A Apollo 17 foi lançada na noite de 7 de dezembro de 1972. Foi o único lançamento noturno dentro do Programa e também o mais bonito. Milhares de pessoas, em um raio de 800 km, puderam observar a luz gerada pelo foguete, enquanto ele subia ao espaço.
Após entrar em órbita, a Apollo 17 cumpriu todas as etapas de voo com êxito, entrando na trajetória translunar e colocando-se à caminho da Lua.
Os astronautas da Apollo 17 contavam com vários equipamentos de registro. A bordo do Módulo de Comando havia uma Hasselblad 70mm, elétrica; uma câmera Maurer 16mm, para realizar filmes em película; e uma câmera Nikon F 35mm. No Módulo Lunar, havia duas Hasselblad 60mm, uma Hasselblad 500mm, elétrica; e uma câmera Maurer 16mm.
Com este equipamento, os astronautas obtiveram um total de 7.702 fotografias da superfície lunar. Com as câmeras Hasselblad individuais, eles obtiveram 3.581 fotografias, e com a câmera Nikon, eles obtiveram 42 fotografias. Destas, a maioria delas foi usada em testes cromáticos e imagens dos astronautas e do interior da Apollo 17. Além disso, foram obtidas 2.138 fotografias métricas e 1.581 imagens panorâmicas.
Neste grande acervo, existem 23 fotografias registrando objetos espaciais não identificados, em órbita próximos à Apollo 17, ou mesmo sobre a região de Taurus-Littrow, onde os astronautas realizavam suas explorações.
Além dos registros fotográficos, existem várias páginas de diálogos referentes à avistamentos de objetos e luzes não identificadas ao longo da missão.
Os primeiros registros ufológicos ocorreram pouco antes da Apollo 17 entrar na órbita lunar. O documento Apollo 17 Technical Air-to-Ground Voice Transcription, que contém as comunicações entre os astronautas e o Centro de Controle, nos fornece maiores detalhes sobre o avistamento. O seguinte trecho está disponível na página 340, do referido documento:
Eugene Cernan – Hey, Bob, eu estou olhando para aquilo… Aquilo que Jack estava falando. E definitivamente não é uma partícula próxima, porque há outra que eu posso olhar e obter uma comparação tridimensional. É um… É um objeto brilhante, e obviamente está girando porque está piscando. Ele se perde na distância, como eu digo, porque há partículas que estão próximas e obviamente não é uma delas. Aparentemente está girando de uma forma muito rítmica, porque os flashes se aproximam quase – quase no mesmo tempo. E é quando olhamos para trás, para a Terra, está em torno de 11 horas aproximadamente… Oh, talvez 10 ou 12 diâmetros terrestres. Eu não sei se isso é bom, mas há algo lá fora.
Centro de Controle – Entendido. Não duvidamos disso, Gene. E podemos elaborar um conjunto de angulações ou algo aqui. Talvez possamos ver isso através dos instrumentos óticos…
Eugene Cernan – Ok. E eu… Eu… Eu só quero enfatizar que definitivamente não é nenhuma dessas partículas que tende a parecer uma estrela lá fora. É algo físico à distância. (Risos) Oh, sim.
Tripulante Não Identificado – … Coisa fora.
Ronald Evans – Sim, acho que estou.
Centro de Controle – Ok, Gene. Se você puder chamar um NOUN 20, então nós conhecemos a atitude da nave espacial e, se você puder fazer referência ao objeto que você está olhando fora de sua janela, com… com respeito ao eixo do corpo e deixe-nos olhar para o seu… Seu… Sua marca, de alguma forma, e nos dê seus NOUN 20s, podemos tentar uma comparação e começar a localizar… Localizando este objeto abaixo para você.
Eugene Cernan – Ok, estou olhando para fora… Olhando para fora da janela central… A janela da escotilha… E eu vou te dar um sinal quando cruzar o eixo XX na janela central… E eu acho que talvez haja 45 graus.
Centro de Controle – Ok, nos dê um sinal e estamos recebendo seus 20 NOUNs agora.
Eugene Cernan – Ok, Jack assinalou cerca de 30 graus, mas…
Harrison (Jack) Schmitt – Não. 45, porque…
Eugene Cernan – Sim, ele concorda. São 45 graus acentuados, e eu vou te dar um sinal quando cruza o eixo XX.
Eugene Cernan – Ok…
Eugene Cernan – Marque. Ele simplesmente atravessou-o…
Centro de Controle – Marque. Nós pegamos.
Eugene Cernan – …Vamos chamá-lo de plano XZ da nave espacial. Uma única coisa sobre isso, Bob, é que tem dois flashes. À medida que se aproxima… De forma rítmica, ele tinha um flash muito brilhante… e então começou um flash apagado. E então apareceu com um flash brilhante e, em seguida, um flash apagado.
Eugene Cernan descreveu o objeto como algo sólido, com movimento, luminoso, contendo pelo menos dois focos luminosos e que permaneceu com eles por aproximadamente 24 horas.
Após finalizar a manobra de injeção na órbita, freando a nave, os astronautas checaram os sistemas, e começaram a observar e fotografar a superfície da Lua. Foi aí que novos avistamentos ocorreram.
Eugene Cernan – Hey, Bob. Nós temos dois desses flashes lá fora. Podem ser painéis SLA. Eu não sei. Eles são semelhantes em intensidade e bastante regular na… Na intensidade, flashes brilhantes e fracos que saem deles, e eles estão amplamente separados. Um deles está sobre a posição que falamos na primeira vez. O outro é… Oh, enquanto olho para a Terra, muito à esquerda. Mais perto da janela central agora.
Neste segundo diálogo, os astronautas consideram a hipótese de tais flashes serem causados pelos painéis SLA, que envolviam o adaptador do Módulo Lunar, por ocasião do lançamento. Estes painéis foram abandonados no espaço, ainda próximos ao nosso planeta. Eles não tinham sistema de propulsão e, portanto não poderiam estar sendo observados na órbita lunar.
Curiosamente, no acervo fotográfico da missão, disponível no site ToTheMoon, encontramos duas fotografias, identificadas como AS17-162-24047 e AS17-162-2410, obtidas na órbita da Lua. A primeira delas foi tomada na direção da Terra e mostra um objeto luminoso, esférico, de cor azulada, destacando-se contra o fundo escuro do espaço. A segunda foi tomada em direção à superfície lunar e acima dela, contra o fundo escuro do espaço, pode-se observar claramente três objetos luminosos, de formato esférico.
Outro astronauta, de posse de uma câmera Hasselblad, também obtinha fotografias da superfície lunar. Entre as várias dezenas de imagens obtidas, existem várias imagens onde se observam objetos espaciais não identificados.
A primeira delas, identificada como AS17-151-23127 é muito interessante. Nela observa-se a superfície lunar e contra ela um objeto, em formato de disco e cor azulada, posicionado não muito longe da Apollo 17. Outra fotografia, identificada como AS17-151-23132, mostra um objeto luminoso contra o fundo escuro do espaço.
Ainda nessa ocasião, o astronauta Richard “Jack” Schmitt, piloto do Módulo Lunar, observou um brilho na superfície lunar e reportou ao Centro de Controle. O trecho a seguir está disponível na página 455, do já citado Technical Air-to-Ground Voice Transcription:
Richard “Jack” Schmitt – Ei, acabei de ver um flash na superfície lunar!
Centro de Controle – Ah é?
Richard “Jack” Schmitt – Estava saindo ao norte de Grimaldi. Apenas a norte de Grimaldi. Você pode ver se você conseguiu algo em seus sismômetros, embora um pequeno impacto provavelmente daria uma boa quantidade de luz visível.
Centro de Controle – Ok. Vamos verificar.
Richard “Jack” Schmitt – Foi um pequeno flash brilhante lá fora, perto dessa cratera. Veja a cratera à beira de Grimaldi. Depois, há outro ao norte. Um ponto bem fraco ao norte onde tem apenas um rastro luminoso.
Centro de Controle – Tem como colocar um X no mapa onde você viu?
Richard “Jack” Schmitt – Continuo olhando ocasionalmente… Sim, nós vamos. Eu… Eu estava pensando em procurar esse tipo de coisa. Começando a ver a borda de Orientale, Gordy. Saia para o oeste. Ei, apenas grite, Gene, sempre que você…
Os astronautas continuaram os preparativos para o pouso do Módulo Lunar na superfície. Duas horas depois, o astronauta Harrison Schmitt questiona o Centro de Controle se eles tinham alguma informação adicional sobre o flash observado. O trecho a seguir está disponível na página 471, do Technical Air-to-Ground Voice Transcription:
Richard “Jack” Schmitt – Bob… aqui é o Jack.
Centro de Controle – Prossiga, Jack.
Richard “Jack” Schmitt – Houve alguma indicação nos sismômetros de um impacto, no momento que eu vi um flash leve na superfície?
Centro de Controle – Aguarde isso… Vamos verificar isso, Jack.
Richard “Jack” Schmitt – Não se preocupe com isso. Alguns… Eu pensei que alguém estivesse procurando isso. Poderia ter sido um dos outros flashes leves.
Centro de Controle – Entendido. Copiamos a hora e…
Richard “Jack” Schmitt – Tenho um lugar marcado.
Centro de Controle – Passamos para a sala de suporte.
Enquanto as equipes de suporte verificavam as informações oriundas dos sismógrafos, os astronautas realizavam a manobra de separação entre o Módulo de Comando America e o Módulo Lunar Challenger. A bordo do primeiro permaneceu o astronauta Ronald Evans, que obteve novas fotografias da superfície. Uma delas, identificada como AS17-151-23202, registra um objeto luminoso em forma lenticular, em contraste contra o escuro do espaço. Já a fotografia, identificada como AS17-151-23249, registra um globo esverdeado na órbita lunar.
O Módulo Lunar, tripulado por Cernan e Schmitt, desceu à superfície lunar, e durante as três atividades extraveiculares realizadas, foram fotografados vários UFOs.
No quinto dia da missão, durante a primeira saída à superfície, foram obtidas duas fotografias, identificadas como AS17-134-20416 e AS17-134-20424, registrando a presença de um estranho objeto metálico, refletindo a luz solar, acima da superfície lunar. Estas duas imagens são muito nítidas e captam, inclusive, detalhes externos do objeto.
Enquanto isso, no espaço, o piloto do Módulo de Comando, Ronald Evans, também observa um flash na superfície lunar. O trecho a seguir está disponível na página 690 do Technical Air-to-Ground Voice Transcription:
Ronald Evans – Ei, Bob. Jack verificou o local onde está essa luz… onde ele viu o brilho luminoso?
Centro de Controle – Entendido.
Ronald Evans – Ok. Eu tenho uma marca ao lado de Riccioli G – Riccioli Golf. Isso é correto?
Centro de Controle – Afirmativo. Nós… Nós circulamos… Em Grimaldi B e no leste e norte de Grimaldi B, exatamente nessa área.
Ronald Evans – Ok. Nós colocamos isso apenas…Obteve um pequeno X próximo ao diâmetro de Riccioli G, a oeste de Riccioli G.
Centro de Controle – Okay. É Isso provavelmente…
Ronald Evans – …A oeste disso.
Centro de Controle – Provavelmente… Ele nunca ligou para o… Vou perguntar ao FAO aqui, mas eu não acho que ele já tenha chamado as coordenadas atuais disso. Vou perguntar à FAO. Isso provavelmente está próximo o suficiente. Provavelmente todos estarão na foto de qualquer maneira, não é?
Ronald Evans – Ah, sim. Todos estarão na foto de qualquer maneira.
Ronald Evans – Você nunca vai acreditar, mas eu vi um relâmpago piscar lá também. Eu não sei. Essa última órbita. Você ouviu isso?
Centro de Controle – Entendido. Nós ouvimos isso, Ron. O pensamento que nos ocorre, é se você não deveria estar vendo… esses flashes de raios cósmicos apenas enquanto você está olhando a superfície lunar e obtendo esse efeito?
Ronald Evans – Sim, é isso que eu estou me perguntando, você sabe.
Centro de Controle – Como Charlie disse, ele mencionou que tinha visto algo semelhante a isso e, possivelmente, pensou que era isso. E nós estávamos pensando que talvez seja o que ocorreu com Jack, mas não vai doer para tirar uma foto da área de qualquer maneira.
Ronald Evans – Bem, acho que tentaremos tirar uma foto disso, mas acho que costumo concordar com você. Isso é provavelmente o que era.
Centro de Controle – Nós estamos apenas supondo como qualquer outra pessoa nisso. Estamos apenas… Apenas supondo, Ron.
Ronald Evans – (Risos) Ok. Nada aparecendo no sismômetro de qualquer maneira… Centro de Controle – Bem, você deve se lembrar do sismômetro, pelo menos um para o chamado de Jack, o S-IVB acabou de tapar o sismômetro e… e que houve um impacto tão pequeno que, quando o… estava na lama, você não teria visto isso.
Ronald Evans – Oh, Oh; Certo.
No dia seguinte, os astronautas Cernan e Schmitt realizaram uma segunda atividade extraveicular. Ao longo dos trabalhos, os astronautas fizeram fotografias ocasionais, sendo que em quatro delas foram registrados objetos não identificados. Três fotografias, identificadas como AS17-137-20867, AS17-137-20868 e AS17-137-20876, mostram dois objetos luminosos sobrevoando a região de Taurus-Littrow. A quarta, identificada como AS17-137-20931, registra um objeto luminoso avermelhado sobrevoando a superfície lunar.
Enquanto isso, no espaço, Ronald Evans conduzia experimentos científicos e realizava observações e fotografias da superfície lunar. Em dado momento, o piloto foi surpreendido por uma solicitação do Centro de Controle. O trecho a seguir está disponível na página 1.117 do Technical Air-to-Ground Voice Transcription:
Centro de Controle – Você consegue ver alguma coisa sobre Marius Rille lá em cima? Ou está muito longe?
Ronald Evans – Sim. É… Eu meio que estava procurando algo. Eu só posso ver alguns… cerca de três ou quatro pontos luminosos lá. Mas está a uma grande distância, você sabe.
Centro de Controle – Entendido.
Este diálogo é interessante, pois mostra o interesse do Centro de Controle, em Houston, sobre os fatos ufológicos ocorridos durante a missão. De alguma forma, os técnicos perceberam a presença de luzes na superfície e solicitaram a confirmação visual por parte do astronauta, que já observava o fenômeno, mas sem relatá-lo imediatamente aos controladores.
No sétimo dia da missão, ocorreu a terceira atividade extraveicular. Nesta ocasião, foram obtidas novas fotografias de objetos espaciais não identificados acima de Taurus-Littrow. Três delas registram um objeto luminoso, de cor azulada, sobrevoando a região. Estas fotografias são identificadas como AS17-140-21492, AS17-146-22293 e AS17-146-22446. Outras duas fotografias, obtidas na ocasião, mostram objetos espaciais não identificados, acima da superfície lunar. A AS17-146-22333 primeira registra um objeto de cor acinzentada, opaco, enquanto que a AS17-146-22334 registra um objeto luminoso, de cor esverdeada.
Após decolar da superfície lunar, o Módulo Lunar Challenger aproximou-se e acoplou-se com o Módulo de Comando America. Durante as manobras, os astronautas faziam diversas fotografias. Em duas delas, obtidas a partir do Módulo Lunar e identificadas como AS17-145-22238 e AS17-145-22240, apareceram objetos luminosos, destacando-se contra o fundo escuro do espaço.A bordo do Módulo de Comando, o astronauta Ronald Evans obteve uma fotografia, identificada como AS17-149-22854, onde se observa um objeto luminoso avermelhado no espaço. Estas imagens demonstram, de forma inequívoca, que a Apollo era acompanhada com muito interesse por parte das inteligências que operam estes objetos.
Antes de entrar na trajetória transterrena, os astronautas tomaram novas fotografias da superfície lunar. Uma destas fotografias, a AS17-152-23271, documentou um objeto luminoso, de formato triangular e de cor avermelhada contra o fundo escuro do espaço.
Ao sair da órbita lunar e colocar-se à caminho de casa, os astronautas obtiveram mais algumas centenas de fotografias. Em duas destas, foram registrados objetos luminosos. A primeira, identificada como AS17-152-23347, registra um objeto luminoso, de formato esférico e cor avermelhada. A outra imagem, identificada como AS17-152-23396, mostra um objeto luminoso esférico, de cor azulada, também se destacando contra o fundo escuro do espaço.
Objeto luminoso, de cor avermelhada, na órbita da Lua. Fotografia feita pelos astronautas da Apollo 17.
Referências:
- CAMARGO, Jackson. Entre o Céu a Terra – Uma história de aventura, mistérios e UFOs. Curitiba: Clube de autores, 2018.
- CAMARGO, Jackson. UFOs no Espaço e na Lua. Curitiba: Coleção Biblioteca UFO, 2020.
- CAMARGO, Jackson Luiz. Intrusos na Lua. Revista UFO, Campo Grande, nº 107, p. 21-21, fevereiro 2005.
- Transcrição das comunicações – Jhonson Space Center
- Apollo 17 Onboard Voice Transcription-Command Module
- Apollo 17 Onboard Voice Transcription-Lunar Module
- Apollo 17 Mission Commentary-Voice Transmissions
- Apollo 17 PAO Mission Commentary Transcript
- Apollo 17 Technical Air-to-Ground Voice Transcription
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