Este é um dos primeiros incidentes de UFOs registrados por radar que serviu para demonstrar a capacidade de manobras, altamente desenvolvida, destes aparelhos fora do comum. A observação ocorrida sobre a Base Aérea de Goose Bay, no Labrador, também chamou a atenção para a falta de habilidade, por parte das autoridades canadenses e norte americanas, para explicar o fenômeno.
No início de 1961, um detalhado relato do incidente foi feito à NICAP pelo major Edwin A. Jerome, um piloto reformado do comando da Força Aérea dos Estados Unidos e que, durante algum tempo, foi oficial do serviço secreto. A NICAP, na sua qualidade de maior organização de pesquisa sobre os UFOs sem fins lucrativos, esteve durante anos envolvida em sérias investigações sob a direção de um plantel de conselheiros científicos e acadêmicos.
À época do incidente, o major Jerome estava servindo na base de Goose Bay, que era utilizada então como posto avançado para manutenção e abastecimento de todo o tráfego militar e civil que cruzava o Atlântico Norte. Declarou ele:
“Parece que um grupo de inspeção formado por altas patentes estava visitando as instalações de radar desta base… A GCA (aproximação do radar controlada (ou comandada) do solo) era uma parte crítica deste quadro, eis aí o porquê da presença destes oficiais de alta patente tanto da RCAF como da USAF, pelo que me lembro.
Enquanto a cabina do radar da USAF estava sendo inspecionada, o operador notou uma imagem de alta velocidade na sua tela, rumando de NE para SW. Ao se proceder à medição da velocidade, descobriu-se que ela devia ser de cerca de 9000 milhas por hora! Este incidente causou muita preocupação na cabina, de vez que, é claro, não era o momento para leviandades ou erros de cálculos devido à presença de um grupo de inspeção. Mais uma vez, a imagem apareceu, e desta feita, os inspetores puderam ver, na verdade, o seu aparecimento na tela do radar. A única reação para isto foi, é lógico, declarar que o equipamento americano estava fora de calibragem.
Em seguida, o grupo dirigiu-se para o setor canadense, a fim de inspecionar as instalações do GCA da Real Força Aérea Canadense. Tão logo o grupo ali chegou, o OIC (Oficial de Serviço) contou que tinha acabado de ver aquela imagem inacreditável. Os dois inspetores ficaram assombrados diante da repetição daquela estranha coincidência. Eu fazia parte da insuficiente máquina de informações da base e fui convocado para redigir um relatório urgente, imediato e sigiloso a respeito do incidente. A teoria dominante naquele instante era de que se tratava de um meteorito. Pessoalmente eu discordava, de vez que ao entrevistar os operadores de radar em ambas as cabinas eles declaravam que o alvo mantinha uma altitude de 60 mil pés e uma velocidade estimada de 9000 milhas por hora *.
Para tornar a história ainda mais inacreditável, no dia seguinte ambos os radares acusaram um objeto flutuando sobre a base numa velocidade de cerca de 10 milhas por hora e numa altitude de 45 mil pés. A história oficial deste incidente foi de que provavelmente de ‘algum tipo de gaivotas voando a alta altitude’. Você deve lembrar-se de que todos os incidentes aconteceram antes de aparecerem os jatos supersônicos, os mísseis e os helicópteros que quebraram o recorde de altitude tão comuns atualmente“.
*(14.484 Km/h)
Referências:
- BONDARCHUK, Yurko. UFO – Observações, Aterrissagens e Sequestros. Tradução de Wilma Freitas Ronald de Carvalho. São Paulo: Ed. Difel, 1982.
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Base_a%C3%A9rea_de_Goose_Bay
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