gravação das Comunicações entre o caça Jaguar-116 e a Defesa Aérea
  98. Gravações da Noite Oficial: Fita 7 – Lado A – Gravações telefônicas diversas
  99. Gravações da Noite Oficial: Fita 8 – Lado A – Gravação das Comunicações entre o caça Jambock- 17 e a Defesa Aérea
  100. Gravações da Noite Oficial: Fita 8 – Lado B – Gravação das Comunicações entre o caça Jambock- 17 e a Defesa Aérea
  101. ROCHA JR, J. S. Invasão de Tráfego Aéreo em 1986. Revista UFO, nº 55, p. 27. Novembro de 1997.
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  103. Reportagem do programa Fantástico da Rede Globo exibido em 22/05/2016.

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