O Caso Gama

Por: Jackson Camargo Comentários: 0

Militares da Força Aérea Brasileira abriram fogo contra um OVNI e vultos escuros que se aproximaram da instalação de radar do Gama, no Distrito Federal, em 20 de junho de 1978.


Neste artigo:


Introdução

Em 20 de junho de 1978, ocorreu um interessante caso em uma importante instalação do CINDACTA 1, nos arredores da cidade de Brasília (DF).

Tudo começou por volta de 20h30, quando um objeto voador luminoso, de cor alongada surgiu sobre a região do Gama, no Distrito Federal. O vigilante Paulino Bezerra de Souza ouviu sons estranhos fora do posto THF, na instalação de radar do Gama (atual Destacamento de Controle do Espaço Aéreo – GAMA (DTCEA -GA).
Mais tarde, em sua ronda, ele encontrou o 3º Sargento Odilon Menezes dos Santos, à quem relatou o ocorrido. Odilon era especialista em manutenção de equipamentos do sistema de rádio. Ambos foram até a estação, fechando portão que a cercava e que fazia barulho ao ser destrancado. Cerca de 20 minutos depois, Odilon ouviu o ruído do portão que estava sendo manipulado e destrancado.

As instalações do radar do Gama. Os prédios visíveis na imagem foram sobrevoados pelo OVNI luminoso naquela noite.

 

Odilon apagou as luzes internas da estação e ficou ouvindo, achando que era alguém do Departamento de Proteção ao Voo. Ele sentou-se ao lado da entrada, junto com o vigilante Souza. Passados alguns minutos, nenhuma pessoa acessou o posto da estação. A guarnição ouviu novamente o ruído do portão sendo manipulado e em seguida um estranho assobio. Odilon resolveu desligar a chave geral da estação e acionar, via telefone, o Sargento Francisco Lopes, que era comandante da guarda que fazia segurança de todo o destacamento.

Imediatamente, Sargento Lopes acionou o Tenente Furlani, Oficial de Dia do CINDACTA. Este, por sua vez, acionou o 2º Tenente João Bernardo Vieira, comandante do Destacamento de Proteção ao Voo, Detecção e Telecomunicações (DPV-DT).

Tenente Vieira acionou o Oficial de Segurança do Destacamento, 2º Tenente IG – Paulo Furlani, para tomar medidas preliminares e para lá se deslocasse o mais rapidamente possível. Entre as providências tomadas foi determinado que se mantivesse contato telefônico para informar a situação e que a Defesa Aérea fosse acionada. Em seguida, ele entrou em contato com o comandante da Guarda, 3º Sarg. Francisco Lopes, que confirmou os fenômenos estranhos. Em seguida, ele telefonou para a residência do Tenente Pedro Moraes solicitando que o mesmo o acompanhasse, armado, até o Destacamento.

A estação de radar do Gama, sobrevoava a baixa altura por um OVNI em 20 de junho de 1978.

 

A partir deste momento, vários militares, em diferentes pontos do Sítio Gama puderam observar um estranho objeto alongado, com luz brilhante, difusa e multicolorido, pairando a baixa altura próximo à antena. Embora a forma exata do objeto não pudesse ser defina, em função da luz, percebeu-se mudança na forma luminosa, o que pode sugerir uma mudança na forma estrutural do objeto ou algum processo giratório, no momento em que esteve pairando sobre o local.

Militares de guarda em guaritas ao redor da instalação observaram o objeto, assim como o sargento Lopes e outros três militares que foram enviados para reforço no Posto THF e no Posto Micro-ondas. Com a aproximação dos soldados, o objeto afastou-se silenciosamente, de forma rápida, com mudanças abruptas de direção e desapareceu de vista. Enquanto o objeto esteve sobre o local, Sargento Odilon, o Vigilante Souza e o Soldado Pedro, ouviram um barulho no telhado, como se pedras tivessem sido arremessadas.

Imediatamente, Sargento Odilon entrou em contato com o Tenente Paulo, que autorizou Odilon a disparar com seu fuzil, como forma de persuasão. Ele subiu ao telhado do posto, junto com o vigilante Souza e o Cabo Pereira. Do alto, eles perceberam que havia vultos escuros movimentando-se pelo mato que cerca o Posto e fizeram vários disparos contra os supostos invasores. Em resposta, uma pedra voou, batendo na parede do THF, quase caindo na cabeça de um dos militares.

João Bernador Vieira, já no posto de Major, alguns anos depois do caso.

 

O fato foi rapidamente informado ao Tenente Paulo que repassou a informação aos demais oficiais presentes. Pouco depois, Tenente Vieira, Tenente Moraes, Tenente Paulo e o Sargento Lopes dirigiram-se para o posto THF.
Após vistoriar o local e inteirar-se da situação, Tenente Vieira telefonou para a casa do Chefe do núcleo do CINDACTA I, o então Coronel Sócrates Monteiro, para relatar os fatos. Coronel Monteiro determinou que todos os envolvidos fizessem relatório pessoal da ocorrência.

Teente Paulo ordenou o disparo de fuzil automático hk 33, para o alto, na tentativa de acertar alvos possivelmente camuflados sobre o posto. Os disparos foram feitos, mas em vão.

Ao sair da estação THF, todos puderam observar uma luz intensa se aproximando em velocidade espantosa. Conforme se aproximava ficou mais difusa, nas cores vermelha e amarela. O objeto parou a certa distância, flutuando silenciosamente. Em seguida aproximou-se do radar LP-23, desaparecendo e reaparecendo pouco depois sobre a estação de micro-ondas. Neste momento, surgiu outro objeto, semelhante ao primeiro. Pouco depois, ambos os objetos desapareceram e não foram mais observados.

Eles entraram em contato com a torre de controle do aeroporto para obter informações sobre aeronaves na região. Havia somente uma aeronave na região, que havia pousado no aeroporto naquele horário.

O fato foi oficialmente investigado pela Força Aérea Brasileira, gerando um documento de 46 páginas, contendo ofícios e relatórios dos envolvidos sobre o caso. O relatório final foi assinado pelo Major Ruy Silva, chefe da 2ª Seção do EM-6. O documento afirma que:

• Não se tratava de uma aeronave convencional
• Não foi possível identificar o objeto
• Não houve animosidade por parte do fenômeno
• Não foi ilusão de ótica

 

Brigadeiro Sócrates Monteiro comenta o caso

Em março de 2010, em sua edição 163, a Revista UFO apresentou uma entrevista com o então Brigadeiro Sócrates Monteiro, que forneceu mais detalhes sobre o Caso do Gama:

Em meio a várias ocorrências, Monteiro descreveu uma situação em que a estação de radar do CINDACTA no Gama (DF) foi sobrevoada em baixa altitude por um objeto discóide de grandes proporções, e que seus homens, sem saberem como proceder, simplesmente abriram fogo contra o intruso. Ao saber disso, por telefone, Monteiro deu-lhes ordens expressas para interromperem o tiroteio imediatamente. “Eles têm uma tecnologia muito mais avançada do que a nossa e não sabemos como reagiriam à nossa ação”, disse referindo-se aos tripulantes da nave, informando ainda que esta era a doutrina adotada na época, ou seja, não agredir para não sofrer as consequências.

Esta foi a afirmação mais contundente de Monteiro, que ele deu ao final da entrevista, quando voltou a se referir ao caso em que seus homens atiravam num disco voador sobre a estação de radar do Gama, e que ele teve que intervir imediatamente, “pois a reação deles poderia ser trágica para nós”. Para tanto, usou como analogia o Caso Mantell, ocorrido nos Estados Unidos em 1948, em que o piloto Thomas Mantell encontrou a morte e seu avião foi destroçado após a perseguição a um UFO. “Por isso, quando perseguiam tais ‘anomalias eletrônicas’, nossos caças o faziam com cautela”.

 

O então Coronel Sócrates Monteiro, comandante do CINDACTA I, na época do caso.

 

Ao relatar com exclusividade para a Revista UFO um caso espantoso ocorrido dentro das instalações do CINDACTA, na cidade do Gama (DF), Monteiro reconheceu que os tripulantes da nave em questão eram detentores de elevada tecnologia. Seus homens no local, sem sua autorização e sem saberem como proceder, simplesmente abriram fogo contra no intruso. Ao saber disso, por telefone, o brigadeiro deu-lhes ordens para interromperem o tiroteio imediatamente. “Eles têm uma tecnologia muito mais avançada do que a nossa e não sabemos como reagiriam à nossa ação”. Em mais de uma vez durante a entrevista Monteiro se referiu às espécies que nos visitam como mais evoluídas, mas isso não pareceu fácil para ele. No início do diálogo, com muitas reservas naturais, se referia ao fenômeno como “anomalias eletrônicas”, “na falta de um termo mais apropriado”. Mas, aos poucos, foi se abrindo e chegou várias vezes a rir de sua interpretação, deixando claro que, na verdade, sempre soube da procedência extraterrestre dos UFOs.

UFO: Além das detecções das tais anomalias, o senhor chegou a receber relatos de pessoas sobre observações de objetos voadores não identificados?
Sim, sim. Às vezes apareciam pessoas querendo me contar histórias de coisas que tinham visto, tanto militares como civis. Um caso em especial chamou a minha atenção, pois envolveu nossas instalações de uma forma muito séria. O CINDACTA tinha em uma cidade vizinha a Brasília, o Gama, uma construção onde estavam implantados seus radares e a área das telecomunicações. O comandante daquelas instalações era o capitão João Bernardo Vieira. Eu tinha acabado de assumir o comando do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA ), há não mais de uns dois meses, quando, numa noite, por volta das 22h00, o Vieira me telefonou dizendo que os radares do Gama estavam sendo sobrevoados por estranhos objetos. “Comandante, isso aqui está cheio de discos voadores”, disse-me. E eu falei para ele: “Não seja maluco rapaz, fala sério”. E ele insistiu: “Não, eles estão aqui mesmo, comandante. E estão jogando pedra na gente”. O Vieira ainda disse que uns soldados haviam dado tiros no objeto, e eu então os proibi imediatamente de atirar. “Não atirem em coisa alguma. Recolha todo mundo para dentro dos pavilhões, pois não quero ninguém perto desta coisa”. Os objetos tinham luzes que piscavam, mudavam de cor e que também se deslocavam vagarosamente em seu entorno.

UFO: Isso é muito impressionante, brigadeiro. Mas como as naves poderiam jogar pedras nos soldados, o senhor tem alguma explicação para isso?
Bem, eu não sei, apenas ouvi o Vieira me relatar isso: “Estão jogando pedra na gente”. Imagino que um objeto qualquer movido a propulsão tenha com suas ações levantado pedras do chão, e os soldados que estavam perto acharam que aquilo os estava agredindo. Ou que os pilotos daquela “coisa” emitiram um jato de grande potência para levantar as pedras e assustar os soldados, para não terem que tomar uma atitude mais drástica. Eles têm uma tecnologia muito mais avançada do que a nossa e não sabemos como reagiriam à nossa ação. O Vieira me disse que havia cerca de 25 soldados presentes, e determinei que fossem todos recolhidos num auditório e recebessem uma folha de papel cada um para descrever exatamente o que viram. “Estão proibidos de falar um com o outro, e você toma conta para que isso não ocorra”, ordenei ao Vieira. Queria que os soldados fizessem uma descrição exata do que viram e que o Vieira trouxesse as folhas no dia seguinte, às 08h00, no meu gabinete no CINDACTA . E então ele assim procedeu.

UFO: Os tiros desferidos contra os discos voadores os atingiram?
Não.

UFO: Qual foi o resultado de sua pesquisa sobre o caso? Foi possível determinar o que era aquele objeto sobre os radares do CINDACTA no Gama?
Veja, os nossos soldados são muito primitivos. Você sabe, soldados não são muito cultos e têm dificuldade de fazer uma descrição precisa do que vêem. Mas deu para perceber, nas folhas com os desenhos, que eles tinham observado um “negócio” estranho. Algo que tinha luzes que mudavam de cor, e que aquilo chegou bem perto deles. Um dos homens perguntou ao Vieira se podia abrir fogo naquilo, e assim começaram os disparos. Todos disseram a mesma coisa, e eu anotei aquilo tudo num relatório e encaminhei ao Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER). Não dei palpite de coisa alguma e não emiti opinião. No envelope que mandei ao EMAER estavam todas as informações que eu tinha, e aquilo ficou guardado.

UFO: E o capitão Vieira, o que diz sobre isso?
Eu perdi contato com ele. Mas imagine que há alguns dias, quando fui fazer um exame em meu cardiologista, encontrei um camarada que eu conhecia e me perguntou se lembrava dele. Antes que pudesse responder, ele riu e me disse: “Sou o Vieira, o capitão do CINDACTA no Gama”. Claro que eu recordava, mas muitas pessoas passaram sob meu comando para lembrar detalhes. “O Vieira do disco voador?”, perguntei. “Esse mesmo”, disse o homem. É curioso que isso tenha ocorrido nesta semana, justamente alguns dias antes de lhes conceder esta entrevista. Vejam que coincidência, pois eu não o via há mais de 20 anos e agora reencontro este camarada. Até lhe disse que vocês viriam e perguntei se aceitaria dar algum depoimento, e ele disse que sim. “Diga-lhe que me procurem.”

 

Duas páginas de documentos oficiais da Força Aérea Brasileira sobre o incidente ufológico ocorrido no Gama (DF)

 

Com informações de:


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