OVNIs são vistos por pilotos brasileiros em dois dias diferentes

OVNIs são vistos por pilotos brasileiros em dois dias diferentes

Dois avistamentos envolvendo aeronaves comerciais e particulares foram registrados ao sul de Tocantins e no oeste de Minas Gerais em 19 de Junho e 20 de Julho de 2023.


Neste artigo:


Introdução

Na casuística ufológica, entre os vários casos registrados destacam-se aqueles ocorridos durante voos, sejam eles de natureza comerciais ou militares. O testemunho de pilotos é um dos mais confiáveis e dada a natureza de sua profissão, é comum que eles tenham avistamentos. E do ponto de vista de seu ambiente de trabalho, sua observação é privilegiada.

Recentemente, no Brasil, tivemos dois casos deste tipo, envolvendo voos comerciais, ocorridos dentro da área de jurisdição do CINDACTA I, em Brasília. E dada a natureza da ocorrência, o fato foi registrado oficialmente, inclusive com o conhecimento da Defesa Aérea, que solicitou informações sobre o caso aos controladores de voo e pilotos envolvidos.

Embora essas informações não tenham sido divulgadas pela autoridades aeronáuticas, o fato veio ao conhecimento público graças à radioescuta.

Radioescuta é um hobby, alimentado por várias pessoas, que possuem receptores de rádio para ouvir comunicações aeronáuticas. Eles ouvem em tempo real, essas comunicações entre as aeronaves e os centros de controle e muitos deles transmitem essas informações em tempo real na Internet.

Nestes dois casos, as comunicações foram gravadas por sistema de radioescuta, que cobre algumas áreas de controle do CINDACTA 1. O autor do registro conta que costuma ouvir as comunicações e iniciou a gravação ao perceber que ocorria um fato ufológico testemunhado pelos pilotos.

O primeiro caso teria ocorrido por volta das 21 horas de 19 de Junho de 2023, tendo durado aproximadamente 20 minutos. A gravação foi longa, com vários minutos de silêncio, portanto ela foi editada. Alguns trechos onde havia dados pessoais e telefônicos foram omitidos pelo autor.

Entretanto, o que temos nas gravações disponibilizadas já nos permitiu descobrir algumas coisas interessantes. Logo no início da gravação, o controle de voo determinou que os piloto usassem uma determinada frequência de comunicação: a 133.05. Esta frequência é usada ao norte da área de jurisdição do CINDACTA 1 e foi dentro dela que a observação deste primeiro caso foi realizada.

Áreas de controle e as frequências utilizadas dentro da área de jurisdição do CINDACTA 1.

Neste primeiro caso, quatro aeronaves estiveram envolvidas diretamente, sendo dois pequenos aviões particulares e dois voos comerciais.

A Primeira Aeronave

A primeira aeronave envolvida foi o PS-BAS, da Líder Taxi Aéreo, que havia decolado de São Paulo (SP), por volta das 19h23, com destino à Belém (PA), onde pousou às 23h12.

Aeronave prefixo PS-BAS, da Líder Taxi Aéreo, que esteve envolvida no avistamento de um OVNI em 19 de junho de 2023.

Após passar sobre a cidade de Brasília (DF), o piloto observou um objeto muito luminoso às 10 horas, ou seja, à frente e à esquerda da sua aeronave. Inicialmente, ele estimou a distância do objeto em 50 milhas ou mais, e bem alto. Mais tarde, ele estimou que o objeto estava a 55 mil ou 60 mil pés de altitude (algo em torno de 18 mil metros de altitude).

Seguindo os procedimentos determinados pelas autoridades aeronáuticas, o piloto entrou em contato com o Centro Brasília perguntando se havia algum tráfego na posição em que ele observava o objeto. Aparentemente, o objeto não era captado pelos radares, pois não houve confirmação da presença de sinais aéreos na região indicada pelo piloto.

O misterioso objeto luminoso continuou sendo observado pelo piloto. O OVNI apresentava luz branca, intermitente e aparentemente fazia movimentos circulares.

Confira o diálogo travado na ocasião:

Centro Brasília: Confirme a aeronave chamando Centro.

PS-BAS: Sierra Bravo Alfa Sierra.

Centro Brasília: Sierra Bravo Alfa Sierra prossiga!

PS-BAS: Só pra confirmar… É… avistado uma luz muito forte nas nossas 10 horas. Não dá pra precisar a distância, aproximadamente 50 milhas náuticas ou um pouco mais. E tá bem alto. É… Só pra confirmar tráfego.

Centro Brasília: BAS, me chame na frequencia 133.05

PS-BAS: .05 BAS.

PS-BAS: PS-BAS

Centro Brasília: AS, agora eu recebo senhor. Confirme novamente.

PS-BAS: É na posição de 10 horas mais ou menos, está a vista uma luz bem forte, aparentemente fazendo órbita, mais apaga por vezes e… É uma luz bem forte, branca e fazendo órbita bem acima da gente, aproximadamente, mais de… deve estar bem mais de 55 mil pés e não dá pra precisar a distância.

 

A Segunda Aeronave

Neste momento, entrou em cena a segunda aeronave envolvida, o PS-ESC, que havia decolado de Sorocaba (SP) e seguia uma rota paralela ao PS-BAS.

PS-ESC: Nós também estava vendo isso.

PS-BAS: Centro, BAS.

Centro Brasília: BAS, Ciente. O senhor não consegue ver mais ou menos quantas milhas?

PS-BAS: Aproximadamente 50 milhas ou mais. O BAS. Tá muito alto. Bem mais de 55 mil pés. 60 mil pés. Bem mais alto. Mais de 100 milhas talvez. Apareceu de novo agora.

Centro Brasília: BAS, Ciente.

PS-ESC: O Centro o ESC também estou avistando a mesma luz que a aeronave acabou de falar.

Centro Brasília: ESC, ciente. O senhor poderia me informar mais ou menos aonde o senhor está vendo. A posição.

PS-ESC: Na minha aeronave entre 10 e 11 horas. Fica intermitente. Ora acende, ora apaga, mas é uma luz muito forte e muito alta.

Centro Brasília: ESC, Ciente.

Desconhecido: ET telefone casa.

PS-BAS: BAS permanece nesta frequência?

Centro Brasília: BAS mantenha na frequência 133.05.

PS-BAS: O Sierra.

Centro Brasília: BAS quero informar pro senhor também uma aeronave 10 horas 7 3 milhas rumo sul mantendo nível de voo 450. É o GLF4.

PS-BAS: O Centro, o BAS está ciente. A gente está conseguindo ver as luzes de navegação de sua aeronave. Essa outra luz, ela está com certeza bem mais de 100 milhas da gente.

A aeronave PS-ESC, segunda aeronave a relatar a presença de um objeto muito luminoso que estava sobre a região do município de Minaçu (GO).

Posição das Aeronaves envolvidas (exceto a PP-LFV), no momento do avistamento.

O objeto continua sendo observado pelos pilotos de ambas as aeronaves. Devido à persistência do avistamento, o controle questionou se o piloto do BAS deseja fazer um relato à Força Aérea após o pouso. Em resposta, o piloto do BAS confirmou essa intenção.

Centro Brasília: BAS, Ciente. Grato pela informação.

PS-BAS: BAS, Ciente.

Centro Brasília: BAS, Prossiga!

PS-BAS: Luz azul e vermelha. Só que não é… É uma luz bem forte. É uma luz estava estática. Ela permanece estática agora.

Centro Brasília: BAS, Ciente. O Senhor queira reportar pro solo?

Centro Brasília: Sierra Ciente, grata.

A Terceira Aeronave

Pouco depois, o piloto de outra aeronave avistou o estranho objeto e entrou em contato com o Centro Brasília.

PP-LFV: Brasília, LFV.

Centro Brasília: Confirme chamando Centro?

PP-LFV: FV!

Centro Brasília: Prossiga!

PP-LFV: O que está sendo reportado, que região ela tá? Ela estaria na nossa posição de aproximadamente 9 para 10 horas, ou não?

Centro Brasília: LFV, segundo o tráfegos passados seria de 10 para 11 horas.

PP-LFV: Ah tah. Não. É que a gente tinha visto uma luz forte aqui, porém ela está estática.

PP-LFV: Controle LFV.

Centro Brasília: LFV, aguarde só um instante.

Centro Brasília: LFV, prossiga.

PP-LFV: Agora avistou também. Nessa mesma região, além da luz forte, que pareceu uma estrela, uma outra luz que se deslocou, desapareceu do nada, se deslocou rapidamente, por uns 5 a 10 segundos e sumiu.

Centro Brasília: LFV, ciente. O senhor poderia me informar mais ou menos a posição.

PP-LFV: Na nossa posição de 9 para 10 horas, mais pra 9 horas.

Centro Brasília: LFV ciente. O senhor irá reportar também no solo?

PP-LFV: LFV.

PP-LFV: Apareceu de novo a luz e deslocou pra direita agora, sentido contrário ao que a gente tinha visto, LFV.

 

O PP-LFV é de propriedade particular e não possui dados disponibilizados no FlightRadar. Assim, não se sabe a rota em que o objeto estava, sua origem ou destino.

Pouco depois do relato do piloto do PP-LFV, o piloto do PS-BAS contatou novamente o Centro Brasília relatando estar vendo novamente o objeto que faz movimentos erráticos. Em seguida, ele solicitou ao controle instruções para relatar oficialmente a observação. Em resposta, o controle de voo fornece dois telefones do Comando da Aeronáutica, em Brasilia, para onde deveriam telefonar para fazer seu relato. Se estes relatos foram feitos, então documentação sobre o caso foi gerada e poderá ser divulgada em breve pela Força Aérea Brasileira (FAB).

PS-BAS: BAS!

Centro Brasília: Confirme chamando Centro?

PS-BAS: BAS, avistado novamente. Ele está tomando direções… é… várias direções. Não a mesma, agora. E eu gostaria de saber como proceder no solo, para quem reportar.

Centro Brasília: LFV aguarde só um instante que eu informarei o número pro senhor.

PP-LIV: Quem solicitou foi o BAS, mas o LFV vai copiar também.

Centro Brasília: BAS, afirmo. O senhor já estão com o pronto para cópia?

PS-BAS: BAS pronto cópia.

Centro Brasília: É 61 – 3365-1768. Caso negativo 3364-8402

PS-BAS: É 61 – 3365-1768. Caso negativo 3364-8402, o BAS.

Centro Brasília: O LV copiou o centro?

PP-LIV: Ok. Obrigado, o LFV.

O PP-LFV, a terceira aeronave envolvida no avistamento ocorrido em 19 de Junho de 2023.

A Quarta Aeronave

A quarta aeronave envolvida é o Airbus A320 da Azul, prefixo PR-YSF, que fazia o voo AD-4070. O voo decolou do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), às 19h25 e pousou no aeroporto de Belém (PA), às 22h27.

Quando o voo já estava próximo à cidade de Palmas (TO), questionou ao controle de de voo sobre as luzes que os pilotos estavam relatando. Em resposta, o Centro de Controle informou que naquele momento as luzes estavam na retaguarda da aeronave, a 180 milhas de distância (aprox. 300 Km).

Centro Brasília: Azul4070 prossiga.

Centro Brasília: Azul4070, a Luz seria na sua retaguarda, a umas 180 milhas.

Centro Brasília: Azul4070 afirmo. 133.7, secundário 126.15, bom voo.

Centro Brasília: 9304, troque frequência para 133.05, secundário 124.7

O Aribus A320, prefixo PR-YSF, que estava sobrevoando a região onde os avistamentos estavam acontecendo.

Centro Brasília: LFV, qual a máxima, velocidade máxima que o senhor consegue manter?

PP-LIV: É a que está mantendo. Que é .77

Centro Brasília: LFV Foi initeligível. confirme novamente?

PP-LIV: 77. LFV.

Centro Brasília: LFV, tente na frequência 133.05

PP-LIV: Ciente!

Centro Brasília: Ciente. Peço que o senhor mantenha mach .77.

PP-LIV: Positivo. Ainda estou observando ela. Ela abaixou um pouco e agora sumiu.

Centro Brasília: LFV. O senhor poderia informar a localidade, onde o senhor viu?

PP-LIV: Na nossa posição de 9 horas.

 

Ainda não temos informações se os pilotos do voo da Azul chegaram a avistar o OVNI, que estava pairando a grande altitude, sobre a região de Minaçu (GO). Quando os pilotos fizeram o questionamento ao controle de voo já estavam afastados do local onde os objetos estavam sendo observados. Os outros três aviões, que relataram aavistamentos naquela noite estavam passando sobre a região da Chapada dos Veadeiros, local de intensa casuística ufológica no estado de Goiás.  Se tal luz sobre Minaçu (GO) podia ser observada com muita clareza a partir da região da Chapada, então é possível que muitas pessoas, em diferentes cidades tenham visto essa manifestação.

E se os pilotos envolvidos realmente fizeram relatórios à FAB, então muito possivelmente teremos relatórios sobre esse incidente nos arquivos da FAB. Seguindo o padrão de desclassificações, estes relatórios poderão estar disponíveis em breve.

Esta é a sintese das gravações em audio das comunicações da noite de 19 de junho de 2023:

 

O Segundo Avistamento

O segundo caso ocorreu um mês depois, na madrugada de 20 de Julho de 2023 e envolveu outro voo da Azul, desta vez o AD-4872. O Voo decolou de São Luis (MA), às 2h15, com destino à Campinas (SP), onde pousou às 5h13. O voo era operado pelo Airbus A-320, prefixo PR-YRX.

O Airbus A320, prefixo PR-YRX, envolvido no avistamento de 20 de julho de 2023.

O voo seguiu normal até a divisa entre os estados de Bahia e Minas Gerais, onde o piloto avistou inicialmente um objeto luminoso. Seguindo os procedimentos aeronáuticos, o piloto informou o avistamento ao Centro Brasília.

O Controlador entrou em contato com a Defesa Aérea que solicitou ao piloto que entrasse em contato posteriormente para realizar um relatório mais expressivo. Enquanto isso, ao telefone coletava informações com o controle de voo e fazia questionamentos que eram repassados ao piloto.  Em dado momento, o controlador questionou ao piloto se ele avistava mais de um objeto nesse momento. Isso sugere que a Defesa Aérea, que possui sistemas de radares e configurações diferentes, estaria captando OVNIs na região onde o piloto estava relatando.

Nas comunicações não foi possível saber se o piloto estava vendo mais de um objeto. Devido à posição onde o radioamador estava quando captou a comunicação, ele conseguiu captar apenas as transmissões enviadas pelo CINDACTA, que estava relativamente mais próximo. A comunicação enviada pela aeronave não era captada devido à distância em relação ao radioamador.

Centro Brasília: 72 – Suba e mantém o nível 380.

Centro Brasília: Vendo algum tráfego?

Centro Brasília: Tem acontecido a mais sobre esse tráfego para passar para a Defesa?

Centro Brasília: Obrigado pela informação. Vamos avisar para eles, 72.

Centro Brasília: 4872 Brasília.

Centro Brasília: Entrei em contato com a Defesa Aérea. Ele informou que se o senhor quiser fazer um relatório mais expressivo o senhor quer anotar o número da Defesa Aérea para ligar para eles no pouso?

Centro Brasília: 4872. estão perguntando se o senhor avistou mais de um OVNI nesse momento agora. Avistou mais de um objeto ou foi só um?

Centro Brasília: 4872 me chama 135.0

Centro Brasília: 4872 como me copia nessa frequência?

Centro Brasília: 4872 Brasília.

Centro Brasília: A Defesa Aérea Pediu o possível para tirar uma dúvida com o senhor.

Centro Brasília: A respeito do que o senhor (…) que o senhor avistou… A Distância que estava do Senhor e o nome do Senhor.

Centro Brasília: 788, sobre a distância indefinido. Altitude indefinido (…). Eram 3 objetos com luz branca, amarela e vermelha, confere?

Centro Brasília: Qual o nome do senhor, por gentileza?

Centro Brasília: 4872. Obrigado pelas informações 4872. Irei repassar a frente, ok?

Mapa de posição das aeronaves na região e no horário do segundo avistamento, próximo à divisa entre Minas Gerais e Bahia.

Esta é a sintese das gravações em audio das comunicações da noite de 20 de julho de 2023:

Agradecimentos especiais:

– Gustavo (que fez as duas gravações na hora em que o caso ocorreu)

– Mika (que possibilitou o acesso à dados de voo nas noites em que casos ocorreram)

– Fox Mulder (um carinhoso apelido para nosso informante que repassou dados adicionais sobre pilotos e tripulantes envolvidos e que não quer ser identificado)

A Liberação de Documentos da FAB

Em agosto de 2024, a Força Aérea Brasileira desclassificou e liberou 35 relatórios de avistamentos ufológicos envolvendo pilotos comerciais, todos ocorridos no ano de 2023. Segundo a FAB, estavam sendo liberados todos os registros referentes ao período e que nada mais havia em sigilo sobre o tema.

Assim que houve a liberação, fizemos a análise de toda essa documentação e nela não havia qualquer documento referente aos casos aqui apresentados. Fizemos a solicitação formal, por meio da Lei de Acesso à Informação,  através do site FalaBR visando a desclassificação dos documentos ausentes. Fornecemos data, hora, local, aeronaves  e departamentos envolvidos, frequencias utilizadas, prefixos das aeronaves envolvidas e rota de voo.

O pedido foi realizado em 9 de agosto de 2024 e respondido pela FAB em 30 de agosto.

O Comando da Aeronáutica (COMAER), respondeu da seguinte forma:
“TODOS os documentos, vídeos, fotografias, relatos, entre outros, disponíveis, no âmbito Força Aérea Brasileira, sobre fenômenos não identificados (OVNI), no período de 1952 a 2023, já foram transferidos para o Arquivo Nacional, onde são de domínio público. Assim, informações sobre o tema estão disponíveis, como forma, de transparência ativa no sítio eletrônico da Força Aérea Brasileira – www.fab.mil.br/perguntasfrequentes, ou diretamente nos sítios eletrônicos do Ministério da Defesa e do Arquivo Nacional – www.defesa.gov.br, no link “perguntas – frequentes” ou www.an.gov.br/sian/inicial.asp, respectivamente. Por fim, destacamos que não compete ao Comando da Aeronáutica (COMAER) a inserção dos arquivos no sítio eletrônico do Arquivo Nacional, senão que simplesmente encaminhá-los àquele Órgão e, ainda, que o COMAER não realiza quaisquer estudos e/ou análises acerca desse tema, apenas cataloga as informações prestadas por terceiros e as remete, ao final de cada ano, ao Arquivo Nacional.”

Recorremos em 1ª Instância, reiterando as informações e o pedido. Em resposta, datada e 26 de setembro, a FAB argumenta que o COMAER não conheceu o recurso à 1ª instância por entender que não houve negativa de acesso à informação, nos termos do que estabelece o artigo 16 da Lei nº 12.527/2011. Ratificou as informações apresentadas na resposta ao pedido inicial, e destacou que: “no presente pleito há inovação recursal com a juntada de novos  dados, fato vedado nos termos estabelecidos na Súmula CMRI nº 2/2015″.

Diante da resposta negativa fizemos mais um recurso, agora em 2ª Instância. Refizemos a solicitação nos mesmos termos e incluímos a solicitação do números de identificação do que a a FAB enviou ao Arquivo Nacional, para que pudéssemos confirmar sua alegação. Em resposta, o COMAER não conheceu o recurso à 2ª instância, por entender novamente que não houve negativa de acesso à informação. Ratificou os esclarecimentos prestados, declarou a inexistência das informações requeridas, e destacou que parte da demanda contém inovação recursal, a saber:

“Ratifico que todos os documentos, vídeos, fotografias, relatos, entre outros, disponíveis, no âmbito força aérea brasileira, sobre fenômenos não identificados (OVNI), no período de 1952 a 2023, já foram transferidos para o arquivo nacional, onde são de domínio público. Nesse sentido, não há outros dados ou documentos a serem fornecidos. Desse modo, a declaração de inexistência da informação se constitui em resposta de natureza satisfativa, nos termos capitulados pela Súmula nº 6/CMRI/2015.” 

Diante da nova resposta negativa, por parte da Força Aérea Brasileira, apresentamos o recurso final, que desta vez foi recebido e analizado pela Controladoria Geral da União (CGU). A resposta da CGU veio em 28 de novembro, com a análise da Diretora de Recursos e Entendimentos de Acesso à Informação, Danielly Cristina Araujo Gontijo, que deu parecer favorável à Força Aérea Brasileira.

Assim, nada referente aos dois casos de avistamentos de OVNIs, documentados e apresentados aqui, foram reconhecidos pelas autoridades aeronaúticas. E diante disso, fican os questionamentos:

  • O que tais registros tem de tão grave que não podem vir à público?
  • Por que leis nacionais, que determinam a liberação de documentos oficiais, não estão sendo respeitadas pela Força Aérea, e também pelo Exército e pela Marinha?
  • Por que ainda existem brechas na Lei de Acesso à Informação, que permite aos militares a perpetuação de segredos ufológicos?

A resposta para essas questões está em algum lugar no futuro.

Confirma o vídeo do Canal Fenomenum sobre este caso:

Com informações de:


 

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