O Encontro de Rosa Dainelli

Por: Fenomenum Comentários: 0

Caso de aterrissagem de UFO e contato com seus tripulantes ocorrido em um pequeno vilarejo da região da Toscana, na Itália, em 1º de novembro de 1954.

Neste artigo:

Introdução

O ano de 1954 foi um dos mais significativos para a Ufologia Mundial. Neste ano ocorreu uma grande onda ufológica, até então sem precedentes, com numerosos casos de contato imediato com tripulantes destes misteriosos objetos. Entre os incontáveis casos ocorridos no período, destaca-se o interessante encontro ocorrido na região de Ceninna, na Toscana, Itália, entre a camponesa Rosa Lotti Daineli, na época com 40 anos e mãe de quatro filhos.

Este caso ocorreu na região da Toscana, na Itália.

 

A província de Arezzo (em verde), local onde ocorreu o encontro de Rosa Loti Dainelli.

 

Rosa Dainelli morava em uma fazenda chamada Chanti La Collina, nas imediações da vila de Capànnole, na província de Arezzo. Na manhã de 1º de novembro de 1954, ela acordou cedo e se arrumou para ir à igreja para as comemorações da festa de Todos os Santos e depois ir ao cemitério local. Apesar de morar dentro da área administrativa de Capànnole, ela ia à missa na igreja de Igreja de São Pedro, na vila de Cennina, que era mais perto de sua casa. A missa começava às 8 horas e ela fazia seu trajeto por entre estradas rurais e trilhas em meio à vegetação nativa.

Havia chovido na noite anterior e as estradas, que não eram asfaltadas, estavam enlameadas. Por isso, ela retirou os calçados para não sujá-los de modo que os usasse nas festividades. Assim, seguiu seu caminho descalça, segurando os sapatos em uma mão e um ramalhete de cravos na outra. Sua intenção era colocá-los no altar da Virgem Peregrina.

Região de Ceninna e Campanole, onde o caso ocorreu.

 

Trajeto realizado de forma costumeira pela senhora Rosa Lotti Dainelli.

 

Rosa Lotti Dainelli, com seu esposo e seus quatro filhos.

 

A aldeia de Ceninna, com o campanário da Igreja de São Pedro, destino final de Rosa Lotti.

 

Rosa Lotti Dainelli, em foto da época do caso.

 

Um Estranho Encontro

Rosa raramente vinha à cidade, mas quando vinha sempre fazia esse trajeto, inclusive à noite, e nunca passou por qualquer coisa anormal em seu trajeto. Mas por volta das 7:30, quando se encontrava em uma trilha, chegando no meio de uma pequena clareira entre os arbustos e árvores esparsas, de repente avistou, perto de um pinheiro e na beira da pequena área gramada, um objeto estranho que despertou em sua curiosidade e surpresa ao mesmo tempo. Era uma espécie de enorme fuso, fixado verticalmente no chão.

Rosa Loti descreveu assim a estranha máquina:

“”Uma espécie de cone duplo, com mais de 2 metros de altura e cerca de um metro de largura no meio” (em La Nazione Italiana, 2 de novembro de 1954).

Como dois sinos unidos em suas bases“. (In La Settimana Incom, nº 24, Year XV)

Desenho do objeto, publicado em um jornal italiano, logo após o caso.

 

O objeto estava muito inchado no meio e apontado para as duas pontas. Parecia coberto de couro“. (Il Giornale del Mattino, 2 de novembro de 1954).

A parte externa brilhava como se fosse de metal leve muito polido. No cone inferior havia uma porta de vidro aberta, e dentro dela se viam duas cadeirinhas, cadeirinhas como aquelas usadas por crianças. Na parte central da No fuso, onde era mais largo, havia uma espécie de vidro arredondado, acompanhando de perto a forma redonda da misteriosa máquina”. (La Nazione Italiana, 2 de novembro de 1954).

Desenho mais apurado do objeto observado pela senhora Rosa Lotti.

 

 

Naquela época, haviam operários instalando os primeiros cabos de luz elétrica na região. Estes tinham equipamentos desconhecidos para Rosa. Entretanto a visão do estranho objeto causou muita estranheza à camponesa que parou para espiar e foi aí que observou dois estranhos seres saindo do objeto e se aproximando da testemunha. Estes seres eram pequeninos, com aproximadamente 1 metro de altura, muito sorridentes, e vestiam um uniforme cor marrom-escuro e capuz.

Quase como homens, mas do tamanho de crianças”, descreveu ela posteriormente.

Nas costas traziam um manto curto de tecido cinza, e sobre o macacão de peça única usavam uma espécie de gibão, amarrado até a gola, com pequenos botões “como estrelas brilhantes“. Suas calças eram justas, “como as pequenas calças compridas que nossos homens usam no inverno“.

Seus rostos, coroados por capacetes, eram normais, mas pequenos. Ambos não eram mais altos que uma criança de cinco anos, mas seus corpos eram proporcionais. “Seria preciso duas dessas coisas para fazer um homem“, disse ela, “mas eles eram muito bonitos, embora bastante velhos“.

Retrato falado dos tripulantes vistos por Rosa Dainelli

Ao chegar próximo à testemunha, os pequenos seres sorriam e pronunciavam palavras estranhas à protagonista. Rosa pensou que fossem “comandantes estrangeiros” trabalhando para a Companhia Elétrica.

Vigorosos, animados, falavam “como se fossem chineses. Ficavam dizendo: ‘liu’,’lai’,’loi’,’lau’,’loi’,’lai’,’liu’“. Eles gesticulavam, mas sem nenhum traço de ameaça. De fato, ao contrário, de maneira amigável, como se estivessem tentando se fazer entender e iniciar uma conversa rudimentar.

Com a proximidades, Rosa pôde observar mais detalhes. Eles tinham olhos magníficos, demonstrando inteligência e curiosidade. Seus narizes eram de forma normal, suas bocas como as de um homem, embora seus lábios superiores não estivessem rindo seus dentes ainda estavam expostos, sendo semelhantes aos nossos, largos e fortes, mas curtos (como se tivessem sido lixados) e um tanto salientes, como os dentes de coelhos.

Suas orelhas estavam escondidas sob dois discos de couro, e havia uma faixa em torno de suas testas, também de couro.

Representação do momento em que os tripulantes apanham os cravos e a meia de Rosa Lotti.

 

 

Um dos seres aproximou-se ainda mais de Rosa e pegou delicadamente seu ramalhete e em seguida uma das meias de Rosa Daineli. Então, tendo examinado a estrutura das flores com um ar de curiosidade, e rindo ao mesmo tempo, ele as enrolou na meia e as jogou no “fuso” pela pequena abertura. Em seguida retornou até Rosa, desta vez com um objeto arredondado, de coloração marrom, aparentando ser revestido de couro.

Local onde o caso ocorreu. Foto feita poucos anos depois do caso.

 

Após isso ele olhou para o estranho objeto e em seguida para Rosa, fazendo um gesto como que oferecendo o objeto à testemunha. Rosa, desinteressada no objeto continuava a solicitar que ele lhe devolvesse suas coisas e que ficasse com o estranho objeto.

Vendo que não teria todas as suas coisas de volta Rosa aproveitou uma distração dos tripulantes e apressou-se em sair dali rapidamente em direção à Igreja.

Rosa Lotti aproveitou uma distração dos tripulantes do objeto, para correr, se afastando do local.

Efeitos Psicológicos na Testemunha

Atordoada e aterrorizada, Rosa Lotti chegou à cidade, ofegante. A visão dos homenzinhos e do fuso a havia petrificado. Ela estava morrendo de medo. Pouco depois, durante algum tempo, ela pareceu não conseguir se lembrar de nada; tudo o que ela conseguia lembrar era que, quando finalmente conseguiu mover as pernas, ela fugiu, gritando (la Nazione Italiana, 2 de novembro de 1954).

Ela relatou sua extraordinária aventura ao brigadeiro local dos Carabinieri, Brig. Rocco Benfanti, e ao cabo Nello Focardi. Mais tarde, ela repetiu ao capitão Massaro e ao inspetor-chefe dos Carabinieri para a região de Buccine, Elio Lolli.

Naturalmente, muitas pessoas correram ao mesmo tempo para ver o local onde o estranho acontecimento ocorrera. Todos concordaram que tinham visto um grande buraco no chão no local onde o fuso estava. Os Carabinieri que foram lá para investigar o caso também descobriram, por sua vez, que havia de fato uma cavidade profunda recentemente feita no solo. Era impossível para os Carabinieri tirar impressões de quaisquer marcas em particular, pois a horda de curiosos já havia pisado em tudo ao redor, apagando quaisquer pegadas que pudessem estar lá. O buraco também foi visto pelo Inspetor Chefe dos Carabinieri em Ambra, Signor Zulimo Botarelli, que estava caçando nas proximidades na época.

As Consequências

O encontro com os dois seres durou cerca de dez minutos. A primeira pessoa que Rosa Lotti encontrou depois de sua fuga precipitada foi um homem que ela conhecia, um certo Beppe Gostinelli, também conhecido como Di Giacco, que estava caçando nas proximidades. Mas ela estava tão atordoada que nem sequer pensou em lhe contar nada sobre isso. Foi só mais tarde, na igreja, que uma de suas amigas, uma certa Annita Valenti, viu como estava perturbada e tremia. Perguntou a ela: “Oh, Rosa! O que está acontecendo?”

Depois, Rosa Lotti contou-lhe tudo, dando vazão às suas emoções. Don Guido Belardi, o pároco de Cennina, que sabia que ela era uma fiel extremamente equilibrada de seu rebanho, absolutamente livre de qualquer tipo de fantasia tola ou devaneios vazios, ele próprio ficou muito impressionado com o que ela tinha a dizer, e acreditou sua narrativa.

Investigações Posteriores

Dezoito anos após o evento, o caso Ceninna foi foco de nova investigação onde os detalhes foram novamente apurados e outros descobertos. O Prato UFO Study Group, composto por Siro Menicucci, Stefano Corsi, Ignazio D’Andrea, Daniele Bianco e Virgilio Chiari, visitou o local de pouso várias vezes e contatou Rosa Lotti, que ainda estava viva.

Esses jovens investigadores realizaram uma investigação meticulosa e garantiram a confirmação de todos os fatos do que aconteceu naquele longínquo dia de novembro de 1954, e além disso também obtiveram uma série de novos detalhes que, talvez por descuido, os jornais omitiram na época, ou que distorceram.

Por exemplo, Rosa Lotti mantém – ao contrário do que a imprensa disse na época – que não sentiu nenhum medo durante seu contato com os seres misteriosos. O medo e o alarme a dominaram apenas mais tarde, quando, à medida que se afastava cada vez mais do local do encontro, começou a pensar no que havia acontecido e tomou plena consciência de tudo. Esse ponto, de fato, forneceria motivos para supor que a presença dos humanóides criasse um estado de tranquilidade na testemunha, e que somente quando ela estava distante deles se manifestavam medos atávicos, dominando-a e produzindo o sensações de terror e angústia que qualquer fenômeno desconhecido inevitavelmente provoca na mente humana. Este esclarecimento adicional de Rosa Lotti é, portanto, de grande importância. Além disso, é confirmado em outros relatórios de contato de OVNIs, onde também não ocorreu nenhum distúrbio psicológico nas partes envolvidas enquanto ainda estavam na presença dos “visitantes”.

Outra discrepância surge em relação a alguns detalhes de sua descrição do “fuso”. Seguem as palavras reais do depoimento feito por Rosa Lotti nei Dainelli aos investigadores do Centro Prato, quando a entrevistaram:

“Na parte espessa do fuso, havia duas portinholas, em lados opostos uma da outra, e no centro, entre elas, havia uma portinha, permitindo-me ver, dentro, duas cadeirinhas de criança costas com costas, cada uma voltada para uma das vigias”.

Um outro detalhe relatado que a senhora nega diz respeito à forma das bocas dos dois seres desconhecidos. Ela sustenta, ao contrário do que foi noticiado na época na imprensa, que os lábios superiores de fato não estavam curvados, mas eram normais. E acrescenta que notou, na época, que os dois pequenos seres estavam “bem barbeados”. Ela coloca ênfase particular em sua lembrança deste ponto.

Em sua descrição da máquina misteriosa, ela confirmou sua impressão relatada de que parecia estar coberta com couro ou pelo menos com um metal de cor semelhante ao couro, mas ela deixou claro que na verdade não era brilhante. Também o detalhe sobre a árvore foi retificado por ela. Na verdade, não era um pinheiro perto do qual a máquina estava, mas um cipreste (ainda hoje existente). Além disso, ela fixou a hora do encontro com mais precisão e deixou claro que era às 6h30 e não às 7h30, como havia sido relatado e também afirmou que o que os seres tiraram dela foram todas as flores e uma meia. Nada foi devolvido a ela por eles.

Outros detalhes interessantes dados por ela dizem respeito ao objeto que os dois seres trouxeram de dentro do fuso e que parecia um pequeno pacote de papelão. Era redondo e de cor marrom escura. Ele a ergueu até o peito e apontou para ela. Rosa Lotti achou que ele queria tirar uma foto dela. Foi então que ela saiu correndo e, depois de ter percorrido cerca de 100 metros, virou-se e olhou para trás. Ela viu que os homenzinhos e seu “fuso” ainda estavam lá. Portanto, não é correto que ela tenha visto a nave decolar ou que tenha testemunhado qualquer tipo de desaparecimento assustador.

Em 1979, o pesquisador Peter Nóbile publicou sua obra intitulada UFO, Triângulo das Bermudas e Atlântida. Na seção de Ufologia, o autor apresenta diversos casos documentados, entre eles o caso de Rosa Lotti Dainelli, com quem esteve, na própria localidade de Ceninna. A entrevista que ele fez com a protagonista do caso é muito interessante e está transcrita abaixo, conforme apresentado em seu livro.

Procuramos Rosa Dainelli e com ela passamos um dia inteiro. Na ocasião do fato, ela habitava uma casinha no meio do bosque, a mais ou menos dois quilômetros da aldeia de Cennina, no município de Bucine. E uma região muito isolada na província de Arezzo: só há poucos anos começaram obras de asfaltamento em algumas estradas. Faz algum tempo que a família Dainelli mora em Cappanole, distante poucos quilômetros de Cennina.

 

Encontramos Rosa em sua nova morada: é hoje uma velhota amável e faceta, que durante toda a conversação não conseguiu se desvencilhar da pequena sobrinha. Acostumou-se a receber visitas e a falar sobre o acontecido. Advertiu-nos que, nos últimos anos, sua memória vinha lhe pregando peças e, assim, poderia não se recordar de alguns pormenores. 

Cumpre assinalar, no entanto, que seu relato em nada se desviou do que fizera pouco depois do encontro e que já lêramos em mais de um livro. Recolhemos, porém, alguns detalhes inéditos, que nos pareceram sumamente importantes e para os quais chamaremos atenção quando for oportuno. 

Achamos melhor reproduzir o relato tal como nos foi referido, com as perguntas e interrupções. Procuramos, acima de tudo, saber o que experimentara ela no momento do encontro, que reflexões fizera, além, naturalmente, de nos inteirarmos daquilo que vira. Aqui estão os fatos de que se recorda Rosa Dainelli:

Rosa Lotti: Aquele dia era feriado: eu ia à missa na igreja de Cennina, que começava às oito. Ai pelas sete e meia, caminhava pela estradinha do bosque, com os sapatos e as meias na mão, carregando também um ramalhete para o altar de Nossa Senhora. 

Peter Nobile: Por que tirara os sapatos e as meias?

Rosa Lotti: Porque tinha chovido e a estrada estava cheia de barro. Eu nao queria sujar os sapatos e enlamear as meias, que eram de nailon. Assim, fiquei descalça, pensando calçar de novo os sapatos à entrada da igreja. Enquanto caminhava, vi um estranho objeto no meio do bosque. Parecia dois fusos, um em cima do outro.

 

Essa imagem é, a grosso modo, parecida à que se obtém ajustando dois pratos emborcados: a típica imagem de um disco voador.

Rosa Lotti: Pensei cá comigo: nunca vi coisa igual!

Peter Nóbile: Igual a que, minha senhora?

Rosa Lotti: Veja bem. Por aqueles dias estavam instalando luz elétrica na região. Andavam por ali operários com objetos esquisitos, porém, máquina como aquela ainda não tinham trazido. Parei para espiar e, nesse instante, dois senhores saíram de dentro da måquina e vieram ao meu encontro.

Peter Nobile: Como eram eles?

Rosa Lotti: Pequenininhos. Olhe, da altura da minha sobrinha aqui, Vieram ao meu encontro, sorrindo.

Peter Nobile: E a senhora, o que pensou? Ficou com medo?

Rosa Lotti: Não, com medo não. Pensei: que esquisito, trabalhar num feriado!

Peter Nobile: Quem seriam?

Rosa Lotti: Pensei que fossem os homens da luz elétrica: antes deles, eu nunca vira ninguém com máquinas no bosque.

Peter Nobile: E a senhora não estranhou que fossem tão pequenos?

Rosa Lotti: Sim, estranhei um pouco. Mas não tive tempo para pensar muito nisso, porque logo começaram a falar e eu fiquei pasmada de não entender patavina do que diziam. Pararam perto de mim, sorriam, falavam… Imaginei que quisessem me dizer alguma coisa, mas não entendi mesmo nada. 

Rosa Dainelli só vira, até então, pessoas da redondeza. Os primeiros “estrangeiros” eram os operários que instalavam a eletricidade na zona. Ora, a antropologia ensina que os estrangeiros são sempre “diferentes”, espera-se mesmo que “sejam” diferentes.

Rosa Dainelli classificou de “esquisita a pequena estatura dos seres, mas esta circunstância não Ihe parecia, quando a ouvimos, assim tão estranha. Eram pequenos e falavam uma língua incompreensivel: portanto, eram estrangeiros”.

Aquela altura, qualquer atitude bizarra por parte de estrangeiros teria provocado curiosidade, mas não medo, desde que não fosse ameaçadora. Quem não teve contato com os camponeses italianos da geração passada poderá achar esse comportamento extravagante. Mas, convém nāo esquecer que, naquela época, não havia estradas praticáveis em Cennina, nem luz elétrica, e que ali não chegavam jornais (situação que ainda hoje perdura). Não existia televisão. Era um mundo rural fechado, mas que, em seu isolamento, revelava uma aguda inteligência, embora entremeada de desconfianças. Rosa Dainelli, por exemplo, é uma mulher “esperta”.

 

Peter Nobile: Como estavam vestidos os homenzinhos?

Rosa Lotti: São comandantes, pensei.

Peter Nobile: Como assim?

Rosa Lotti: Vestiam fardas, iguais, parecidas com macacões de cor marrom-escura, com uma espécie de estrelinhas nas mangas, mas que não eram estrelinhas. Pensei que fossem comandantes da companhia de luz.

Peter Nobile: Que aspecto tinham?

Rosa Lotti: Eram como todos, só que menores. Eles me pareceram mesmo normais, fora o tamanho. E muito educados. Assim como o senhor, era como conversar com o senhor. Tal e qual. Um deles,mais reservado, não brincava muito; o outro, mais alegre, ria o tempo todo. Disseram-me coisas que não entendi e depois lá ficaram a falar entre si rindo e me olhando.

Peter Nobile: Tinham cabelo?

Rosa Lotti: Usavam capuz, da mesma cor da farda: por baixo, escapavam mechas de cabelos. Acho que eram castanhos, ou pretos, não me lembro bem.

Peter Nobile:  E depois, o que aconteceu?

Rosa Lotti: Depois, um deles se aproximou mais e pegou meu ramalhete; em seguida, largou o ramalhete e pegou uma meia. Fiquei um pouco espantada, para dizer a verdade. 

 

Depois deste episódio, que com justiça se tornou famoso, começa a parte mais singular e enigmática do caso, já por si tão inverossímil.

Rosa Lotti: A estranha criatura apanhou as flores e o pé de meia com muita delicadeza, fez meia-volta, dirigiu-se para a “máquina” e abriu uma portinhola. Aturou tudo para dentro e voltou com um objeto nas mãos. Eu fiquei aborrecida. Sabe, não era nada fácil ter meias naquele tempo. Por isso, disse a ele, cortesmente: Devolva a minha meia, senão o padre me passa uma descompostura! Que papelao, eu entrar na igreja com uma meia só!

Peter Nobile:  – E o homenzinho?

Rosa Lotti: Sorria. Repeti-lhe várias vezes: pode ficar com as flores, não é grande prejuízo; mas me devolva a meia! Como vou aparecer na frente do padre? Mas eles não entendiam, falavam naquela língua esquisita, sempre me olhando e rindo. 

Peter Nobile: E como era o objeto que o homenzinho trazia?

Rosa Lotti: Um objeto arredondado, marrom, como se fosse de couro. Ele o trazia numa das mãos. Chegou perto, olhando ora para mim ora para aquela coisa: parecia que queria me fotografar. Depois, me ofereceu o objeto, insistindo para que eu o pegasse. Pensei que ele queria fazer uma troca; porém, não me interessava, o que eu queria mesmo era a meia! “Dê-me a meia – repeti – e fique com sua coisa”. Hoje sei que fiz uma grande tolice. Todo mundo me tomou por maluca, pensou que eu estivera sonhando. Se eu tivesse trazido aquilo, acreditariam em mim. Mas, quem ia pensar nisso?

 

 

Outras Testemunhas

Uma vasta rede de relatos de testemunhas oculares adicionais confirmou a veracidade do avistamento ocorrido em Ceninna. Quase todos esses relatos confirmam a hora em que o “fuso” desceu sobre o matagal em Cennina por volta das 6h30.

Um pedreiro, Romualdo Berti, então com vinte e cinco anos, voltando de Badia Agnano (ou segundo a versão do Giornale del Mattino de 2 de novembro de 1954, de sua casa, situada em Gavignano, a encosta oposta do pequeno vale formado pelo córrego da montanha conhecido como Ambra) declarou que um foguete luminoso, como um charuto, exalando chamas de sua cauda, ​​subia verticalmente dos bosques de Cennina e se dirigia para Badiaa Ruoti. O foguete, de cor azulada, foi visto por ele a subir verticalmente no início, e depois viajar quase horizontalmente. Ele não ouviu nenhum som dele.

Um operário de San Leonino, cujo nome os jornais (La Nazione Italiana e Il Giornale del Mattino, ambos de 5 de novembro de 1954) não fornecem, estava na época caçando na região de Ambra e descreveu como, exatamente ao mesmo tempo, ele observou um estranho objeto luminoso pousar precisamente naquela mesma floresta.

O florista Andrea Livi, de Montevarchi, conduzia a sua carrinha cheia de flores num momento a pela estrada de Lèvane a Búcine quando viu, perto de Búcine, uma grande “coisa em forma de cone” avermelhada que vinha da direção de Firenze (Florença) e indo direto para Siena. Infelizmente, ele a perdeu de vista atrás das moitas que cobriam as colinas. Consequentemente, ele foi capaz de observar o objeto apenas por alguns segundos, mas o suficiente para fazer um cálculo de seu comprimento em cerca de dois metros. O objeto deixou atrás de si um rastro vermelho. Andrea Livi disse aos Carabinieri que o pedreiro Bert (referido acima) era desconhecido para ele. Consequentemente, qualquer conluio entre essas duas testemunhas pode ser descartado (Giornale del Mattino, 3 e 5 de novembro de 1954).

Mas o testemunho mais genuíno e impressionante veio de uma investigação posterior conduzida pelo Giornale del Mattino em março de 1955. Os dois meninos, um deles com seis anos na época e outro com nove anos, são irmãos e agora vivem com a família em Gênova. O menino mais novo, Ampelino Torzini, então na classe elementar júnior, revelou, em sua classe Scrapbook, escrito na escola, que ele e seu irmão foram testemunhas oculares da experiência de Rosa Lotti enquanto eles estavam fora de manhã cedo vendo aos seus porcos. Em sua breve composição, o menino disse ter visto uma senhora conversando com os homens e que tinha visto o “fuso”, mas o confundiu com um animal.

O menino mais velho, Marcello Torzini, alarmado com a visão, correu para contar ao pai, mas quando ele e o pai voltaram para lá, tudo o que se viu no local foi o buraco no chão deixado pela nave metálica.

Luigi Dini, funcionário do Tribunal de Apelação de Firenze, afirmou que ele e sua filha observaram, quase ao mesmo tempo, do terraço de sua casa em Terranova Bracciolini, uma “coisa estranha” que voava pelo céu de Pratomagno em direção a Arezzo, perdendo velocidade gradualmente e descendo. Tinha a velocidade de um meteoro, pensou ele, e ele e sua filha pareciam ouvir um estranho “ruído de farfalhar” dele, como o som de um projétil.

Ao concluirmos este longo exame do caso Cennina, é um momento oportuno para registrarmos que, na noite daquele mesmo dia, 1º de novembro de 1954, por volta das 23h45, uma misteriosa máquina luminosa que se assemelhava em todos os aspectos aquele supostamente visto em Cennina pela manhã, foi observado por nove pessoas e de três pontos distintos na mesma região.

Dois agricultores, Giuliano e Tosca Colcelli, confirmaram que, do lugar conhecido como Pianacci, perto de Mercatale Valdarno, foram acordados naquela noite pelos gritos de um motociclista chamado Marcelo Pistocchi di Giovanni, residente em Bucine, e agora mecânico da fábrica Galileo em Firenze. Os dois fazendeiros chegaram à janela bem a tempo de ver um objeto de forma oval, aparentemente com cerca de 10 metros de comprimento, desaparecer atrás das montanhas. Ele tinha uma luminosidade constante e avermelhada.

O motociclista Pistocchi, que conseguiu dar uma olhada mais longa na nave, disse que ela parecia estar voando em um curso completamente horizontal, muito baixo mesmo, de modo que ficou deslumbrado com sua luz poderosa e ofuscante. Ele teve a impressão de que o objeto estava prestes a descer. Sua luz era tão poderosa que, de longe, como ele mesmo dizia, “você poderia ter visto uma agulha caída na poeira da estrada” da região. Essa luz vinha de uma lâmpada colocada centralmente na embarcação. Segundo depoimento dos dois fazendeiros de Colcelli, ela também tinha duas luzes menores nas laterais. O motociclista Pistocchio comparou a cor e a intensidade da luz da lâmpada com luz produzida na soldagem, ou seja: ofuscante e branco-azulada.

As testemunhas não souberam dizer com certeza se perderam de vista o objeto porque ele desapareceu de vista, ou se o seu aparente desaparecimento se deve ao fato de que ele pode ter apagado a luz repentinamente, caso em que teria permanecido invisível aos seus olhos que já estavam cegos pelo seu brilho intenso. Segundo ainda outra testemunha, sobre a qual a imprensa não deu mais detalhes, a máquina era como um fuso voador formado por dois cones truncados unidos em suas bases. Todas as testemunhas concordaram em dizer que nenhum som foi ouvido dele durante sua passagem.

O motociclista Pistocchio sofreu um verdadeiro ataque de pânico, tanto que rasgou as calças na pressa de desmontar da máquina. Com o passar do tempo evitou falar sobre o caso ocorrido naquela noite. Ainda por volta das 23h45, o mesmo fenômeno foi visto por várias testemunhas em Ceninna. Entre eles estavam o mecânico Gino Pianigini, residente em Búcine, e o pároco de Torre, Don Nevio Rossi. Todas as três testemunhas declararam ter visto uma máquina misteriosa voando baixo e emitindo uma luz brilhante extremamente poderosa.

Testemunhos adicionais foram obtidos de vários outros indivíduos cujos nomes não foram relatados. De acordo com todos eles, o OVNI foi visto voando muito próximo ao solo, às vezes eles o viram até parar em seu vôo.

Há ainda o testemunho de Ottorino Santarelli, alfaiate de Pietraviva. Morador de Paesetto (a cerca de 3 km de Ambra), que estava com dois amigos, Otello Preriasi e Angiolino Brogi. Por volta da meia-noite da data em questão, assim que saíram do clube recreativo de Pietraviva, viram o que parecia ser um globo, de cor azul-celeste, que de repente parou no ar quando perto de Pietraviva e sobre Santa Lúcia, onde estavam. Em seguida, pareceu cair perpendicularmente, dando a impressão de que estava prestes a pousar. Mas parou no meio da encosta da colina de Enarby. Querendo vê-lo melhor, os três jovens correram em direção a ele, mas o globo se ergueu novamente e dirigiu-se para a montanha conhecida como Monte Benichi, mas depois mudou de rumo mais uma vez e seguiu em direção a Casucci. À medida que se afastava, sua cor mudava de azul claro para vermelho. Não ouviu-se nenhum som. Inquéritos posteriores estabeleceram que o alfaiate era uma pessoa equilibrada, pouco inclinada à sugestionabilidade, e não podia haver dúvida de euforia devido a possíveis libações, pois era um abstêmio total.

 

Local onde o contato ocorreu, anos depois.
Rosa Dainelli, aos 80 anos, apontando o local onde o caso ocorreu.
Rosa Lotti indicando o tamanho do objeto que ela observou.
Rosa Lotti indicando o tamanho dos tripulantes do objeto.
Jornal da época noticiando o caso.
Jornal da época noticiando o caso.
Jornal da época noticiando o caso.
Jornal da época noticiando o caso.

Referências:


  1. DURRANT, Henry. Primeiras investigações sobre os humanóides extraterrestres. Tradução de Luzia D. Mendonça. São Paulo: Ed. Hemus,1980.
  2. NOBILE, Peter. UFO, Triângulo das Bermudas e Atlântida – O que há de verdade. Tradução de Gilson Cesar Cardoso de Souza. Melhoramentos: 1979.
  3. PEREIRA, Jader. Tipologia dos humanóides extraterrestres. Coleção Biblioteca UFO, nº 1, Março 1991.
  4. Boletim da Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores – Edição 55-59
  5. http://www.cubbrasil.net/index.php?option=com_content&task=view&id=484&Itemid=87
  6. http://www.ambrafilarmonica.it/archivio/cennina_ufo/cennina_1954.htm
  7. http://www.ufonetwork.it/ufo_italia_toscana_cennina.asp
  8. http://koroljov.splinder.com/tag/cennina
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  10. The Nation 2/11/1954;
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  22. Grand Hotel 6/18/1978;
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  24. MANZI I, 50-51;
  25. BULGARINI I, 67; S
  26. relação. Filhotes;
  27. FSR 18, 5 + BOWEN I, 63

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